Racing Bulls rejeita “mágica” com suspensão e câmbio da Red Bull: “Sem briga por título”
Chefe da Racing Bulls, Laurent Mekies argumentou que o compartilhamento de peças entre matriz e cliente existe há tempos e ajuda a tornar o grid mais competitivo
Ainda que o regulamento seja muito bem definido sobre o que pode ou não ser compartilhável entre equipes clientes, o assunto vira e mexe é posto em pauta, principalmente quando a relação em questão é entre Red Bull e Racing Bulls. Mas Laurent Mekies deixou claro que usar câmbio e suspensão da matriz não vai fazer a “mágica” de levar uma equipe de meio de pelotão ao topo.
Equipes clientes são comuns nos esportes a motor. Na F1, além da Racing Bulls, a divisão é feita da seguinte forma: Haas e Sauber são atendidas pela Ferrari; já Williams, Aston Martin e McLaren são clientes da Mercedes; e a Alpine é equipe de fábrica (Renault) até a próxima mudança de regulamento.
Isso significa que, além dos motores, outras peças também podem ser repartidas de acordo com as regras, como a caixa de câmbio e a suspensão, que os taurinos fornecerão à Racing Bulls em 2025. Só que essa proximidade entre duas equipes que estão sob o mesmo guarda-chuva já despertou críticas de rivais, principalmente quando há melhora significativa de performance.
Ao site da revista inglesa Autosport, Mekies, que é chefe da Racing Bulls, defendeu o compartilhamento de componentes e deixou claro que não é um elemento ou outro que fará diferença na competição.

“No início do ano passado, havia um nível de entusiasmo em que as pessoas achavam que poderia haver alguma mágica no fato de alguém pegar uma caixa de câmbio e uma suspensão”, começou o dirigente.
“Mas não se trata de um novo regulamento. Ele existe há 15 anos, e nunca vimos os que pegam esses itens de outra equipe, de repente, lutando pelo campeonato, ou lutando pelos três ou quatro primeiros lugares. Isso nunca aconteceu”, salientou.
“Portanto, é desse jeito. O lobby faz parte da Fórmula 1, mas acho que a realidade do grid é essa mais do que nunca. Havia as quatro principais equipes e o resto. E acho que, como esporte, os componentes compartilháveis existem em grande parte para isso, para evitar que haja uma divisão em grupo 1 e grupo 2, para que possamos correr com 20 carros em um grid competitivo e acirrado. Desse ponto de vista, nada mudou”, completou Mekies.
Em seguida, ao ser perguntado sobre o que espera do regulamento de 2026, disse que aposta em um grid mais desequilibrado no início justamente por causa da mudança. “É isso que os novos regulamentos fazem. Portanto, qualquer coisa que possa evitar que essa dispersão seja muito grande é bom.”
O teto orçamentário é outro argumento forte a favor das equipes clientes. O líder da Racing Bulls argumentou que não faz sentido que os times menores produzam tudo internamente. E foi além: “Os fãs se importam se temos nossa própria caixa de câmbio ou não? Mas pode-se ir um pouco mais longe.”
“É correto gastar tanto dinheiro no desenvolvimento da caixa de câmbio? Para quê? Portanto, acho que foi apenas uma decisão sensata tomada no momento em que estamos tentando manter os custos sob controle e deixar o grid um pouco menos disperso”, seguiu.
“Acho que contribuiu para isso e permite que um modelo de negócios como o nosso ou o da Haas exista sem a necessidade de adicionar mais uma quantidade X de pessoas. Somos mais de 600 pessoas em uma equipe de meio de grid. Acho que deve ser o suficiente para dos carros”, encerrou.
A Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.
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