Toyota rejeita comparação com passado e diz que parceria com Haas “não é retorno à F1”
Akio Toyoda, CEO da Toyota, falou à imprensa e negou que atual iniciativa com a Haas seja similar ao período em que marca japonesa montou equipe na F1
A Toyota surpreendeu a todos ao anunciar que formará uma parceria técnica com a Haas a partir do GP dos Estados Unidos de Fórmula 1, marcado entre os dias 18 e 20 de outubro. CEO da companhia, Akio Toyoda, fez questão de ressaltar que a iniciativa atual pouco tem relação com o período em que a marca japonesa esteve na categoria como equipe.
Revelada na noite desta quinta-feira (10) no Brasil, manhã de sexta no Japão — local do anúncio —, a parceria da Haas com a Toyota Gazoo Racing, braço automobilístico da marca japonesa, consiste em compartilhar conhecimento e competências técnicas, além de trocas comerciais.
A parceria tem como objetivo avançar o desenvolvimento e a competitividade da Haas na Fórmula 1, enquanto a Toyota evolui as habilidades em diversas áreas, aprendendo com um time presente na principal categoria do esporte a motor.
“Por favor, tenham certeza de que as manchetes de amanhã não sejam: ‘Toyota finalmente retorna à F1′”, declarou Toyoda.

A passagem da Toyota como equipe de Fórmula 1 não teve muito brilho. O time ingressou ao campeonato de 2002, após um ano de preparação com diversos testes privados — foram mais de 21 mil km, praticamente o dobro da distância percorrida por qualquer piloto do grid durante as 17 corridas da época. A estreia foi com Mika Salo e Allan McNish, que era ligado à Toyota no endurance.
A primeira temporada foi um desastre, terminando na décima posição de 11 equipes, com míseros dois pontos, atrás da Minardi e só à frente da Arrows. Vale destacar que naquela época somente os seis primeiros pontuavam, e Mika Salo foi sexto nos GPs da Austrália e Brasil — a zona de pontuação mudou para os oito primeiros a partir de 2003.
O restante da passagem da Toyota como equipe pela F1 não foi tão ruim como na primeira temporada, mas longe de ter deixado saudades. Não faltou tentativa aos japoneses para buscar, ao menos, uma vitória. Tentaram com Mike Gascoyne assumindo a parte técnica, além de Ralf Schumacher, Jarno Trulli, Olivier Panis, Kamui Kobayashi e Timo Glock na pista, além dos brasileiros Cristiano da Matta e Ricardo Zonta assumindo a pilotagem.
O ápice foi em 2005, quando Ralf Schumacher terminou na quarta colocação naquele campeonato, vencido por Fernando Alonso. Foi a mesma posição do time japonês no Mundial de Construtores.
Ao final de 2009, sem nenhuma vitória, a Toyota deixou a Fórmula 1 alegando razões econômicas. No entanto, a falta de resultados sempre ‘assombrou’ essa decisão. No total, em oito temporadas, a equipe japonesa competiu em 140 GPs, conquistou 13 pódios e fez 278,5 pontos
O CEO da Toyota, durante o anúncio da parceria com a Haas, disse que sentiu não poder proporcionar aos pilotos japoneses uma oportunidade na Fórmula 1, mas garantiu que a decisão foi acertada ao deixar a categoria. O dirigente sonha com o dia em que um piloto da Super Fórmula Japonesa assuma uma vaga na F1.

“Acho que, em algum lugar no fundo do coração, aquele cara mais velho, comum e que ama carros, Akio Toyoda, sempre se arrependeu de ter fechado portas aos jovens japoneses ao sair da Fórmula 1. Dito isso, com a mídia de olho em todos meus passos, tenho dizer que, como presidente da Toyota, deixar a F1 não foi uma decisão errada”, comentou Toyoda.
“Gostaria de ver o dia em que um piloto da Super Fórmula assuma os volantes dos carros mais rápidos do mundo”, encerrou o CEO da Toyota.
O GP dos Estados Unidos, que marca a primeira aparição da marca Toyota Gazoo Racing nos carros da Haas, está agendado para acontecer no dia 20 de outubro, no Circuito das Américas, em Austin, no Texas. A prova terá cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.
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