Fórmula E admite interesse de retorno à China, mas “restrições firmes” impedem acordo

Chefe da Fórmula E, Alberto Longo reconheceu interesse de realizar segunda corrida da categoria em Sanya, mas pandemia ainda emperra possível acordo. Marrakech surge como segunda opção

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O calendário divulgado pela organização da Fórmula E para a próxima temporada possui três datas em aberto, e a categoria trabalha para garantir os nomes o mais rápido possível. A primeira delas — em 25 de fevereiro —, por exemplo, já está reservada para receber o primeiro eP da Cidade do Cabo da história da FE, enquanto a segunda — em 11 de março, logo antes do eP de São Paulo —, que os chefes sonham em levar para a China, ainda enfrenta dificuldades por conta da pandemia.

O eP de Sanya, que aconteceu uma única vez na temporada de 2018/2019 — e foi vencido por Jean-Èric Vergne, da DS Techeetah — é o ‘sonho de consumo’ da categoria para ocupar a segunda data em aberto, logo antes da primeira viagem da Fórmula E ao Brasil. No entanto, as restrições locais em relação à pandemia ainda são severas, o que dificulta um possível acordo.

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“Sanya é o lugar que temos, mas acho difícil de acreditar que conseguiríamos fazer uma corrida lá”, admitiu o cofundador e chefe da Fórmula E, Alberto Longo, ao portal inglês The Race. “Sem a possibilidade, hoje, de até mesmo viajar para o local, temos que ver. Ainda temos três meses até o Conselho Mundial de Automobilismo, em outubro”, analisou.

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Vergne no topo do pódio em Sanya: cena que ainda não foi vista em 2022 (Foto: Fórmula E)

A esperança de Longo é que a situação no local melhore até que o Conselho Mundial da FIA se reúna no final do ano, para que seja possível buscar a aprovação das autoridades locais em relação à realização da segunda corrida da história da Fórmula E no país.

“O Conselho foi um pouco adiado, era para acontecer em setembro e agora será em outubro. Isso nos deu um pouco de espaço para respirar e fazer acontecer”, observou. “Sanya já aconteceu antes, então não é um local novo e talvez possa ser confirmada. Até lá, talvez seja viável fazer isso”, opinou.

Longo ressaltou que a pandemia é o principal — se não o único — problema da Fórmula E para acertar a realização da corrida, e admitiu que a categoria já reserva sua ‘carta na manga’ — o eP de Marrakech — para uma possível substituição do local — mas não a única.

Vale destacar que a corrida no Marrocos não estava prevista no calendário de 2021/2022 e também não consta no de 2022/2023, mas retornou este ano com a retirada de Vancouver, no Canadá. Assim, é de se esperar que a Fórmula E opte novamente pelo país em caso de necessidade.

Sanya fica na ilha de Hainan, e é reconhecida como um ‘paraíso litorâneo’ para turistas (Foto: Reprodução)

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“A razão pela qual não podemos confirmar a data é muito óbvia. Quero dizer, a Covid ainda acontece lá, as restrições ainda são firmes no país”, lamentou. “Precisamos ganhar um pouco de tempo para decidir se é viável para nós a ida para lá. Nosso objetivo é confirmar as três corridas que ainda não anunciamos, e se alguma delas não acontecer, então olharemos não apenas para essa opção [Marrakech], mas também algumas outras”, explicou.

A primeira — e única — corrida da história da Fórmula E em Sanya teve, além da vitória construída por Vergne, Oliver Rowland e António Félix da Costa completando o pódio. Quatro brasileiros disputaram aquela corrida, mas apenas um completou todas as voltas: Felipe Massa foi o décimo com a Venturi, três posições à frente de seu companheiro Edoardo Mortara — hoje, líder do campeonato.

Entre os outros, Lucas Di Grassi foi o 15º com a Audi após bater na última volta, Nelsinho Piquet abandonou no 21º giro pilotando pela Jaguar e Felipe Nasr nem conseguiu largar após ter um problema técnico em sua Penske — mesmo motivo do abandono do outro carro da equipe, pilotado por José María López.

O traçado da pista na Cidade do Cabo, que vai estrear na Fórmula E em 2023 (Arte: Foto: FIA Fórmula E)

Por fim, em relação ao que já se sabe, o prefeito da Cidade do Cabo abordou a realização da corrida em entrevista concedida à mídia local, reafirmando o interesse de receber a Fórmula E pela primeira vez no ano que vem.

“Espero que nos próximos anos, a Fórmula E crie uma base de fãs grande como a da Fórmula 1”, afirmou Geordin Hill-Lewis. “Sediar a corrida na Cidade do Cabo vai garantir que milhões vejam nossa linda cidade ao redor do mundo. Os organizadores estão criando um grande espetáculo na semana antes da corrida, para mostrar o melhor da mobilidade elétrica e das energias renováveis”, completou Hill-Lewis.

Enquanto a Fórmula E acerta com a Cidade do Cabo para 25 de fevereiro e corre atrás de Sanya — ou Marrakech — para 11 de março, a última data disponível segue em aberto: 24 de junho, última etapa em corrida única antes das rodadas duplas de Roma e Londres — que encerram a temporada.

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