Guia F-E 2015/16: F-E tenta dar passo à frente após sucesso do primeiro ano e estreia temporada com mudanças ousadas

O GRANDE PRÊMIO segue o Guia F-E 2015/16 com uma descrição das mudanças de regras da categoria para a temporada que começa no próximo final de semana, em Pequim. Com isso e os novos trens de força, a categoria tenta evoluir após um começo extremamente promissor

Quem está acompanhando o Guia F-E 2015/16 já sabe, mas a F-E está voltando no próximo sábado (24). Entre o panorama geral, os pilotos e as equipes, o GRANDE PRÊMIO fala sobre as mudanças de regras, calendário e um pouco mais do que se esperar das questões técnicas na segunda temporada da categoria dos monopostos elétricos em sua história.

AS PRINCIPAIS MUDANÇAS PARA 2015/2016

 
A temporada inaugural da F-E deixou lições valiosas de como aperfeiçoar o regulamento e melhorar a competição entre os carros elétricos. E uma das grandes novidades para a temporada que vai começar neste fim de semana, em Pequim, é a alteração no sistema do FanBoost, uma das características de maior sucesso da categoria novata. 
 
O recurso, único no mundo, foi criado para gerar uma interação maior entre fã e piloto. Por meio de uma votação, o torcedor tem a chance de fornecer mais potência ao seu competidor favorito para as provas.
 
Durante o primeiro campeonato, o FanBoost funcionava da seguinte maneira: os fãs votam antes da etapa, e os vencedores só eram anunciados 30 minutos antes da largada. Ou seja, todos já sabiam quem eram os pilotos com impulso extra. 
Na pré-temporada, a F-E encheu o pit-lane em Donington Park (Foto: F-E)
Agora, o formato foi alterado para dar ainda mais emoção às disputas de pista. Os eleitos pelos torcedores somente serão anunciados seis minutos depois do começo da corrida – quer dizer, o torcedor vai poder votar antes, a eleição tem início 12 dias antes da etapa, e durante o início da prova. 
 
Os pilotos que forem selecionados poderão usar os 200 kw de potência extra – divididos em dois 'push to pass' de 100 kw – após a troca para o segundo carro. E uma vez que tenha sido escolhido, o piloto só poderá fazer uso do FanBoost uma única vez. 
 
A classificação também passou por mudanças para a nova temporada. Agora, o treino que define as posições de largada terá fase chamada de Superpole, ou seja, uma parte da sessão será dedicada somente à disputa da colocação de honra do grid. 
 
No novo sistema, a atividade terá duração de uma hora. Os pilotos serão divididos em quatro grupos de cinco competidores. Cada grupo terá seis minutos para registrar as voltas mais rápidas. O toda a potência de 200 kw estará à disposição dos pilotos, que terão permissão para usar apenas um carro. A mudança também vai fazer com os pilotos tenham de dosar melhor a potência durante a corrida. 
 
Os cinco pilotos mais rápidos vão disputar a Superpole. Saindo um de cada vez, em ordem decrescente, cada competidor terá direito a uma volta rápida. E o mais veloz, claro, ficará com a pole e vai somar três pontos. 
 
Outra novidade e que diz respeito aos procedimentos de corrida tem a ver com a introdução do chamado 'Full Course Yellow', ação em que o diretor de prova poderá colocar a corrida em bandeira amarela total, ou seja, será uma espécie de safety-car virtual — o recurso será adotado em momentos de atenção por acidente ou problemas de pista. Se a etapa entrar em modo FCY, todos os pilotos deverão andar a uma velocidade limite de 50 km/h e em fila indiana. As ultrapassagens, evidentemente, estão proibidas. 
 
A F-E também optou por limitar o número de troca de pilotos para a temporada 2. No primeiro campeonato, muitas equipes abusaram do direito de mudar seus comandados, mas agora o regulamento estabelece que cada time possa fazer apenas quatro alterações — duas por carro — ao longo da disputa.
 
Ainda para a segunda temporada da F-E, o campeonato vai permitir que as equipes e as fabricantes desenvolvam seus carros. E este processo terá início com o trabalho no novo trem de força, que vai incorporar o motor elétrico, câmbio e a transmissão. O uso da potência máxima será permitido para os treinos livres e classificação. Para a corrida, os dois carros terão a disposição 170 kw. O pico de energia utilizável durante a corrida cresceu em 20 kw.
Novos dias na F-E (Foto: F-E)
NOVOS TRENS DE FORÇA
 
A partir do momento que a F-E abriu para as equipes desenvolverem seus próprios trens de força, as construtoras foram buscar suas ideias – as mais variadas possíveis. A Renault, por exemplo, quis usar dois motores, um de cada lado do carro, mas desistiu.
 
A quantidade de marchas na caixas de câmbio são variadas. É bem comum que carros elétricos tenham apenas uma marcha para frente, mas por uma otimização do torque nos pneus, fazendo como que o rpm seja melhorado, os carros da F-E ainda contam com mais que isso. Na primeira temporada, cinco marchas. Nesta segunda, as equipes vão se experimentando e dividindo entre três, quarto e cinco marchas. A Citroën, por exemplo, não diminuiu o número de marchas. A Schaeffler vai com três; a Mahindra, com quatro.
 
Como disse Lucas Di Grassi em entrevista ao GRANDE PRÊMIO, os parâmetros para a F-E são diferentes porque motores elétricos funcionam diferentes dos convencionais. Segundo o piloto, um monoposto elétrico sem marchas ficará cada vez mais parecido com um kart. Conforme as equipes forem se sentindo mais confortáveis com a tecnologia que podem desenvolver, provavelmente será esse o caminho tomado.
 
Apesar de novos, os motores ficam restritos pela energia máxima permitida pelas baterias iguais, ainda as produzidas pela Williams. Uma mudança para a nova temporada que tem sido subestimada é o reforço das suspensões dianteiras. Elas foram fortificadas e também tiveram a cinemática aumentada. Claro que o rendimento ainda não está claro, mas vai ficar cada vez mais escancarado com o passar das provas.
 
CALENDÁRIO
 
O calendário da temporada 2015/16 ainda vai sofrer mudanças. Depois de começar no próximo dia 24 de outubro eP Pequim, as provas em Putrajaya e Punta del Este, em 7 de novembro e 19 de dezembro terminam 2015. A temporada segue em 6 de fevereiro em Buenos Aires e segue para 12 de março em um local ainda desconhecido. Montreal pode ser a sede, mas tudo leva a crer que será a Cidade do México. Long Beach, em 2 de abril, dá a sequência; com Paris, em 23 de abril, Berlim, em 21 de maio, e Moscou, em 4 de junho, colocando a temporada no eixo. A rodada dupla de Londres encerra tudo nos dias 2 e 3 de julho. 
 
Imediatamente, sabe-se que Lugano, Tóquio e quem ficar de fora entre Cidade do México e Montreal. A cidade suíça é a que mais claramente parece ter um lugar esperando. Até uma data já foi lançada, com direito a vídeo e tudo: 7 de maio. Em novembro, a F-E deve dar a palavra final sobre quebrar ou não um tabu histórico ao ir para a Suíça correr pela primeira vez – o país não sedia uma prova de automobilismo há mais de 60 anos. Hong Kong é outra cidade que tem acordo pronto com a Formula E Holdings, mas apenas para o ano que vem.

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