GUIA 2023: Temporada da Fórmula 2 traz talentosa safra da F3 e tem tudo para emplacar

Depois de um campeonato em que valeu a experiência das três temporadas de Felipe Drugovich, com os veteranos levando a melhor sobre os novatos, a Fórmula 2 começa um novo ano para valer neste fim de semana, no Bahrein. E 2023 tem tudo para ser uma dos melhores disputas da história graças à ótima safra oriunda da última temporada da Fórmula 3.

Nada menos do que nove pilotos vão fazer a estreia naquela que é considerada o último degrau para a Fórmula 1. Destes, sete chegaram à última rodada do campeonato de 2022 com chances matemáticas de título na série anterior. Melhor impossível.

Aqui vale um parêntese, já que Juan Manuel Correa também subiu para a F2, mas o piloto nascido no Equador competia na classe em 2019, quando se envolveu no fatídico acidente que matou Anthoine Hubert, em Spa-Francorchamps, e retornou às pistas apenas dois anos depois, porém na F3.

Não que Kush Maini e Brad Benavides sejam cartas fora do baralho, afinal, o primeiro chegou a liderar o último dia de testes coletivos da pré-temporada, por exemplo. Mas vê-los brigando por vitórias e até mesmo pelo título com a Campos e com a PHM (antiga Charouz), respectivamente, seria uma surpresa.

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Por isso, a briga para valer deve ficar mesmo entre os velhos conhecidos, só que Victor Martins e cia. estão prontos para incomodar, e não faltam motivos para crer que o equilíbrio visto na F3 vai se repetir este ano na F2.

O formato é familiar a todos: rodadas duplas, com a corrida sprint valendo metade dos pontos aos sábados e a prova principal no domingo. Em 2022, a F2 teve 12 vencedores diferentes em 28 corridas realizadas, porém as cinco conquistas de Drugovich não deram chances aos rivais. Já na F3, 11 pilotos se revezaram no degrau mais alto do pódio em 18 etapas — ou seja, 61% das disputas tiveram nomes diferentes recebendo a bandeirada em primeiro.

E não se tratou de um equilíbrio circunstancial. Cada uma das nove rodadas da F3 realizadas no ano passado terminou com mudanças nas três primeiras colocações, de acordo com o resultado de pista.

Os sete que brigaram pela taça — Martins, Zane Maloney, Oliver Bearman, Isack Hadjar, Roman Stanek, Arthur Leclerc e Jak Crawford — estarão em equipes consideradas de ponta na Fórmula 2. E como com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, alguns terão ao seu lado nomes que já são apontados como favoritos ao título, como é o caso de Ayumu Iwasa, companheiro de Leclerc na DAMS.

Martins também não terá vida fácil pela frente na Fórmula 2, pois formará um line-up francês com o atual vice-campeão Théo Pourchaire na ART; Bearman, por sua vez, terá a responsabilidade de, ao lado de Frederik Vesti, devolver a Prema aos seus dias de glória; Stanek será companheiro de Clément Novalak na Trident, outro time de tradição na base; Hadjar e Crawford formam uma dupla novata na Hitech; e Maloney dividirá a Carlin, vice entre as equipes no ano passado, com um sedento e motivado Enzo Fittipaldi.

Só este cenário já é o bastante para jogar qualquer expectativa para cima. Some-se a isso nomes como Jack Doohan — um dos melhores pilotos de 2022 do alto dos seus 19 anos na ocasião — e Dennis Hauger — o campeão da F3 2021 que foi visto como decepção até pelo chefe da Red Bull, Christian Horner, mas está determinado a provar seu valor na campeã MP — e você terá todos os ingredientes necessários para uma temporada para agradar qualquer fã de automobilismo.

Qualquer coisa diferente disso será na Fórmula 2, no mínimo, surpreendente — para não dizer frustrante.

A partir desta segunda-feira (27), o GRANDE PRÊMIO traz um guia completo para entender tudo que está em jogo na temporada 2023 da Fórmula 2.

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