A Fórmula 1 que completa 70 anos em 2020 talvez não seja capaz de celebrar 80 anos em 2030. A análise parece catastrófica, mas não vem da boca de qualquer um: o tetracampeão Sebastian Vettel ponderou que, com o mundo mudando mais rápido do que nunca, é impossível garantir que a categoria seguirá viável no futuro de médio prazo.
Vettel não consegue apontar exatamente o que pode causar a ruína da F1 na próxima década, mas sente que novos desafios vão surgir. Vai caber à alta cúpula da categoria fazer os ajustes necessários.
“Acima de tudo, ninguém poderia imaginar a situação atual do mundo, nem mesmo seis meses atrás”, disse Vettel. “A questão é: como o mundo vai estar em 10 anos? É muito difícil olhar isso como uma coisa apenas da F1. Penso que a F1 tem uma montanha enorme para escalar para seguir existindo, atraindo fãs e criando emoção e paixão. O mundo está mudando, e está mudando muito rápido. A F1 precisa fazer mais do que só se adaptar”, refletiu.
A F1 fez movimentos importantes para garantir um futuro atrativo, como a introdução de um teto orçamentário e de um regulamento técnico que promete facilitar ultrapassagens. Só que isso não basta para deixar Vettel tranquilo.
“Claro, eu sei que temos mudanças de regulamento vindo, mas duvido que isso seja suficiente. Acho que, como um todo, a F1 precisa fazer mais do que só mudar o regulamento. Nós todos esperamos que a mudança aproxime as equipes e torne a competição mais acirrada. Só que, fora isso, o mundo está mudando rápido e teremos cada vez mais desafios para encarar. A F1 não pode ficar em silêncio e de olhos fechados. Será interessante ver como serão as coisas em 10 anos, como estará a F1”, ponderou.
Os questionamentos de Vettel acontecem às vésperas de um fim de semana importante. O alemão vai correr pela última vez em Monza como piloto da Ferrari. Apesar de fortes rumores indicando ida para a Aston Martin, atual Racing Point, Seb ainda não fez nenhum anúncio a respeito de 2021.