Domínio da Jaguar, caos na Mercedes e BMW morna: México mostra Fórmula E embaralhada

A Fórmula E tem um pelotão cada vez mais apertado. O eP da Cidade do México mostrou uma virada de mesa para algumas equipes, mas Jaguar, BMW e Mercedes foram aquelas que merecem mais destaque

O eP da Cidade do México deste sábado (15) mostrou um rosto diferente ao que havia sido mostrado semanas atrás. A situação pode ser exemplificada com três casos: como a Jaguar dominou, a BMW andou abaixo do radar e a Mercedes teve um encontro com o destino e a Fórmula E. Tudo isso é muito positivo, porque serve uma bandeja na qual o cardápio é de amplas possibilidades a cada etapa.
 
O primeiro caso é a Jaguar. Depois de uma estreia bastante ruim na Arábia Saudita e uma pole seguida de ritmo de corrida menos que impressionante no Chile, Mitch Evans controlou a prova do México de ponta a ponta. Mais rápido da fase de grupos da classificação, largou em segundo e foi corajoso ao dividir a primeira curva da prova com André Lotterer. Após tomar a dianteira, gerenciou as 36 voltas a seu bel-prazer: chegou a abrir 5s5, venceu com 4s2. Por mais força que rivais mostrassem atrás dele na briga pelo pódio, ninguém se aproximava realmente. Evans, agora, lidera o campeonato.
 
O segundo caso é o da BMW. E aqui não discutimos resultado, que até foi bom para o quinto colocado Alexander Sims, mas o desempenho. Com duas poles e uma vitória em Ad Diriyah e uma vitória em Santiago, a BMW apresentara o carro mais firme do ano até agora. Era a única equipe com pinta real de quem poderia dominar, porque fora aquela mais rápida nas duas etapas tanto em ritmo de classificação quanto de corrida. Na velocidade do México, não viveu bom classificatório e foi apenas morna durante a prova. 
 
Sims resistiu e pontuou bem, o que se prova fundamental numa competição tão apertada quanto essa. O resultado, portanto, foi bom, mas a BMW é mortal. 
Mitch Evans (Foto: Jaguar)
Por fim, a Mercedes. Stoffel Vandoorne era, até agora, o cara que resistia a tudo e pontuava bem. Foi a dois pódios em Ad Diriyah e terminou em quinto no Chile. Duas voltas antes do fim, era o quinto novamente no México. Mas aí aconteceu a vida e, há que se ousar dizer, o destino. Um banner grudado no assoalho do carro custou caro: Vandoorne abandonou, saiu sem pontos e sem a liderança. Nyck de Vries também abandonou, mas por erro próprio. Se até agora a Mercedes conseguia escapar das confusões, chegou o dia em que não deu mais. 
 
É necessário destacar também que a Cidade do México apresenta a única corrida em circuito tradicional e, por isso, tem mais velocidade. E também que outras equipes mostram força. A atual campeã DS Techeetah voltou a enfileirar os dois carros na porta do pódio para um ataque na segunda metade e, de novo, António Félix da Costa terminou em segundo. O carro dourado e preto é muito bom. A Audi mostra nível de corrida constante, com Lucas Di Grassi novamente partindo para uma corrida de recuperação e marcando oito pontos. A Nissan foi ao pódio, a Porsche fez pole, todas com condições de crescer num pelotão apertado.
 
É positivo para o campeonato e a competitividade. As coisas mudam muito rapidamente e é difícil traçar prognósticos meses antes dos fatos. 

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O eP da Cidade do México (Foto: Fórmula E)

Declarações da corrida

O vencedor da corrida, Evans, falou sobre a procura para acabar com as deficiências mostradas no começo da temporada.
 
"Trabalhamos muito para basicamente encontrar soluções e entender o motivo da deficiência de ritmo em Santiago. Então acredito que conseguir encontrar. Os caras me deram um carro excelente, só tive que me focar em meu objetivo. Foi bastante difícil [vencer]", afirmou.
 
Da Costa comemorou o bom carro que tinha nas mãos e avisou: está na busca pelo título.
 
"O carro estava muito rápido, apenas fiquei mais acostumado com o carro em uma volta, isso fez a minha vida um pouco mais fácil. Essas corridas são muito divertidas. Um grande agradecimento a equipe, eles têm sido incríveis, o trabalho que tem sido feito nos bastidores, então obrigado. Estamos vindo para esse campeonato", comentou.
Sébastien Buemi (Foto: Nissan)
Buemi não aparentou estar tão animado com o desempenho, mas vibrou por ter voltado ao pódio. 
 
"Os caras da DS Techeetah estavam muito rápidos, especialmente António. Tentei deixar todos os caras atrás de mim, não foi fácil, e obviamente paguei o preço no restante da corrida. Mas estou feliz em finalmente voltar ao pódio desde Nova York, então é bom, isso é bom", falou.
 
Di Grassi destacou que o carro da Audi não tinha grande potência de corrida para chegar ao top-5 e que, por causa disso, o objetivo passou a posição que já havia alcançado.
 
“Quando vi que não teria condição de atacar, passei a tomar cuidado para não perder posições. Eu já havia trocado de posição várias vezes com o [Alexander] Sims, [Edoardo] Mortara, [Stoffel] Vandoorne e o [Oliver] Rowland e sabia que eles tentariam me passar se percebessem a perda de ritmo do carro. Felizmente consegui me defender e dar o troco quando era ultrapassado. Foi uma prova difícil. Agora precisamos nos preparar para Marrakesh. Nossa hora de chegar ao pódio pode ser lá”, afirmou.
 
"Felizmente voltamos a pontuar e isso é importante na Fórmula E. Estou em quinto, a 15 pontos do líder, uma condição que me dá possibilidade de pensar em título. Vamos pra cima”, encerrou. 
 
A Fórmula E volta em 29 de fevereiro, no Marrocos, com o eP de Marrakech.

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