Pérez passa Leclerc na largada e vence caótico GP de Singapura. Verstappen é 7º

Sergio Pérez foi o grande nome de uma corrida problemática para receber o GP de Singapura de volta após três anos. Título de Max Verstappen fica para o Japão

TUDO SOBRE O GP DE SINGAPURA DE FÓRMULA 1 | Briefing

A tempestade que banhou a região de Marina Bay na manhã deste domingo (2), noite no horário local, deu o primeiro sinal do que seria um GP de Singapura problemático. E assim foi, com muitos problemas, batidas e atrasos. Mas uma coisa mudou somente na largada: a liderança. Sergio Pérez tomou a ponta de Charles Leclerc na primeira curva e nem foi ameaçado pela maior parte da prova. Vitória do mexicano, a segunda da temporada 2022.

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Pérez partiu realmente muito bem, com velocidade de reação bem maior que a do pole Leclerc. No sábado, após a classificação, dissera estar em posição de ataque com relação ao rival, e foi o que fez. Atacou, tomou e, embora não tenha sumido na frente, jamais permitiu recuperação, mesmo em meio às intervenções do safety-car. Houve uma breve briga após a última entrada do safety-car, mas o mexicano saiu vencedor. O único porém é que os comissários ficaram de investigar depois da corrida uma possível falta de ‘Checo’ por emparelhar com o carro de segurança. Caso punido e dependendo da punição, o resultado pode até ser alterado.

Faltou força da Ferrari para conseguir atacar a Red Bull. Numa pista em que ultrapassar é bastante complicado, talvez ficar na frente fosse suficiente para sair com a vitória, mas a largada de Pérez impossibilitou que isso acontecesse. Leclerc ficou mesmo em segundo, seguido por Carlos Sainz. O espanhol tomou o terceiro lugar também na largada, após duelo com Lewis Hamilton, e mal apareceu no restante da corrida.

Max Verstappen ficou longe de confirmar o bicampeonato mundial. Após largar mal e cometer um erro numa das relargadas, quando tentava ultrapassar Lando Norris, o líder da F1 ainda ficou no lucro após terminar em sétimo. Pérez, Leclerc, Sainz, Norris, Daniel Ricciardo, Lance Stroll, Verstappen, Sebastian Vettel, Hamilton e Pierre Gasly fecharam o top-10.

Foi uma corrida de recorde. Fernando Alonso chegou à largada #350 e superou o número de Kimi Räikkönen, tornando-se o piloto mais longevo da história da categoria. O dia de comemoração era bom para ele, que segurava o quinto lugar impossibilitando os ataques de Verstappen, até o carro parar sozinho e forçar o abandono.

O problema de Alonso foi apenas mais um dos vários. O companheiro dele na Alpine, Esteban Ocon, também saiu da corrida após o carro começar a soltar fumaça sem parar. Guanyu Zhou e Nicholas Latifi bateram um no outro, deixando a prova, enquanto Alexander Albon e Yuki Tsunoda pararam após encontros com o muro. Na batida entre Zhou e Latifi e após o acidente de Tsunoda, o safety-car tomou a pista; nas outras situações, apenas o VSC. Tudo isso contribuiu para atrasar uma corrida que já tinha largado mais de uma hora depois do horário original. Assim, a prova teve de terminar no limite de duas horas de duração, não no número de voltas.

O Mundial de Fórmula 1 continua já na próxima semana, entre os dias 7 e 9 de outubro, em Suzuka, com o GP do Japão.

Sergio Pérez venceu a segunda dele em 2022 (Foto: Red Bull Content Pool)

Confira como foi o GP de Singapura:

A previsão do tempo não adiantava chuva para a noite do GP de Singapura, mas foi exatamente o que aconteceu uma hora antes daquela programada para a largada da corrida em Marina Bay. E uma tempestade, na verdade, chuva torrencial que chegou a inundar parte das arquibancadas em dado momento. A Fórmula 1 rapidamente anunciou que a largada estava atrasada e faria novas avaliações para definir a hora da largada.

O suspense começou por aí. A primeira meia-hora virou mais 15 minutos e mais 15 depois destes. Até que, finalmente, a decisão de definir o horário da largada para as 21h05 locais [10h05 de Brasília]. Mais de uma hora de atraso, portanto. A dúvida passava a ser se a largada seria parada, como normalmente acontece, ou em movimento, atrás do safety-car.

Quando o pit-lane abriu e permitiu que os pilotos tomassem a pista para uma volta de teste antes de alinhar no grid, a divisão foi praticamente meio a meio: metade saiu de pneus de chuva extrema, metade de intermediários. A definição foi que era melhor sair de intermediários. A largada parada foi confirmada, também.

Charles Leclerc largava na pole e tinha a companhia de Sergio Pérez e Lewis Hamilton logo atrás. A única diferença para a classificação era o fato de George Russell, que deveria ser 11º, partir do pit-lane após fazer trocas no motor. Todos que estavam atrás dele ganhavam uma posição, assim.

Chuva atrasou largada da F1 em Marina Bay (Foto: Reprodução)

Quando as luzes apagaram, Pérez teve um tempo de reação bastante superior ao de Leclerc e tomou a primeira colocação. Carlos Sainz partiu por dentro e passou Hamilton, que acabou sem espaço e tendo de contornar por fora da pista. Lando Norris ultrapassou Fernando Alonso e era o quinto.

A situação de Max Verstappen era interessante, porque o líder do campeonato saiu muito mal e caiu do oitavo para o 13º lugar. Por outro lado, Sebastian Vettel fazia o caminho exatamente contrário e saía de 13º para o oitavo posto.

Verstappen agiu rápido e deixou Lance Stroll e Kevin Magnussen para trás. Ainda avisou que o piloto da Haas tinha um pedaço de endplate solto na asa dianteira. Hamilton aproveitava para reclamar. “Fui acertado por Sainz na largada, ele me mandou para fora”, acusou. Disse ainda que não tinha muita aderência nos pneus intermediários.

Enquanto Leclerc tentava manter o contato com Pérez, Verstappen deixava Yuki Tsunoda para trás e já ocupava o nono lugar. Vettel e Pierre Gasly eram os próximos alvos, mas demoraria algumas voltas até que conseguisse encostar.

Entre voltas que iam melhor para um e para o outro, a diferença entre Pérez e Leclerc flutuava entre 1s e 1s2. Não havia ataque, mas estavam próximos. Fora da zona de pontos, Magnussen recebia a bandeira laranja e preta para ir aos boxes trocar a asa, que estava com um pedaço realmente solto.

Um abandono! Na oitava de 61 voltas, Guanyu Zhou estava parado na pista e representava o primeiro piloto fora da brincadeira. O chinês, que vivia a primeira corrida relativamente perto de casa desde que chegou à F1 e tinha a presença da família na garagem da Alfa Romeo, tentava ultrapassar Nicholas Latifi, quando o canadense deu uma fechada brusca demais e causou o contato na curva cinco. Suspensão quebrada e fim de papo. Latifi teve um furo de pneu e teve de ir aos boxes, mas a Williams avaliou que o carro estava danificado demais e também encerrou a participação dele. Safety-car na pista e dois pilotos a menos.

Latifi acerta Zhou e ambos abandonam o GP de Singapura de F1 (Vídeo: Reprodução/F1 TV)

O retorno às condições de bandeira verde veio na 12ª volta. Leclerc não conseguiu atacar Pérez, mas Verstappen não estava muito na vontade de negociar. O piloto holandês foi para cima de Vettel e Gasly, passando rapidamente ambos. Vettel tinha ritmo superior a Pierre e tentava deixá-lo para trás também, sem sucesso. Verstappen já chegava ao sétimo lugar.

A McLaren avisava a Norris que o objetivo era fazer o jogo de pneus intermediários era “fazer durar mais que todos os outros”, ao passo que o piloto respondia que a situação começava a mudar, com mais aderência nas partes secas da pista e escorregadio nas molhadas. Parece óbvio, mas era diferente no começo da corrida. Sainz deu a letra para a Ferrari. “Estamos perto de usar slicks”, falou.

Verstappen estava travado atrás de Alonso e não conseguia passar de jeito nenhum. O carro estava claramente bom, como ficava demonstrado cada vez que ficava de rosto para o vento e tinha de se aproximar de alguém, mas ultrapassar era bastante complicado. Mas as coisas se facilitaram pelo poder da sorte: Alonso tinha problemas no motor.

O bicampeão mundial, no dia em que passou Kimi Räikkönen e se tornou o piloto com mais participações na história da Fórmula 1, teve de encostar o carro de dizer adeus. VSC em ação para evitar nova intervenção do carro de segurança.

Apesar de não ter busca coletiva pelo pit-stop na janela do VSC, George Russell, preso na 16ª posição após largar do pit-lane, parou e foi o primeiro a colocar pneus de pista seca, os médios. Assim que voltou, relatou: “não tem aderência”. Mas quis ficar na pista, apesar do erro, para não estragar a corrida de vez fazendo uma parada a mais.

Fernando Alonso abandonou o GP de Singapura quando vinha em sexto lugar (Foto: reprodução/F1TV)

Enquanto Russell tentava recuperar algum ritmo, Alexander Albon apareceu no muro com o outro carro da Williams. Novamente VSC em ação. Pérez abria 3s para Leclerc no meio disso, e Verstappen se aproximava de Norris.

Albon conseguiu levar o carro até os boxes, mas, assim como aconteceu com Latifi, a Williams avaliou e entendeu que não tinha condições. Muitos abandonos? Um instante depois, Esteban Ocon foi quem parou na pista com o carro soltando muita fumaça. As duas Williams e as duas Alpine, além de Zhou, estavam fora da corrida com menos de metade das voltas.

A Ferrari chegou a colocar os mecânicos a postos, com pneus intermediários, mas nem Sainz ou Leclerc entraram. Apenas uma peça?

No momento de retomada da bandeira verde, Verstappen mergulhou para cima de Norris. Os dois ficaram lado a lado, mas o líder da F1 teve de catar no freio para evitar uma batida. “Isso foi perigoso”, falou Norris, que manteve a posição e viu Max se afastar um pouco.

Na volta 32, Leclerc andou bem e se aproximou de Pérez, mas nem perto do suficiente para atacar. Enquanto isso, Pérez questionava a possibilidade de usar pneus slicks, e a equipe respondia que Russell ainda não andava tão rápido com estes.

A transmissão oficial acompanhava Hamilton quando o heptacampeão mundial passou reto na curva sete e acertou de frente a barreira de proteção. Por sorte dele, conseguiu manobrar o carro e voltar exatamente entre Norris e Verstappen. “Acho que o carro não está danificado”, avisou.

Lewis Hamilton se meteu no meio da briga entre Max Verstappen e Lando Norris (Foto: Mercedes)

Na volta 33, o começo da rodada de pit-stops para colocar pneus slicks. Gasly foi o primeiro, mas Tsunoda, Bottas e Magnussen já apareceram na volta seguinte. Valtteri, inclusive, usou pneus macios. Aí, Pérez, Leclerc e Sainz. Quando a volta 36 terminou, só Norris e Daniel Ricciardo seguiam de intermediários.

Antes da retomada da corrida, Tsunoda foi quem deslizou de pneus frios e foi parar no muro da curva dez. Novo safety-car na pista e mais um abandono. Como estava claro que não daria para terminar as 61 voltas previstas em menos de duas horas, a direção de prova mudou a contagem na TV: o número de giros virou um relógio em contagem regressiva. A prova terminaria em pouco mais de 30 minutos.

“Desculpa, pessoal, eu ferrei tudo”, lamentou Hamilton no rádio da Mercedes, ainda pensando no erro anterior, e ouviu uma palavra de incentivo de Peter Bonnington, engenheiro de corrida.

Após alguns minutos, o anúncio de que o safety-car iria recolher. Pérez abusava da sorte e se aproximava muito do carro de segurança. “Respeite a distância para o SC”, mandava a Red Bull. Todo mundo já tinha trocado pneus àquela altura, até as McLaren, que deram sorte com o momento do safety-car.

Pérez defendeu o primeiro lugar, mas Leclerc vinha para ficar colado. No meio do pelotão, Verstappen travou os pneus e passou direto na curva cinco após tentar passar Norris. Péssimo para a corrida dele, que caiu para a frente de Hamilton, mas pediu para fazer novo pit-stop. Tinha pneus desgastados e queria colocar um jogo de macios, o que empurrou o líder do campeonato para o 14º e último lugar. Russell ficaria com a honrosa posição em seguida, após sofrer um furo de pneu. Schumacher passou pelo mesmo.

“Estou com um problema com a dirigibilidade do motor”, reclamou Pérez. Leclerc encostava e, com o DRS permitido, atacava, enfim. Os ataques duraram mais ou menos três voltas, com DRS e tudo, até que Charles se exaltou demais na curva 14, perdeu o tempo de freada e deixou o contato para longe. Pérez se aproximava da vitória. Havia, entretanto, uma notícia: seria investigado após a corrida por desrespeitar o regramento sob safety-car pelo fato de emparelhar com o carro de segurança duas vezes.

Verstappen ainda fazia fila após os problemas com Russell e Schumacher. Rapidamente, tirou Magnussen, Bottas e Gasly do caminho. Nos últimos minutos, chegou a Hamilton e Vettel. Lewis, em jornada complicada, passou direto numa das curvas novamente e abriu o caminho para os outros dois. Max passou Seb na última volta para ficar com o sétimo lugar. Se a Mercedes esperava briga pela vitória, Hamilton terminou em nono e Russell ainda fez outro pit-stop.

Vitória de Pérez, a segunda dele na temporada 2022 e quarta na carreira. Verstappen sai sem matar a briga pelo título, que segue de pé para o GP do Japão.

F1 2022, GP de Singapura, Marina Bay, Resultado Final (com punição à Pérez):

1S PÉREZRed Bull RBPT59 voltas +5s
2C LECLERCFerrari+2.595 
3C SAINZFerrari+15.305 
4L NORRISMcLaren Mercedes+26.133 
5D RICCIARDOMcLaren Mercedes+58.282 
6L STROLLAston Martin Mercedes+1:01.330 
7M VERSTAPPENRed Bull RBPT+1:03.825 
8S VETTELAston Martin Mercedes+1:05.032 
9L HAMILTONMercedes+1:06.515 
10P GASLYAlphaTauri RBPT+1:14.576 
11V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+1:33.844 
12K MAGNUSSENHaas Ferrari+1:37.610 
13M SCHUMACHERHaas Ferrari+ 1 Volta 
14G RUSSELLMercedes+ 2 Voltas 
15Y TSUNODAAlphaTauri RBPT NC
16E OCONAlpine NC
17A ALBONWilliams Mercedes NC
18F ALONSOAlpine NC
19N LATIFIWilliams Mercedes NC
20G ZHOUAlfa Romeo Ferrari NC
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