Red Bull lança RB18 arrojado com asa ‘bico de papagaio’ em revolução da Fórmula 1 2022

Após ser surpreendida por um ‘anúncio-relâmpago’ da Haas, que apresentou a pintura na sexta-feira passada, a Red Bull mostrou ao mundo o novo bólido nesta quarta-feira (9). Seguindo um cronograma que previa ser a primeira a lançar o carro da F1 2022, os austríacos não decepcionaram com o RB18.

Na prática, no fim das contas, é justo dizer que a Red Bull foi, sim, a primeira a ter uma apresentação de verdade. Finalmente, os fãs puderam ter um gostinho maior do que verão, de fato, nas pistas em 2022, em um regulamento que é praticamente todo novo, com carros bem mais simples que os de 2021 em relação ao conceito. No entanto, é bom que se diga: Christian Horner, chefão do time, já promete um bólido bem diferente na pista em relação à apresentação.

Por mais que a pintura seja sempre um momento aguardado, isso virou quase que mero detalhe para 2022. É que a Fórmula 1 passa pela principal revolução de regras em muito tempo e, assim, cada novo aparato aerodinâmico vai chamar bem mais atenção nas apresentações que forem acontecendo.

Antes mesmo do lançamento oficial acontecer, os rubro-taurinos ‘queimaram a largada’ e divulgaram no site de mídia das primeiras imagens do novo carro ― fotos essas, aliás, que foram retiradas do ar pouco depois. Assim como nos últimos anos, a pintura fosca segue presente, com a cor azul predominando ao lado de vermelho, branco e amarelo. Em termos de projeto aerodinâmico, dois pontos se destacaram nas primeiras imagens: o bico bem arredondado, como se fosse bico de um papagaio; asa dianteira, que forma um V; e a asa traseira que tem o centro mais baixo, formando uma espécie de M.

Diferente do antecessor, que tinha as laterais repletas de penduricalhos, o RB18 é um modelo mais simples. O arrojo do design fica por conta de asa menos convencionais.

Outra novidade da apresentação diz respeito ao novo nome da equipe: Oracle Red Bull Racing. A gigante da tecnologia assume uma posição de destaque entre as patrocinadoras e estampa a asa traseira do carro. Chamou a atenção, ainda, a presença, do logo da HRC, a divisão esportiva da Honda, no carro dos energéticas, pouco acima da roda traseira.

O RB18 vai ser o carro com o qual Max Verstappen tentará defender o título da Fórmula 1. Mas, apesar da conquista em dezembro do ano passado, o período de férias esteve longe da tranquilidade para os austríacos. Foi, sem dúvidas, movimentado. Para o bem, com o anúncio da Honda de que seguirá fornecendo motores até 2025, mas também negativamente, com o carro sofrendo para passar nos testes de impacto da FIA.

Outro ponto sensível é o teto orçamentário, que apertou mais o trabalho dos times na construção de um carro que vem quase que do zero. Para Christian Horner, chefe da Red Bull, é um cenário preocupante, mas não só para os austríacos.

“Não é um carro barato, pelo que vimos até agora, em termos de construção, de modo que, inevitavelmente, vai colocar todos sob pressão. Acredito que todas as equipes no paddock estão no limite do orçamento para este ano”, disse em entrevista ao site RacingNews365.com.

Em 2021, com a conquista de Verstappen, a Red Bull encerrou um jejum de sete temporadas no Mundial de Pilotos, já que tinha conquistado o título pela última vez em 2013, com Sebastian Vettel, ainda antes do início da chamada Era Híbrida, amplamente dominada pela Mercedes.

Vindo de uma temporada extremamente disputada, Horner disse que ainda não se recuperou plenamente, mas destacou que já está focado em ir além.

“Mais ou menos, foi uma grande temporada, muito intensa desde a primeira corrida até o final em Abu Dhabi. Em alguns momentos parece que foi ontem, mas também parece que já foi há muito tempo atrás”, contou. “Acho que 2021 ficará marcado na história como um dos grandes anos, eu não consigo lembrar de um ano na Fórmula 1 em que foi tão parelho entre dois pilotos do início até o fim”, seguiu.

“O desafio agora é crescer a partir disso. Nós temos o número 1 no carro, queremos mantê-lo e defender este título com o Max. O que, com as novas regulamentações, será incrivelmente difícil. Nós temos uma competição enorme, mas a motivação é gigantesca e estamos surfando na crista da onda do ano passado”, completou.

Assim como aconteceu no ano passado, Verstappen terá a companhia de Sergio Pérez, mas a nomenclatura do carro traz uma mudança, já que a Red Bull pulou o número 17, previsto originalmente para 2021. Ano passado, por causa da pandemia de Covid-19, a maior parte do regulamento técnico foi congelado, o que resultou em uma versão B do carro de 2020. Assim, o bólido foi batizado de RB16B.

Campeão vigente, Verstappen se disse ansioso para guiar, mas reconheceu que não sabe muito sobre o carro por causa da mudança de regulamento.

“Estou ansioso para voltar ao carro e pilotar, sentir como tudo está. Tive umas boas férias e estou recarregado para pilotar de novo”, garantiu. “Muitas coisas são desconhecidas sobre o carro, mas pessoalmente me sinto bem. O importante é você se preparar mental e fisicamente o máximo possível. Mas, em relação ao carro, eu não sei, temos que ver como vai se comportar na pista”, comentou.

“Eu só faço o que faço sempre, não vejo razão para que mude de repente. É claro que como piloto, agora com as novas regras, você tem que se acostumar com o carro. Você não simplesmente entra no carro e consegue melhorar em relação ao último ano, essa vai ser a maior adaptação. Mas de resto, acho que é continuar no mesmo caminho”, ponderou.

Em 2021, Verstappen acabou com o título com 395,5 pontos, 8 a mais que Lewis Hamilton. Pérez, por sua vez, foi quarto colocado, com 190 tentos anotados. No fim, o mexicano acabou prejudicando o time na batalha pelo Mundial de Construtores, mas foi peça fundamental para a taça de Max, atrapalhando Hamilton em diversas disputas duras, inclusive na decisão, em Abu Dhabi.

A pré-temporada da Fórmula 1 acontece entre os dias 23 e 25, em Barcelona. E a próxima apresentação marcada é a da Aston Martin, agora já no esquema maratona: nesta quinta-feira (10).

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