Ainda sem data para retorno, Fórmula E quer devolver carros para equipes em junho
Enquanto não há calendário definido, apenas planos para correr na Inglaterra no fim de julho, a Fórmula E vai programando a data para devolver os carros para as equipes. Os bólidos estão desde março em contêineres em Valência
A Fórmula E segue tentando projetar a vida após a crise. Sem datas confirmadas para correr, a categoria ainda deseja terminar a temporada 2019/20 que já contou com cinco corridas divididas por quatro etapas. O planejamento da categoria agora consiste em devolver os carros para as respectivas equipes no começo do mês de junho, daqui a duas semanas.
Desde que a categoria suspendeu as atividades, após o eP de Marrakech, em março, os carros estão no centro de comando do campeonato, em contêineres no Autódromo Ricardo Tormo, em Valência, na Espanha. Como os planos são de manter ao menos três eventos nos próximos meses, com o primeiro deles no fim de julho, na Inglaterra – ainda sem uma pista escolhida -, é necessário fazer com que os times recebam seus bólidos.
Na verdade, o começo de junho é o plano do momento. A Fórmula E deseja aproveitar a relação próxima que tem com a marca DHL, especialista em envios de grande porte, para transportar os carros para as bases das equipes pela Europa. Mas a data é fluida em relação à pandemia: qualquer alteração brusca na linha de contágio mudará o planejamento.
A informação é do site inglês 'The Race'. O veículo ainda destacou que os carros estão nos contêineres há dez semanas, apenas uma a menos que o recorde da categoria, quando houve um intervalo no calendário entre novembro de 2016 e a segunda quinzena de fevereiro de 2017 – corridas em Marrakech e Buenos Aires. Com isso, há uma preocupação: a degradação dos carros. As baterias, por exemplo, contam com uma bolsa higroscópica – para evitar umidade – que é trocada durante a temporada e conta com um sensor de umidade. Caso haja umidade, até o trem de força pode se desgastar violentamente.
Andre Lotterer (Foto: Porsche)
Os representantes das equipes escondem um pouco a preocupação, mas falam em analisar detalhadamente uma vez que for possível.
"No momento, não estou muito preocupado com a corrosão, mas é algo que iremos checar quando tivermos acesso aos carros. Claro que quanto maior for o tempo em que eles estiverem desligados, maior a chance de problemas, mas no momento eu não estou muito preocupado", afirmou a 'The Race' Leon Price, chefe da Virgin.
"Podemos olhar os trens de força, mas claro que não poderemos romper os lacres. Faremos uma análise visual cautelosa que será completada quando vermos os carros novamente, o que esperamos que seja algumas semanas antes da próxima corrida, seguiu. De acordo com as regras da FIA, as equipes só podem usar dois de cada componente do trem de força durante a temporada. Caso os lacres colocados pela federação sejam rompidos nas fábricas, o entendimento será que houve uma troca.
"Enquanto os carros foram deixados lá por muito mais tempo que o normal, pelo menos estão numa área que geralmente é seca. Então, não esperamos qualquer problema. De qualquer forma, teremos medidas de contingência para todas as situações que possam ocorrer. Uma vez que virmos os carros de novo, analisaremos em detalhes para garantir que não haja problemas advindos desta longa pausa", argumentou o chefe da NIO, Christian Silk.
Já o diretor-esportivo da Nissan e.dams, François Sicard, lembrou que a DAMS está acostumada com o envio de carros por conta da experiência na F2.
"Pode haver alguma umidade, então temos que fazer uma checagem completa, mas não temos muito com o que ficar preocupados: estamos acostumados a expedir nossos carros na Fórmula 2. É geralmente algo que sabemos fazer, não vemos qualquer problema, só algumas coisas que precisaremos fazer diferente. Mas vai ser controlável", encerrou.
Atualmente, não há corridas no calendário da FE. Quanto ao Gen2 Evo, que devia estrear na próxima temporada, já se sabe que não será o caso e há a possibilidade de o bólido nunca ser produzido.
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