Red Bull larga favorita no Bahrein. Ferrari se defende e Aston Martin é agente do caos

Ainda que a diferença no Bahrein tenha sido menor do que os treinos livres e a pré-temporada sugeriram, a Red Bull ratificou o posto de comando do grid com uma primeira fila contundente de Max Verstappen e Sergio Pérez. O domingo pode revelar a verdadeira face dos taurinos, por isso a Ferrari tratou de guardar as armas, mas há um elemento surpresa: a Aston Martin. E é aqui a graça deste início da F1 2023

A Fórmula 1 2023 começa com a confirmação daquilo que se viu ao longo da pré-temporada e dos treinos livres. A Red Bull é a equipe a ser batida e, cada vez que vai à pista, deixa a impressão que pode fazer mais, como aconteceu na classificação deste sábado (4) no Bahrein. Não se deixe enganar por uma diferença menor do que a esperada – apesar da tentação de dizer que o campeonato tende a ser mais equilibrado. A verdade é que os taurinos conquistaram uma primeira fila de forma natural, sem forçar demais e se deram ao luxo de usar todos os jogos de pneus disponíveis. Portanto, a equipe austríaca larga favorita neste domingo em Sakhir.

Pole pela 21ª vez na carreira na F1, Max Verstappen cravou o tempo de 1min29s708 na fase final da sessão que formou o grid de largada. A performance em volta única não surpreende; o que chamou a atenção foi a forma como foi obtida: sem erros e sem excessos. Além disso, a prova de que o desempenho do RB19 é real veio com Sergio Pérez. O mexicano também foi capaz de virar na casa de 1min29s, sem grandes problemas. E a diferença de 0s138 é só mais um elemento de preocupação para quem tem a tarefa de tentar entrar na briga com os taurinos.

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Outra peça desse tabuleiro se chama ritmo de corrida – na verdade, o favoritismo da Red Bull está nisso. A performance apresentada até agora assusta, embora a realidade dos fatos só seja mesmo revelada no domingo. De toda a forma, o desempenho em cima dos pneus C3 é consistente – Verstappen andou sempre entre 1min36s6 e 1min37s3, enquanto a Ferrari, por exemplo, andou já na casa de 1min38s. Há outro ponto: são de Verstappen as melhores marcas com os três tipos de pneus disponíveis no Bahrein. E se a pré-temporada foi um indicativo, a resposta é que a diferença tende a aumentar.

Por isso, a Ferrari tenta se defender. Depois de esconder o jogo durante a pré-temporada e até mesmo nos primeiros treinos em Sakhir, a equipe italiana não teve como deixar de se apresentar como é, de fato. A SF-23 é muito veloz, assim como sua antecessora nessa fase do ano. Os engenheiros em Maranello se concentraram em dar velocidade de reta ao carro, empurrado por um motor poderoso. E ainda que o ritmo de corrida não possa ser comparado ao do carro taurino, o modelo vermelho tem lá suas armas.

E isso ficou claro na decisão estratégica da equipe. Mesmo com Charles Leclerc muito perto da primeira fila nos instantes finais do Q3, a Ferrari decidiu reservar um jogo de compostos vermelhos para a corrida de domingo. A posição de largada – o terceiro posto – ajuda em uma melhor tração, que pode garantir uma liderança após o apagar das luzes. A partir daí, a escuderia passa a comandar a prova e a tática. É uma jogada arriscada, mas não deixa de ser interessante. Mas há, claro, alguns pontos.

Charles Leclerc sequer usou o último jogo de pneus macios no Q3 do Bahrein (Foto: AFP)

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O primeiro deles é que a Red Bull tem um jogo de macios de uma única volta – lembra da bandeira vermelha do próprio Leclerc no início da classificação? Pois é, a equipe austríaca deve usar esse set para a largada. Outra questão é a Aston Martin. A verdinha ainda é uma incógnita e corre por fora nesse momento. Ninguém sabe ao certo como será o ritmo de corrida real da equipe que tem Fernando Alonso como trunfo. De toda a forma, dá para dizer que a esquadra de Maranello tenta confundir os adversários taurinos, ao mesmo tempo em que se defende de um potencial ataque do bicampeão nas primeiras voltas.

E há de registrar também: o quinto tempo de Alonso na classificação pode ter deixado um gosto amargo diante do desempenho nos treinos livres, mas pareceu muito verdadeiro quando a coisa foi para valer mesmo, especialmente porque Red Bull e Ferrari também elevaram o sarrafo. Mas a corrida, como de costume, pode contar uma história diferente. Então, ainda não dá para descartar o asturiano da briga, que tende a ser um agente do caos neste domingo.

Por fim, há a Mercedes. A octacampeã viveu uma classificação de altos e baixos. Em alguns momentos, como no Q1 e início do Q2, pareceu que os engenheiros enfim haviam desvendado os mistérios de configuração do W14. Mas foi só ilusão. George Russell e Lewis Hamilton – sexto e sétimo, respectivamente – deixaram a sessão com a mesma sensação de que, em volta única, esse é o limite do carro alemão.

Fernando Alonso é o agente do caos (Foto: Aston Martin)

A dúvida, também diante da montanha-russa em que vive a garagem da esquadra de Toto Wolff, é saber que tipo de desempenho em corrida a equipe vai ter. Se seguir com a premissa de que vai existir um salto de qualidade, a primeira corrida do ano tendo a ter surpresas das mais interessantes, apesar do cenário dominante que a Red Bull impõe agora.

O GP do Bahrein de Fórmula 1 continua a corrida, no domingo, que tem largada marcada para as 12h [de Brasília, GMT-3]. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO e em TEMPO REAL e traz a NARRAÇÃO da CLASSIFICAÇÃO e da CORRIDA em parceria com a Voz do Esporte.

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