Próximo do GP, grupo de direitos humanos diz que governo do Bahrein prendeu 20 opositores perto de Sakhir

A Human Rights Watch, organização ligada aos direitos humanos, afirmou nesta quarta-feira (10) que a polícia do Bahrein prendeu 20 opositores em regiões próximas ao circuito de Sakhin, palco do GP do próximo dia 20

A Human Rights Watch, organização ligada a defesa dos direitos humanos, anunciou nesta quarta-feira (10) que a polícia do Bahrein prendeu 20 opositores do governo em cidades próximas ao circuito de Sakhir, palco do GP de F1 do próximo dia 20. O governo barenita nega que tenha efetuado qualquer prisão. 
 
Desde o início de 2011, o Bahrein convive com manifestações por parte dos xiitas, que representam 70% da população do país, contra o regime do rei Hamad bin Isa Al-Khalifa. Os manifestantes, embalados pela Primavera Árabe, cobram reformas políticas e sociais.
 
A presença da F1 também não é vista com bons olhos pelos manifestantes, que desde o ano passado protestam ao redor do circuito de Sakhir. Em 2011, o ambiente tenso fez com que equipes de TV de Finlândia, Japão e Itália não viajassem ao país para a cobertura da prova em Sakhir.
Ecclestone segue ignorando os problemas enfrentados pelo Bahrein (Foto: Bruno Terena/Grande Prêmio)
Assustado com uma bomba que explodiu ao lado de um veículo com membros do time, a Force India deixou, inclusive, de participar do segundo treino livre, para poder voltar ao hotel antes do anoitecer. A postura do time de Vijay Mallya, entretanto, desagradou Bernie Ecclestone, um dos grandes defensores da prova, e a escuderia indiana sofreu represálias da transmissão oficial da F1, que não mostrou seus carros durante a classificação. 
 
De acordo com a Human Rights Watch, as prisões foram feitas sem  mandato e com a aparente intenção de evitar a repetição dos protestos que marcaram a prova de 2012. 
 
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Sameera Rajab, Ministro da Informação, negou as prisões. “Nós negamos qualquer notícia de tais prisões nos últimos dias e, até mesmo, últimos meses”, garantiu. “Ninguém poderia ser preso sem um mandato.”
 
“Isso não acontece no Bahrein. Se há qualquer ação contrária a paz e a segurança, deve ser tratada de acordo com a lei”, defendeu. 
 
A prova barenita foi cancelada em 2011, quando os protestos eclodiram e deixaram 35 mortos. Desde o fim da lei marcial, em junho do mesmo ano, vários protestos aconteceram e normalmente terminaram em confrontos com a polícia. 
 
Fontes locais ouvidas pela Human Rights Watch, afirmam que desde 1 de abril, 30 ataques com policiais mascarados e à paisana tinham como alvo ativistas que vivem próximos ao circuito e que estavam envolvidos nos protestos do ano passado. 
 
Esses ataques, que aconteceram principalmente à noite e ao amanhecer, ocorreram em Dar Khulaib, Shahrakan, Madinat, Hamad e Karzakkan, cidades próximas ao traçado e nas rodovias que ligam à capital Manama. 
 
“Esta última repressão e a forma como está acontecendo levanta novas questões sobre o comprometimento das autoridades do Bahrein com a reforma”, declarou Sarah Leah Whitson, diretora da Human Rights Watch para o Oriente Médio. “Esses ataques e repressões sugerem que os oficiais estão mais interessados em tirar os ativistas de circulação para a corrida da F1 do que em tratar as queixas legitimas que levaram tantos barenitas a tomarem as ruas”, continuou. 
 
De acordo com a organização, pelos menos dois destes presos foram acusados por crimes relacionados à segurança nacional, enquanto outros foram acusados de participar de reuniões ilegais. 
 
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