eP da Cidade do México reserva primeiro grande teste para pneus macios na Fórmula E

Os novos pneus fabricados pela Hankook para a Fórmula E, mais macios do que na última temporada, terão o primeiro grande desafio pela frente no próximo fim de semana. No eP da Cidade do México, realizado tradicionalmente no Autódromo Hermanos Rodríguez, a nova borracha vai encarar pela primeira vez um cenário que promete ser o mais desafiador de toda a história em termos de gestão dos compostos na categoria.

Até a temporada passada, os pneus da Hankook eram fabricados com dois materiais diferentes: um mais duro, que ficava na parte externa, e outro mais macio, situado na parte interna. A partir do atual campeonato, porém, os compostos passaram a ser feitos apenas com o material mais suave.

A decisão (que foi pedida por pilotos e equipes), é claro, gera dois pontos opostos: aumenta a aderência dos pneus, o que naturalmente gera mais velocidade, mas também reduz a resistência, aumentando diretamente o desgaste. Desta forma, pela primeira vez, as equipes da Fórmula E precisam entrar nos finais de semana pensando em como poupar borracha para as corridas.

Essa diferença já era esperada para a rodada de abertura, em São Paulo, ainda mais pelo aumento de duração dos treinos livres — que passaram de 30 para 40 minutos. No entanto, o asfalto trouxe uma abrasividade menor que o esperado e as constantes interrupções também reduziram a carga de estresse sobre a borrachas.

Mesmo assim, a preocupação ficou clara em alguns casos: a DS Penske, por exemplo, manteve Jean-Éric Vergne e Maximilian Günther dentro da garagem pelos primeiros 20 minutos (a metade) do TL1. Após a prova, a observação do pit-lane deixou claro que os pneus saíram muito mais desgastados do que o normal.

No México, essa tendência promete se manter. Com apenas dois jogos de pneus disponíveis para os finais de semana de corrida única (o número sobe para três em rodadas duplas), a tendência é de que as equipes economizem pneus durantes os treinos livres para focarem na classificação e na corrida, atividades que contam pontos para o campeonato.

Isso acontece porque, ao contrário de São Paulo, a pista mexicana oferece um grau de dificuldade muito maior aos pneus, principalmente no último setor — que envolve a desafiadora Peraltada, uma curva de raio longo e aceleração constante que leva à linha de chegada.

Outros fatores também contribuem para a previsão de que será um fim de semana diferente neste sentido. A ativação do Modo Ataque se mostrou muito mais efetiva em São Paulo devido à tração integral, mas a tecnologia também representa um aumento muito maior no desgaste. Além disso, a corrida terá 36 voltas, uma a mais do que no ano passado — o que também influencia no aumento de degradação.

Com tantos desafios, a preocupação é ter compostos nas condições corretas para a corrida. Assim, é possível esperar treinos livres com grupos de carros mais espaçados e até um início de poucos pilotos na pista. Segundo Jake Dennis, “talvez não haja muita ação nos primeiros dez minutos”.

Se o desejo dos pilotos era ter pneus com mais “cara de corrida”, o composto produzido pela Hankook trouxe exatamente essa faceta. A borracha, porém, dá e tira: o crescimento da aderência vem acompanhado de mais sensibilidade, e todos terão de se adaptar a essas características a partir de agora. Uma nova fase está prestes a começar na Fórmula E.

O eP da Cidade do México está programado para acontecer entre os dias 10 e 11 de janeiro, no Autódromo Hermanos Rodríguez. O TL1 será realizado na sexta-feira, às 19h45 (horário de Brasília), enquanto todo o resto da ação será no sábado: TL2, classificação e corrida. O GRANDE PRÊMIO transmite todas as atividades de pista AO VIVO e COM IMAGENS na GPTV.

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