Williams detalha escolha e revela procura por Sainz antes de Hamilton fechar com Ferrari
James Vowles, chefe da equipe de Grove, detalhou o início da negociação com o piloto espanhol. Carlos Sainz deixa a Ferrari para dar lugar a Lewis Hamilton e escolheu a Williams para continuar no grid da F1
A Williams revelou que antes mesmo do anúncio da Ferrari ao definir a troca de Carlos Sainz por Lewis Hamilton a partir de 2025, teve uma conversa inicial com o espanhol para fazer parte do time britânico. A negociação começou no GP de Abu Dhabi do ano passado, quando ninguém imaginava que o heptacampeão mundial trocaria a Mercedes pela equipe de Maranello — o anúncio oficial aconteceu em fevereiro deste ano.
Depois de pensar muito, Sainz tomou a decisão na última segunda-feira (29) pós-GP da Bélgica para anunciar o acordo com a Williams. O contrato é válido por dois anos, portanto Sainz estará em Grove quando as novas regras da F1 chegarem.
“A conversa durou muitos meses. Não foram semanas, como vocês ficaram sabendo. Tudo ficou mais público do que normalmente eu gostaria em uma negociação, mas na verdade as conversas começaram em Abu Dhabi, no ano passado”, destacou o chefe da Williams, James Vowles, à revista inglesa Autosport. “Só falei com um piloto em Abu Dhabi no ano passado, apenas um, e foi Carlos, só para deixar bem claro. Não fiz uma aposta dividida. Escolhi um piloto que achei que faria a diferença”, emendou o engenheiro.
Com Alexander Albon já renovado, o cenário que já era esperado se confirma e Sainz entra na vaga de Logan Sargeant na próxima temporada. O americano, assim, deixa a equipe após apenas duas temporadas disputadas.
“Pensei, para ser bem transparente, que não teríamos o peso do carro na conversa. Você não sabe os números, mas se estivéssemos em uma posição de pontuação todos os fins de semana, realmente seria uma escolha mais difícil para ele ficar na Ferrari se estivesse em risco. E eu não sabia que estaria”, relembrou Vowles. “Meu objetivo era me posicionar da maneira mais sensata possível para isso. Mas o desempenho é o que move tudo. Se você está nos pontos, recebe muito mais telefonemas do que se não estiver”, concluiu.
Sainz vai para a quinta equipe em sua passagem pela F1. O espanhol está no grid desde 2015, quando subiu pelas mãos da Red Bull, colocado na Toro Rosso para fazer uma explosiva dupla com Max Verstappen. Carlos, então, deixou o time italiano na reta final de 2017, migrando para a Renault, onde formou dupla com Nico Hülkenberg. Em 2019, o novo e decisivo passo na carreira: o #55 foi para a McLaren, onde teve as performances mais expressivas na F1 até a ida para a Ferrari, em 2021.
Sainz travou bons duelos contra Charles Leclerc na escuderia italiana e até chegou a ficar na frente do monegasco em 2021. Em 2022, vantagem grande para Charles, antes do equilíbrio ser retomado em 2023. Do início de 2021 até aqui, Leclerc venceu 4 vezes, enquanto Sainz triunfou em 3 oportunidades.
Na atual temporada, Sainz ocupa a quinta colocação do Mundial de Pilotos, com 166 pontos anotados e uma corrida perdida por uma crise de apendicite. Leclerc é terceiro, com 177 tentos.
A Williams, enquanto isso, vive um verdadeiro calvário. Apesar do constante esforço de Albon, o tradicional time de Grove tem só 4 pontos anotados e aparece em uma amarga vice-lanterna do Mundial de Construtores.
Sainz soma 196 largadas, 3 vitórias, 5 poles e 23 pódios na F1. Antes da categoria máxima, o espanhol foi campeão da F-Renault 2.0 em 2011 e campeão da F-Renault 3.5 em 2014, em duelo equilibrado contra Pierre Gasly.
A Fórmula 1 agora faz a tradicional pausa para as férias de verão na Europa e volta de 23 a 25 de agosto em Zandvoort, para a disputa do GP dos Países Baixos.
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