Pérez defende introdução de grid invertido na Fórmula 1: “Muito mais ultrapassagens”

Assim como nos últimos anos, a Fórmula 1 mais uma vez considera alterar o formato dos finais de semana com corrida sprint a partir de 2024. O fato é que a programação atual ainda não caiu no gosto da maioria dos pilotos, e a falta de ação na maioria das provas preliminares de 2023 costuma gerar respostas contrárias à sua realização. Sergio Pérez também acredita que a forma da disputa está equivocada e, em sua opinião, correr com o grid invertido na largada poderia proporcionar mais momentos de emoção.

“Acho que, se eles quiserem manter as corridas sprint, temos de mudar o formato”, opinou Pérez. “Eu sugeriria um grid invertido, algo assim, para aumentar o interesse para os fãs, porque não acho que está funcionando. Nada realmente acontece nesse tipo de prova”, admitiu.

“Acho que isso mexeria com as coisas e criaria mais oportunidades, teríamos muito mais ultrapassagens”, avaliou. “Se quisermos manter esse formato, precisamos tentar algo diferente. Porque acho que, nos últimos dois anos, esses eventos não trouxeram boas corridas”, apontou Pérez.

Lando Norris, que largou na pole da corrida sprint de São Paulo e perdeu a ponta para Max Verstappen ainda na primeira curva, decidiu não opinar sobre o assunto. Segundo o inglês, a visão dos pilotos não é levada em consideração pela categoria, que fará o que os chefes de equipe decidirem.

“Sobre as corridas sprint? Não [quero opinar]. Não sei, não importa o que a gente diga. Nossas escolhas raramente possuem algum efeito sobre alguma coisa, especialmente com isso. Então, tudo parece ditado pelos chefes de equipe e pelo que eles querem fazer”, disparou.

A corrida sprint de Interlagos apresentou um desgaste de pneus muito maior do que o esperado pelos pilotos, o que fez com que a maioria precisasse economizar a borracha desde o início. Verstappen, por exemplo, disse que passou a cuidar dos compostos já a partir da volta de aquecimento, mas Norris afirmou que diminuir o desgaste seria ainda pior para o espetáculo.

“Vocês dizem que não estamos forçando, mas aceleramos até o limite que temos”, pontuou Norris. “É claro que você não pisa como na classificação, acho que nunca é como nas classificações na Fórmula 1. Mas, aparentemente, vocês viram boas corridas”, comentou.

“Então, se todos estiverem forçando ao máximo, diria que teríamos ainda menos ultrapassagens do que temos hoje. Neste sentido, você teria uma corrida mais chata, o que não é o que você quer”, avaliou.

O britânico, apesar de não apoiar pneus mais duráveis, disse que a pilotagem na sprint de sábado foi “pouco prazerosa”. Lando admitiu que ter de controlar constantemente o desgaste torna o trabalho ainda mais exigente para os pilotos, mas ressaltou que, sem a degradação, as corridas teriam ainda menos ultrapassagens.

“Acho que o que tivemos no sábado foi duro e pouco prazeroso. Você não sente que está acelerando tanto, mas ainda está pilotando no limite da aderência que tem. É um desafio para nós ao volante”, explicou.

“Acho que é animador para as pessoas que entendem e para aquelas que não entendem também. Porém, se não tivéssemos desgaste, diria que não teríamos uma ultrapassagem sequer a corrida inteira” salientou.

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