Retrospectiva 2020: Drugovich contrasta com Piquet e Samaia e supera expectativas na F2

Felipe Drugovich venceu três corridas e virou um nome a ser acompanhado na Fórmula 2, talvez como candidato ao título em 2021. A situação não poderia ser mais diferente das de Pedro Piquet e Guilherme Samaia, que passaram a maior parte do ano na rabeira do grid

A temporada memorável da Fórmula 2 teve um número incomum de brasileiros. Depois de anos de presenças singulares ou até mesmo ausências completas, surgiu um trio no grid de 22 carros: Felipe Drugovich, Pedro Piquet e Guilherme Samaia. Nenhum com carreira particularmente brilhante até então, mas com potencial de ganhar fôlego em busca da F1. Um conseguiu, dois ficaram para trás: Drugovich carregou toda a expectativa brasileira nas costas, enquanto Piquet e Samaia causaram decepções recorrentes.

A jornada do trio começou em julho, no GP da Áustria. A diferença entre os dois grupos de compatriotas ficou clara logo de cara: Drugovich pontuou logo na estreia e, com o grid invertido, partiu para uma vitória impensável na corrida de domingo. Enquanto isso, Piquet e Samaia nem pontuaram. Caso você não tenha visto a temporada da F2, acostume-se: essa frase poderia ser repetida inúmeras vezes neste texto.

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A vitória de Drugovich veio acompanhada da sensação de que seria necessário um pouco mais de tempo até pontuar com regularidade. Afinal, era um estreante com muito aprendizado pela frente. Que nada: nas oito corridas seguintes, Felipe surgiu na zona de pontos em quatro delas. Teve até mesmo pole-position, fruto de uma excelente classificação em Silverstone.

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Felipe Drugovich venceu três vezes na temporada de estreia (Foto: F2/Twitter)

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Nesse mesmo período, Piquet não foi além de um 11° lugar em Silverstone. Samaia, de um 15° em Hungaroring. Estava clara a diferença de patamar. Mesmo com a desculpa de que os três são estreantes e ainda havia uma curva de evolução pela frente, já era difícil crer que algo mudaria.

Chegando em Barcelona, dois dos pilotos mandaram bem. Drugovich teve fim de semana de gala, vencendo a corrida 2 com um pé nas costas. Piquet, que perdeu a chance de pontuar na corrida 1 por uma punição, finalmente o fez na segunda. O sétimo lugar tirou o filho de Nelson do zero no campeonato. Só Samaia que seguia mais perdido que cego em tiroteio.

Spa-Francorchamps, por sua vez, representou o começo de um momento ruim para Drugovich. Nas oito corridas seguintes, só uma viria a render pontos – um quarto lugar em Mugello. A maioria dos problemas foi um tanto pelo azar de estar no lugar errado na hora errada, como nos acidentes com Nobuharu Matsushita em Spa e Roy Nissany em Sóchi. Nesse mesmo período, Piquet e Samaia não foram muito longe e seguiram sem pontuar.

Chegamos ao Bahrein, que encerraria a temporada 2020 com dois finais de semana de corridas. Drugovich encerrou a fase ruim da melhor forma possível: com vitória na corrida principal, seguida de um oitavo lugar na prova complementar. Essa, por sinal, foi de partir o coração de Piquet: uma prova repleta de reviravoltas deixou o piloto da Charouz em terceiro, isso até uma falha no motor forçar o abandono na penúltima volta. A grande chance de brilhar na F2 havia escorrido por entre os dedos.

Pedro Piquet nunca decolou na F2 (Foto: Dutch Photo Agency)

A temporada se encerrou com a corrida no anel externo. E que foi bem boa para os brasileiros: Drugovich voltou ao pódio na corrida principal, agora em terceiro, e Piquet surgiu em décimo, somando seu primeiro ponto em um sábado. Só Samaia que não conseguiu mudar nada e terminou o ano zerado.

Drugovich, verdade seja dita, foi o único dos brasileiros a fazer sua parte. Não por acaso, já assinou com a forte UNI-Virtuosi e deixa de representar a MP na F2. O brasileiro já pode ser apontado como um possível candidato ao título, assim como Ilott foi ao longo de 2020. O carro vai permitir isso, trazendo consigo uma pressão extra que terá de ser bem administrada.

A situação não poderia ser mais diferente na comparação com Piquet e Samaia. Pedro já anunciou que não segue na F2, alegando altos custos e as chances remotas de um dia alcançar o grid da F1. É uma pena, já que o piloto podia evoluir em uma segunda temporada e construir as bases para uma carreira de respeito na Europa, mesmo que longe dos monopostos. Guilherme, mesmo com resultados piores, não largou o osso: o piloto participou dos testes de pós-temporada e ainda não desistiu de mais um ano na F2.

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