Sauber diz que Bortoleto “já era o escolhido”, mas admite dúvida: “Em 2025 ou 26?”

Diretor operacional e técnico do projeto da Audi na Fórmula 1, Mattia Binotto afirmou que nunca teve dúvidas de que Gabriel Bortoleto seria o nome certo para ocupar o assento que estava disponível na Sauber ao lado de Nico Hülkenberg. A grande questão, no entanto, era saber se o brasileiro assumiria o posto em 2025 ou apenas no ano seguinte — e foi aí que, de acordo com o italiano, as performances de Oliver Bearman e Franco Colapinto desempenharam um papel importante.

O jovem da Prema apareceu no grid pela primeira logo no início do ano, no GP da Arábia Saudita, quando tomou o controle da Ferrari de Carlos Sainz. Meses depois, Bearman também foi escalado para substituir Kevin Magnussen nos GPs do Azerbaijão e de São Paulo, na Haas. O argentino, por sua vez, foi escolhido por James Vowles, chefe da Williams, para entrar no lugar de Logan Sargeant a partir do GP da Itália, realizado no início de setembro. Apesar da inexperiência, ambos conseguiram agradar por causa dos resultados conquistados.

Binotto, no entanto, não ficou surpreso com o que viu, principalmente quando falou sobre Oliver, com quem possui uma boa relação desde os tempos em que esteve no time de Maranello. E garantiu que o bom desempenho do britânico e de Colapinto não tiveram influência na escolha por Bortoleto, já que o atual líder da Fórmula 2 sempre esteve na frente na briga contra Valtteri Bottas — atual titular — e Mick Schumacher pelo assento.

“Sei o quão bons alguns dos jovens pilotos são. Conheço Ollie muito bem por causa da minha experiência passada — ele fazia parte da nossa academia de pilotos [na Ferrari] na época. Sabia que Ollie poderia ir muito bem na F1 e isso não foi uma surpresa para mim, ver o quão bem ele está se saindo hoje”, disse em entrevista ao site norte-americano Racer. “Acho todos estão indo muito bem, e isso é ótimo. É ótimo para a F1. Mas confio em todos eles — sei que podem ir bem, e não acho que estava esperando vê-los indo bem para tomar uma decisão”, garantiu.

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“Acompanhei a carreira do Gabriel, certamente de maneira ainda mais intensa nas últimas semanas e meses. Eu o vi correndo, fiquei impressionado com a velocidade, o potencial, mas também com a capacidade de se desenvolver e melhorar. Acho que ele é um dos pilotos mais talentosos e de alto potencial que temos como novatos e, para a Audi, estava óbvio — tínhamos de ir em frente. Então, teríamos escolhido Gabriel de qualquer maneira”, revelou.

Entretanto, Mattia explicou que o único impasse era em relação ao momento da estreia de Bortoleto, como foi antecipado pelo GRANDE PRÊMIO durante o fim de semana do GP de São Paulo, em Interlagos. Neste ponto, o dirigente admitiu que as performances de Bearman e Colapinto influenciaram, sim, na decisão, pois percebeu que os novatos não precisam passar um ano na reserva para conseguirem se adaptar aos carros e ao ritmo da F1.

“A segunda pergunta que nos fazíamos era se [a estreia] deveria ser logo em 2025 ou se deveríamos dar a ele algum tempo para se desenvolver e então, talvez, adiar para 2026. Mas, sim, também ver jovens pilotos indo bem na F1 me deu mais confiança com o fato de que Gabriel pode ir muito bem desde o começo. Se houve algum fator, esse foi o que me convenceu”, reconheceu.

“Não no sentido de fazermos a escolha por um jovem e interessante piloto para a Audi — algo que é importante e essencial para o projeto —, mas no sentido de quão cedo isso poderia acontecer. E, novamente, estou convencido de que ele vai se sair bem desde o começo”, finalizou.

A Fórmula 1 agora volta às pistas para o GP de Las Vegas, nos Estados Unidos, entre os dias 21 e 24 de novembro. Depois, realiza corridas no Catar, última sprint do ano, e Abu Dhabi.

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