Uralkali aciona justiça para apreender carros da Haas após descumprimento de acordo
A Haas terá de pagar em caráter imediato o dinheiro que deve à Uralkali, caso contrário corre o risco de ter carros apreendidos pela justiça assim que o GP dos Países Baixos terminar
A empresa russa Uralkali, ex-patrocinadora da Haas, entrou com ação na justiça nos Países Baixos exigindo a apreensão dos carros do time americano. A atitude foi tomada após a esquadra chefiada por Ayao Komatsu descumprir decisão judicial de tribunal suíço e não devolver o dinheiro investido depois do rompimento da parceria.
Exportadora de fertilizantes de potássio, a Uralkali se uniu à Haas graças à chegada de Nikita Mazepin, filho do proprietário da companhia, ao time na temporada 2021 da Fórmula 1. Entretanto, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia no início de 2022, a equipe optou por desfazer a ligação com a antiga parceira e dispensou os trabalhos do piloto.
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A Uralkali, então, foi aos tribunais para reaver o dinheiro que já havia sido investido e venceu a ação após decisão do tribunal de justiça da Suíça constatar que a esquadra estadunidense teve a oportunidade de devolver os € 12 milhões (R$ 74 milhões, na cotação mais recente) e não o fez.
A notícia foi primeiro publicada pelos sites neerlandeses RacingNews365 e Formula.Hu, que informaram ainda que avaliadores estiveram no paddock quinta-feira (22) à noite para checagem os equipamentos da Haas. A Uralkali solicita que a apreensão total dos ativos da Haas ocorra após o GP dos Países Baixos, entre 20h e 7h assim que a corrida terminar.
A Uralkali,então, emitiu nota confirmando a veracidade das informações. “Estamos conscientes que os oficiais de justiça dos Países Baixos, acompanhados pela polícia, chegaram ontem à noite no paddock da Haas e fizeram um inventário de todo o equipamento de corrida e outras propriedades. É uma consequência esperada da negativa da Haas em obedecer a decisão da mediação que deve conceder pagamento e um carro de corrida para a Uralkali.”
“A decisão foi definida em 12 de junho com efeito imediato e foi ignorada pela Haas. A Haas teve dois meses para cumprir a decisão e, como reportado anteriormente, a Uralkali entrou em contato com representantes da Haas com opções sobre como realizar o pagamento e para onde enviar o carro, sem jamais receber uma resposta clara”, continuou.
“Não há e nunca houve sanções que impedissem a Haas de cumprir suas obrigações na totalidade. Mesmo assim, não cumpriram. Estamos contentes em saber que, após a visita das autoridades neerlandesas, a Haas finalmente prestou atenção à decisão judicial. A Uralkali não quer nada mais que receber o que foi indicado durante um processo judicial justo e espera que a Haas possa retificar rapidamente a situação para que todas as partes possam seguir em frente”, finalizou.
A Haas também se manifestou e garantiu que “pretende pagar todos os valores devidos à Uralkali de acordo com a sentença arbitral, e não há disputa sobre os valores devidos”.
“A Haas tem trabalhado com seus advogados para garantir que o pagamento esteja em conformidade com todas as leis e regulamentos de sanções relevantes dos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e Suíça. Vamos continuar trabalhando com a Uralkali nos próximos dias para resolver definitivamente esse assunto”, encerrou.
Caso os bens da Haas sejam, de fato, apreendidos, a participação da equipe no GP da Itália, já no próximo final de semana, ficará seriamente ameaçada. O time, contudo, está confiante de que isso não acontecerá. Espera-se que a data limite para o pagamento seja segunda-feira, dia 26 de agosto, quando começa a logística rumo a Monza.
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