Vettel passeia no Canadá, vence com facilidade e dispara na liderança do Mundial de F1. Massa fica em oitavo

Sebastian Vettel dominou o GP do Canadá, disputado neste domingo (9), em Montreal, e agora tem uma vantagem de 36 pontos para o espanhol Fernando Alonso na liderança do campeonato. Felipe Massa começou a corrida de maneira aguerrida, mas a recuperação não foi longe e ele terminou na oitava posição

Faltaram adversários para Sebastian Vettel no GP do Canadá. O alemão venceu, neste domingo (9), uma das corridas mais tranquilas no Mundial de F1. Pela 21ª vez, o tricampeão transformou uma pole-position em vitória, a 29ª da carreira, e disparou na liderança da temporada 2013.

Vettel imprimiu um ritmo forte desde as primeiras voltas e logo tratou de construir uma vantagem razoável para o inglês Lewis Hamilton, que ocupava a segunda colocação. Ele só perdeu a dianteira durante a primeira rodada de pit-stops – nada chegou a realmente ameaçar sua hegemonia. Na segunda metade da corrida, tudo o que o piloto da Red Bull precisou fazer foi administrar o equipamento, a diferença para o restante do pelotão e negociar com os retardatários – apenas cinco terminaram na mesma volta do líder.

Sebastian Vettel festeja vitória em Montreal (Foto: Red Bull/Getty Images)

Essa foi a primeira vitória de Vettel no Circuito Gilles Villeneuve. Há dois anos, ele chegou bem perto de subir ao alto do pódio, mas perdeu na última volta para Jenson Button. Agora, das 19 provas que fazem parte do calendário da F1 em 2013, Vettel só não ganhou troféus de primeiro lugar na Alemanha, na Hungria e nos Estados Unidos.

Fernando Alonso cruzou a linha de chegada em segundo após travar um duelo empolgante com Hamilton nas voltas finais. Bem mais rápido durante o último stint, o espanhol se aproximou da Mercedes e passou algum tempo na cola dela até finalmente conseguir executar a ultrapassagem, alcançando o 90º pódio de sua carreira. Hamilton esboçou uma reação, mas teve de se contentar com o degrau mais baixo do pódio.

Mark Webber e Nico Rosberg completaram o top-5, seguidos por Jean-Éric Vergne e Paul di Resta. O escocês adotou uma estratégia de apenas uma parada, assim como Kimi Räikkönen, que fechou em nono e ampliou a sequência de corridas dentro da zona de pontuação para 24, igualando o recorde de Michael Schumacher.

O brasileiro Felipe Massa, que largou na oitava fila, fez um começo de corrida agressivo e repleto de ultrapassagens, mas foi discreto na segunda metade da prova e completou a 70ª e última volta em oitavo, depois de superar Räikkönen nos derradeiros instantes.

Adrian Sutil completou o grupo dos dez melhores, e a McLaren encerrou de maneira melancólica a sequência de vitórias no Canadá com Sergio Pérez em 11º e Jenson Button em 12º. Assim, após 64 corridas consecutivas da McLaren na zona dos pontos, chega ao fim a maior sequência de uma uma equipe nesta estatística na F1. A próxima etapa da temporada 2013 acontece daqui a três semanas, na Inglaterra.

Saiba como foi o GP do Canadá de F1
 
Bem diferente do que aconteceu na sexta e no sábado, a chuva não apareceu neste domingo em Montreal. Pelo contrário, o tempo na belíssima cidade canadense era muito bom, agradando a maior parte dos pilotos, que estava prestes a iniciar a sétima etapa da temporada 2013 do Mundial de F1. Sem problemas com o clima, a grande expectativa inicial era com a sequência de curvas logo após a curta reta dos boxes, sempre palco de incidentes depois da largada.

Os 16 primeiros pilotos do grid abriram a corrida com pneus supermacios, sequência que só foi quebrada com Paul di Resta, 17º e claramente com uma estratégia de corrida distinta. A intenção dos ponteiros era aproveitar melhor os pneus ‘vermelhos’ num stint mais curto e depois retomar a prova com os médios, de maior resistência.

A largada correu de forma até tranquila, com todos os 22 pilotos escapando ilesos nas primeiras curvas. Vettel abriu boa vantagem e foi seguido por Hamilton. Rosberg ganhou a posição de Bottas, que caiu para sexto depois de ter sido ultrapassado por Webber e também por Alonso. Claramente, a Williams não tinha rendimento sequer parecido com os adversários no grid. Massa também ganhou duas posições e vinha em 14º. Destaque para Giedo van der Garde, de último para 17º antes de completar a primeira volta.
Largada do GP do Canadá, com Sebastian Vettel na ponta (Foto: Red Bull/Getty Images)
A cada volta, Vettel aumentava sua vantagem para Hamilton. Após quatro giros, o tricampeão estava 4s2 à frente de Lewis. Mais atrás, a Williams de Bottas seguia perdendo terreno. Depois de ter sido superado por Jean-Éric Vergne, o novato finlandês travou disputa com Adrian Sutil, que encostou no FW35. Valtteri endureceu o jogo com o alemão, que rodou, mas conseguiu voltar. Em seguida, na tentativa de ganhar uma posição, Maldonado acertou o carro de Adrian no hairpin e danificou de leve sua asa dianteira.

Pastor foi considerado culpado pelo incidente com Sutil e foi punido pelos comissários de prova com um drive-through. Definitivamente, a fase do venezuelano continua sendo das piores na F1.

Massa vinha escalando o pelotão e, aos poucos, ia ganhando posições. O brasileiro aproveitou os infortúnios de Maldonado e Sutil e avançou para a 11ª colocação depois de ter ultrapassado Sergio Pérez. Em seguida, na nona volta, foi a vez de Felipe ultrapassar Nico Hülkenberg e entrar no rol dos dez primeiros no GP do Canadá. O alvo da vez era Kimi Räikkönen, que resistia à pressão do piloto da Ferrari.

Vettel demonstrava arrojo e forçava ao máximo seu ritmo para abrir vantagem na frente. Tanto que o alemão chegou a tocar de leve no muro logo após a curva 3, mas conseguiu continuar sem problemas numa corrida sem pressão até o momento. Arrojado também era Räikkönen, que não só segurou Massa, como também foi para cima de Ricciardo, oitavo, e ganhou a posição do australiano da Toro Rosso. 

Hamilton assumiu provisoriamente a liderança da corrida depois que Vettel foi para os boxes na 15ª volta para fazer seu primeiro pit-stop. O alemão fez a troca de supermacios para médios, estratégia semelhante a de Webber. Rosberg, que havia parado uma volta antes, adotou tática diferente e seguiu com os supermacios para o segundo stint da corrida. Massa também efetuou sua primeira parada e, de novo com os supermacios, voltou à pista na 14ª colocação. Hamilton só parou na abertura da volta 18, devolvendo assim a liderança da corrida ao dominante Vettel. Lewis seguiu a mesma estratégia de Sebastian e Webber e retornou à corrida com os médios.

Ficava evidente o quanto a Mercedes havia evoluído em ritmo de corrida. Com Hamilton em segundo e Rosberg em terceiro, as Flechas de Prata demonstraram razoavelmente bom desempenho na corrida àquela altura. Alonso, ao contrário, fazia corrida apenas discreta e mal aparecia, ocupando o quinto lugar, logo atrás dos pilotos de Red Bull e Mercedes. Mas as coisas seriam mais favoráveis ao espanhol na metade final da prova.
Vergne coroou o melhor fim de semana de sua carreira como piloto de F1 (Foto: Getty Images)
Räikkönen, Di Resta, Grosjean e Button retardaram ao máximo suas respectivas paradas e seguiam na pista, numa clara demonstração de que todos estavam numa tática diferente, no começo da corrida. Em seu primeiro pit-stop, ocorrido na volta 22, Kimi enfrentou um problema na roda traseira esquerda, que demorou mais que o normal para ser fixada pelos mecânicos da Lotus.

Massa continuava com sua boa exibição em Montreal e, depois de ultrapassar Button e sua McLaren em péssima fase, já era o décimo colocado após 25 voltas, ficando logo atrás de Sutil, outro que vinha fazendo grande prova mesmo com o problema enfrentado no começo da disputa. A McLaren decepcionava de novo e tinha Button em 11º e Pérez só em 13º.

Quando voltou dos boxes, Vettel aumentou ainda mais a diferença para Hamilton. Dos 7s para Lewis, o tricampeão do mundo praticamente dobrou sua vantagem após 27 giros em Montreal. O GP do Canadá, que jamais havia sido vencido antes pela Red Bull, parecia estar sob o controle do alemão.

Rosberg, com supermacios, sofria demais com o desgaste dos pneus e, naturalmente, começava a perder rendimento em relação a Webber e Alonso, que vinha logo atrás. Não demorou muito para que o vencedor do GP de Mônaco fosse ultrapassado pelos dois na 30ª volta. Tanto que, um giro depois, Nico foi aos boxes para colocar os pneus médios e seguir sua jornada no Canadá.

O ritmo de Vettel era tão impressionante que, antes da metade da corrida, já estava uma volta à frente de Räikkönen, que era o 13º colocado. O piloto da Lotus travava um duelo finlandês com Bottas, que figurava numa posição mais real com sua fraquíssima Williams. Massa, por sua vez, aparecia em décimo, mas também começava a sofrer com seus pneus supermacios no segundo stint da corrida.
Com o segundo lugar deste domingo, Alonso foi ao pódio pela 90ª vez na F1 (Foto: Getty Images)
Durante uma ultrapassagem sobre o retardatário Van der Garde no hairpin, Webber acabou sofrendo o contato do holandês da Caterham, que rodou. Mas, por sorte, o australiano não teve nenhum dano em seu carro e continuou normalmente em sua prova. Por ter ignorado bandeiras azuis e causado a colisão com Webber, o novato teve de parar 10s nos boxes como punição antes de voltar à prova.

Antes de efetuar sua segunda parada, Alonso finalmente começou a aparecer com algum destaque. Com ritmo mais rápido em relação a Webber, o bicampeão  fez a ultrapassagem na volta 42, abriu vantagem em relação ao taurino e iniciou sua caça a Hamilton. Mais atrás e de maneira incrível, Di Resta e Grosjean seguiam na pista sem paradas. O franco-suíço só foi ao pit-stop para trocar pneus pela primeira vez na volta 44, voltando à corrida com supermacios, mas o escocês resistia e vinha fazendo ótimos tempos.

Grosjean fez sua segunda parada na volta 55, mas Di Resta resistia bravamente na pista e fazia uma belíssima corrida. Com seu ritmo de prova, o piloto da Force India poderia tranquilamente esticar ainda mais sua permanência na pista, mas finalmente efetuou seu pit-stop no giro 57. Nesta mesma volta, Alonso, que batalhava para se aproximar de Hamilton e conquistar o segundo lugar, colocou uma volta de vantagem sobre Massa, então décimo colocado e já sem muitas forças para evoluir na parte final da corrida.

Dominante do início ao fim, Vettel tinha a corrida sob controle e apenas um grande infortúnio seria capaz de lhe tirar a vitória. Assim, o grande momento no fim da corrida, que nem chegou a ter o desgaste dos pneus como grande destaque, foi o duelo entre os ex-rivais Alonso e Hamilton pela segunda posição. Na abertura da 63ª volta, finalmente o espanhol fez a ultrapassagem após muito pressionar Lewis e lhe tomou a segunda colocação, diminuindo o estrago feito pela suprema vitória de Vettel.

Massa subiu de décimo para nono e ficou bem próximo de Räikkönen depois que Sutil, na condição de retardatário, ignorou a sinalização de bandeiras azuis e impediu a passagem dos líderes. Assim, o piloto da Force India teve de cumprir um drive-through e caiu de sétimo para décimo. Di Resta retomou a sétima colocação e parecia ter carro até mesmo para alcançar e passar Vergne, sexto colocado.

No fim da corrida, Gutiérrez protagonizou um pequeno acidente na saída da curva 2 logo após ter feito seu pit-stop. Foi um péssimo dia para a Sauber, que viu também Hülkenberg parar depois de o alemão ter um pneu furado em decorrência de uma colisão de Van der Garde, outro que abandonou em Montreal.

Restando duas voltas para o fim, Massa arriscou tudo para tirar de Räikkönen a oitava colocação. Com uma ultrapassagem arriscada, o brasileiro fez a manobra e conseguiu somar quatro importantes pontos. Räikkönen, apesar de ter caído para nono, igualou o recorde de Michael Schumacher de corridas consecutivas na zona de pontuação. Assim como o lendário heptacampeão, Kimi chegou a 24 provas seguidas somando pontos.

A Red Bull só encontrou razões para festejar no Canadá: não apenas pela performance de Vettel, que conquistou a sétima etapa da temporada, mas também pela ampla vantagem que agora o alemão tem no Mundial de Pilotos. Depois da corrida dominante deste domingo, agora Seb soma 132 pontos, enquanto Alonso subiu para segundo e tem 96.

Destaque do sábado, Bottas pouco conseguiu fazer com uma Williams que se destaca negativamente a cada corrida. Depois de ter largado em terceiro, o finlandês cruzou a linha de chegada só em 14º, só duas posições à frente de Maldonado. Um dos maiores times da história da F1 segue sem pontuar após sete corridas em 2013.
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F1, GP do Canadá, Montreal, final:
              P
1 Sebastian VETTEL ALE Red Bull Renault 1:32:09.143 70 voltas 2
2 Fernando ALONSO ESP Ferrari +14.408   2
3 Lewis HAMILTON ING Mercedes +15.942   2
4 Mark WEBBER AUS Red Bull Renault +25.731   2
5 Nico ROSBERG ALE Mercedes +1:09.725   3
6 Jean-Éric VERGNE FRA Toro Rosso Ferrari +1 volta   2
7 Paul DI RESTA ESC Force India Mercedes +1 volta   1
8 Felipe MASSA BRA Ferrari +1 volta   2
9 Kimi RÄIKKÖNEN FIN Lotus Rneault +1 volta   1
10 Adrian SUTIL ALE Force India Mercedes +1 volta   3
11 Sergio PÉREZ MEX McLaren Mercedes +1 volta   2
12 Jenson BUTTON ING McLaren Mercedes +1 volta   1
13 Romain GROSJEAN FRA Lotus Renault +1 volta   2
14 Valtteri BOTTAS FIN Williams Renault +1 volta   2
15 Daniel RICCIARDO AUS Toro Rosso Ferrari +2 voltas   2
16 Pastor MALDONADO VEN Williams Renault +2 voltas   3
17 Jules BIANCHI FRA Marussia Cosworth +2 voltas   1
18 Charles PIC FRA Caterham Renault +3 voltas   2
19 Max CHILTON ING Marussia Cosworth +3 voltas   1
20 Esteban GUTIÉRREZ MEX Sauber Ferrari +7 voltas NC 2
  Nico HÜLKENBERG ALE Sauber Ferrari +25 voltas   2
  Giedo VAN DER GARDE HOL Caterham Renault +27 voltas   4
               
  Melhor volta            
  Mark WEBBER AUS Red Bull Renault   1:16.182 volta 69  
               
REC Ralf SCHUMACHER ALE Williams BMW FW26   1:12.275 12/06/2004  
MV Rubens BARRICHELLO BRA Ferrari F2004   1:13.622 13/06/2004  
               
  Condições do tempo   PARCIALMENTE NUBLADO   ar: 23-24ºC | pista: 26-33ºC
  Pneu médio   Pneu supermacio        

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