Pendurado, Albon sofre derrota dupla em Sakhir: decepciona de novo e vê Pérez vencer
Alexander Albon precisava de um final de temporada perfeito para seguir na Red Bull em 2021. Ao contrário disso, segue mergulhado nas oscilações e, para piorar, ainda viu um rival direto vencer a penúltima etapa do ano, às vésperas da definição dos austríacos
A situação de Alexander Albon para 2021 não para de ganhar contornos dramáticos. Não bastasse o desempenho abaixo da crítica, o tailandês já tinha visto Nico Hülkenberg, um dos postulantes a sua vaga na Red Bull, sentar na Racing Point e andar bem. Agora, no último final de semana, ficou ainda pior: Sergio Pérez, o outro candidato, simplesmente venceu o GP de Sakhir tendo estado na última colocação. O cenário mais crítico possível para Albon.
Dono de uma boa técnica e de carreira interessante nas categorias de base, Alexander impressionou em seu primeiro ano na então Toro Rosso e, com o desempenho fraco de Pierre Gasly na Red Bull, ganhou uma chance de ouro já na equipe principal já em sua temporada de novato. Por ali, nas nove corridas que teve, cumpriu seu papel, deu conta do recado e se garantiu para 2020.
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Acontece que tudo que rolou no segundo semestre do ano passado já ficou completamente para trás, foi apagado por um rendimento opaco durante 2020. Não é exagero algum dizer que Albon, hoje, é menos competitivo do que era Gasly em sua passagem pela Red Bull, por mais que a equipe tente dizer que não. Também é justo afirmar que o tailandês, mesmo tendo ido bem na Toro Rosso, nem de perto lembrou o desempenho do francês pela AlphaTauri. Considerando o histórico recente do time austríaco, Alexander está no lucro só de chegar ao fim do campeonato empregado.
Em seu ano e meio de Red Bull, se tem algo que o jovem piloto não pode se queixar é de falta de respaldo. Sim, sabemos que o carro é feito para Max Verstappen, que a equipe orbita em volta do holandês, mas a realidade é que sempre vai ser assim e que tem de ser assim para tentar buscar a Mercedes. Só que isso não impede que Albon seja competitivo, ou melhor, não deveria impedir.
A realidade é que não é que Alexander se conforme em ser o segundo piloto, antes fosse isso, mas mergulha no meio de um pelotão de carros muito mais fracos que o dele como se isso fosse normal. Enquanto Gasly era sexto colocado em 2019, Alex aparece em oitavo em um ano em que sequer tem a Ferrari na parada. É, certamente, o pior rendimento de alguém na Red Bull desde que Sebastian Vettel e Mark Webber chegaram ao time.
Enquanto tudo isso acontece, a equipe, nas figuras dos poderosos Helmut Marko e Christian Horner, segue bancando Albon, ao menos dizendo publicamente que, para seguir em 2021, o piloto só depende dos próprios esforços. Mas a rara demonstração de paciência não tem sido aproveitada e, quanto mais as cobranças aumentam, menos Alexander rende. E não tem pódio esporádico que mude isso.
No GP de Sakhir, o drama ficou ainda maior, para não dizer que a situação se tornou completamente insustentável. Se já quase nada justificava a sequência de Albon na Red Bull além de sua juventude e da relação da marca Red Bull com a Tailândia, ficou pior com Pérez se tornando um vencedor de corrida com a mediana Racing Point.
Mas não foi só isso, o cenário da corrida ainda é dos mais cruéis. O mexicano chegou a estar em último após ser acertado por Charles Leclerc na largada e foi enfileirando ultrapassagens, empilhando manobras ousadas. Albon, por sua vez, fez tudo o contrário. O tailandês tinha carro, não tinha concorrência de Verstappen, viu a Mercedes entregar a corrida e não aproveitou. E as chances foram boas, afinal, Alexander foi o único a colocar pneus macios para a relargada final, tinha tudo para atropelar a concorrência nas voltas derradeiras com um ótimo carro e o melhor dos pneus, nas melhores condições. Não passou de sexto.
Se é que já não estava, o GP de Sakhir jogou na cara da Red Bull quem é quem dentre as opções para 2021. Sem nem precisar colocar Hülkenberg em discussão, a equipe sabe muito bem que terá, em Pérez, alguém para frequentar pódios, vencer corridas, ajudar Verstappen e pressionar a Mercedes. Mais do que nunca, ficar com Albon para 2021 seria insistir num erro que nem tem mais explicação.
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