Punição e confusão com regulamento: como bi de Verstappen veio com anticlímax no Japão

A cereja do bolo de um (negativamente) inesquecível GP do Japão foi a lambança organizacional feita no fim da corrida em Suzuka. Quando Max Verstappen cruzou a linha de chegada na primeira colocação, neste domingo (9), Sergio Pérez e Charles Leclerc travavam disputa pela 2ª colocação da corrida. Na última chicane, o monegasco escapou e cortou caminho, ainda assim ficando à frente do mexicano.

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Mas, evidentemente, o piloto da Ferrari foi punido em 5s pela manobra ilegal. ‘Checo’ alçou ao segundo lugar, Leclerc caiu para 3º. E foi justamente isso que fez Verstappen se tornar campeão mundial — sem ninguém saber. Sem ninguém esclarecer ao público. Uma confusão memorável.

Presumia-se que, pela corrida em Suzuka ter sido reduzida devido à forte chuva na região, que os pontos seriam distribuídos de acordo com a porcentagem total da prova. Após o ocorrido em Spa 2021, a F1 mudou seu sistema de pontuação para corridas incompletas.

Como prevê o próprio regulamento da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), se a corrida tiver somente de 50 a 75% concluídos de suas voltas planejadas, os pontos são distribuídos para os 10 primeiros, de maneira reduzida (1º com 19, 2º com 14, 3º com 12).

Foi com isso em mente que todos abordaram o final da corrida. Neste cenário, portanto, Verstappen não teria sido campeão — com o holandês em 1º e Leclerc em 3º, após a punição, o piloto da Red Bull teria aumentado sua vantagem no Mundial de Pilotos em mais 7 pontos. Para ser bicampeão mundial em Suzuka, Verstappen precisaria abrir mais 8 pontos de vantagem para o piloto da Ferrari.

Mas há um porém na regra, que não foi explicado de maneira clara a jornalistas, fãs, equipes e pilotos, inclusive. Mais precisamente, no artigo 57 do regulamento esportivo da F1. Nele, a FIA esclareceu — somente após o fim do GP do Japão: os pontos reduzidos só se aplicam quando uma corrida é encerrada por uma bandeira vermelha. Caso não, independentemente se a prova foi suspensa em algum momento ou não, os pontos completos são concedidos.

Justamente por toda essa confusão, a comemoração do título foi completamente anticlimática. Verstappen concedeu as primeiras entrevistas sem sequer saber que era campeão. Um clima de incredulidade tomou conta quando Johnny Herbert, entrevistador oficial do dia, comunicou o holandês de seu feito.

Verstappen estava tão sem entender a situação que, na sala do pré-pódio, ao ser abordado por um membro do estafe da FIA — que pediu para o holandês se encaminhar ao cômodo especial, em comemoração ao bi —, o piloto da Red Bull retrucou. “Mas eu não sou campeão mundial. Sou?”. Ninguém sabia o que estava acontecendo.

E foi assim que, com uma bagunça absoluta, Max Verstappen tornou-se bicampeão mundial de Fórmula 1.

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