Carlos Ghosn oficialmente deixou de ser o comandante da Renault. O governo francês, através do ministro da economia Bruno Le Maire, confirmou na manhã desta quinta-feira (24) o desligamento do dirigente, nascido no Brasil e preso desde novembro no Japão sob acusação de fraudes financeiras.
A decisão de Ghosn já está tomada, mas ainda não foi anunciada formalmente – isso acontece já nas próximas horas, durante uma reunião de dirigentes que também deve tratar de definir sucessores nos cargos de presidente e diretor-executivo.
Ghosn cumpria as mesmas funções na Nissan, marca aliada da Renault. O processo na marca japonesa, todavia, foi diferente: horas após a prisão do dirigente, o conselho optou pelo afastamento com efeito imediato.
Carlos Ghosn segue preso no Japão (Foto: Divulgação)
O escândalo explodiu por conta da relação de Ghosn com a Nissan. O Ministério Público do Japão descobriu em investigação que o dirigente usava dinheiro da montadora para fins pessoais. Ao anunciar o desligamento, a Nissan também citou “numerosos atos de conduta errônea”, apesar de não entrar em detalhes. Carlos tentou ser liberado através de fiança duas vezes, mas ouviu respostas negativas. A expectativa atual é de permanência no cárcere ao menos até março.
Apesar da prisão e do escândalo, a Renault já reafirmou o compromisso com a Fórmula 1 em um projeto de continuidade.
Nascido em Porto Velho, Ghosn, de descendência libanesa e dono de cidadania francesa, iniciou sua carreira como executivo na Michelin, sendo contratado pela Renault. O brasileiro passou a fazer parte da Nissan em 1999, depois que a montadora japonesa foi salva pela Renault após esta ter se tornado acionista majoritária.