5 coisas que aprendemos no eP da Cidade do México, 2ª etapa da Fórmula E 2024/25
Em mais um show de Oliver Rowland, dessa vez na melhor corrida da história da Fórmula E na Cidade do México, o GRANDE PRÊMIO separa cinco coisas que aprendemos na primeira prova da história do carro Gen3 Evo
Se as etapas da Fórmula E na Cidade do México se notabilizaram nos últimos anos por trazer o menor grau de emoção do campeonato, a corrida do último sábado (11), válida pela segunda rodada da temporada 2024/25, mudou completamente essa história. O surgimento do Gen3 Evo, a revolução do Modo Ataque com a tração integral e os novos pneus permitiram à categoria fazer sua melhor apresentação da história no local.
Em uma prova que indicava favoritismo total da Porsche, os dois carros alemães realmente mostraram que tinham tudo para sair com a vitória — e até um 1-2. Oliver Rowland, no entanto, ignorou completamente isso e partiu para cima após a última relargada para ultrapassar nada menos que três carros empurrados pela montadora e vencer.
Assim como em São Paulo, o antes criticado Modo Ataque mostrou uma revolução total com o advento da tração integral, que enfim permite uma tradução mais linear da potência em aderência de pista. Com isso, as disputas por posição se multiplicaram em relação aos anos anteriores no Hermanos Rodríguez.
Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos no eP da Cidade do México, segunda etapa da temporada 2024/25 da Fórmula E:

Rowland é a grande dor de cabeça das poderosas
Porsche e Jaguar ainda são as principais forças da Fórmula E, disso não há dúvidas. Mas a Nissan está chegando (pelo menos com um piloto). Depois de incomodar na temporada passada, com uma série de pódios e duas vitórias, Rowland voltou a vencer logo na segunda etapa de 2024/25 — e com direito a um show de pilotagem.
Com 1min30s restante de Modo Ataque após a última relargada, na volta 31 de 36, o britânico simplesmente saiu de quarto para primeiro em apenas uma volta. No giro derradeiro, segurou António Félix da Costa, que tinha quase 2% a mais de energia, para cruzar a linha de chegada quase zerado. Eficiência máxima e corrida genial.
Nato pode virar pesadelo para Nissan
Do outro lado da garagem, a situação é séria. Norman Nato não consegue desempenhar, o que prejudica seriamente as chances no Mundial de Equipes. Foram apenas duas corridas até agora, é verdade, mas o histórico dos últimos dois anos não indica grandes evoluções. E é curioso perceber que, mesmo sem entregar resultados, o francês acumula temporadas com carros competitivos.

Da Costa voltou a ser Da Costa
Se havia alguma dúvida, não há mais. Melhor piloto da segunda metade da temporada passada, Da Costa chegou tarde demais à festa para brigar pelo título. O mais importante, porém, o português vem fazendo: manter a regularidade arrebatadora que o permitiu chegar a Londres com chances matemática de taça no ano passado.
Muito além de viver uma fase espetacular, Da Costa parece enfim ter a compreensão completa da pilotagem do Gen3. Com muitas dificuldades nas duas primeiras temporadas do novo carro, o Gen3 Evo traz um piloto que demonstra estar totalmente adapatado ao monoposto e aos pneus. Calmo e muito veloz, António vai brigar pelo título.
Modo Ataque finalmente cumpre missão de nascença
Criado para potencializar as disputas de pista com uma carga extra de potência, o Modo Ataque nunca fez jus ao próprio nome. Cada vez mais, o artifício se tornou um estorvo, já que o ganho de potência fazia os carros patinarem ainda mais e não se traduzia em ganho real de velocidade. Com isso, passou a ser usado para perder o mínimo possível de posições.
Em 2025, essa história acabou. A chegada da tração integral parece ter revolucionado a tecnologia, que deixa os carros visivelmente mais rápidos agora. A partir da temporada atual, será necessário entender bem o momento certo de usar a potência, exatamente como Nissan e Rowland fizeram no México. Foi assim, inclusive, que o inglês garantiu a vitória.
Mahindra largou a rabeira
A apresentação no Brasil já indicava que a Mahindra tinha subido alguns degraus na Fórmula E, com pontos para os dois carros, e a Cidade do México confirmou essa impressão. Edoardo Mortara até saiu zerado, mas só porque se envolveu em confusão com o próprio companheiro de equipe ao se defender de Sam Bird.
Nyck de Vries, por outro lado, sobreviveu ao toque com o suíço, defendeu-se de todas as maneiras possíveis — gerando reclamações, inclusive — e conseguiu um merecido oitavo lugar. Parece pouco, mas, para quem sonhava em sair das últimas posições do grid, a equipe indiana dá sinais promissores neste primeiro ano do Gen3 Evo.
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