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Guia Fórmula E 2024: De olho em 2025, Di Grassi reencontra Abt Cupra em novo capítulo

Em 2024, Lucas Di Grassi vai reeditar um novo capítulo com a Abt, parceira da Audi no título do brasileiro em 2016/17. O ano promete reservar uma temporada difícil, mas 2025 oferece um sopro de esperança

Di Grassi está de volta à Abt, agora sem a parceria com a Audi (Foto: Abt Cupra)

Di Grassi está de volta à Abt, agora sem a parceria com a Audi (Foto: Abt Cupra)

 

Pela quarta vez nos últimos quatro anos, Lucas Di Grassi vai iniciar um novo capítulo na Fórmula E. Depois de sete anos na Audi, pela qual conquistou o título da temporada 2016/17, o brasileiro não conseguiu mais se manter em um mesmo time por motivos diferentes e defendeu Venturi e Mahindra nos últimos dois anos. Agora, voltará às raízes na Abt Cupra, equipe que já entra em 2024 olhando de soslaio para 2025. E, exatamente por esse motivo, o futuro pode voltar a sorrir para o piloto #11.

A saída de Di Grassi da Audi se deu por um motivo muito simples: a retirada da equipe da categoria. A partir daí, o piloto buscou uma nova casa na monegasca Venturi e apresentou bons resultados, principalmente na segunda metade da temporada, quando já estava mais adaptado ao time.

No entanto, a transformação da Venturi em Maserati não encontrou espaço para a experiência do brasileiro, que rumou para a Mahindra em busca de ajudar em um ousado projeto de evolução da equipe indiana. A questão, entretanto, é que a velocidade deste projeto aconteceu em um ritmo diferente do que Lucas previa. Com a saída do ex-CEO Dilbagh Gill, Frédéric Bertrand assumiu o posto e não escondeu de ninguém que o processo levaria um tempo considerável. Di Grassi, aos 39 anos, não quis esperar.

O projeto de crescimento da Mahindra possui objetivos grandes, com metas esportivas ousadas, mas envolve um longo processo de trocas e contratações, principalmente para o corpo interno. É algo que demanda tempo — e o péssimo rendimento de 2023 deixa isso claro —, e o brasileiro, presente na Fórmula E desde sua fundação, sentiu que seria tempo demais.

Di Grassi vai iniciar uma nova relação com a Abt em 2024 (Foto: Abt Cupra)

Mas, afinal de contas, qual é a grande diferença em partir para a Abt Cupra, justamente a cliente da Mahindra e que usará os trens de força indianos novamente em 2024? O futuro. E, por dois motivos diferentes, os próximos anos podem ser totalmente opostos para Di Grassi na Fórmula E.

O primeiro deles é justamente a ‘volta às raízes’ abordada no início deste guia. Lembra que Di Grassi foi campeão da Fórmula E em 2016/17 com a Audi? Pois bem, na temporada em que subiu a sete pódios em 12 corridas, vencendo duas, a principal parceira da montadora alemã era a Abt. Parte fundamental da operação, a então ABT Schaeffler deixou a categoria juntamente com o time das argolas e voltou apenas em 2023, desta vez como escuderia própria.

Olhando para a tabela de classificação, a estreia da Abt comandando sua própria operação foi um desastre. Último lugar, apenas 21 pontos conquistados e 20 de diferença para a penúltima — justamente a Mahindra. Mas os números podem ser enganosos.

É importante citar que a parte operacional da Abt continua forte. Em Berlim, foi o único time a entender que o aumento de pressão nos pneus ajudaria nas condições de chuva, o que resultou em uma primeira fila surpreendente para a dupla formada por Robin Frijns e Nico Müller. Se o trem de força indiano não ajuda, ficou claro que a cliente conseguiu operar o motor melhor do que a fornecedora em grande parte do ano, principalmente na segunda metade.

Em seu primeiro ano como fornecedora, a Mahindra foi muito mal na Fórmula E (Foto: Fórmula E)

Mas e os 20 pontos de diferença? A verdade é que a pontuação da Mahindra foi absolutamente inflada pela performance de Di Grassi na primeira corrida do ano, na Cidade do México, quando as equipes literalmente estreavam o Gen3 em um campeonato oficial. Pole e terceiro colocado, o brasileiro alcançou 18 tentos inacreditáveis para a realidade da equipe. Dali em diante, conseguiu 14 seis em Portland e oito em Londres 1. Não pontuou em nenhuma outra. A discrepância fica muito clara.

A Abt teve um cenário completamente diferente. Na primeira metade do campeonato, a equipe fez cinco pontos, todos em Berlim 2. Dali em diante, porém, foi ao top-10 em Jacarta 1, Portland, Roma 1, Roma 2 e Londres 2. Não chamou grande atenção, mas mostrou um Nico Müller forte o suficiente na reta final para beliscar alguns tentos aqui e ali.

Ou seja, olhando apenas para a segunda metade do ano, quando o desempenho dos Gen3 já estava mais estabilizado e era possível observar com mais exatidão a ordem de forças, a Mahindra fez 14 pontos contra 18 da Abt. Não parece muito, mas para times que somam praticamente de um em um, a diferença ficou clara ao fim do ano.

É justamente essa parte operacional mais forte que Di Grassi busca na Abt, uma velha parceira, já olhando para o segundo motivo por trás desta decisão: o regulamento de 2025. Enquanto a equipe alemã segue ‘presa’ ao motor Mahindra em 2024, o ano seguinte prevê a liberdade na busca por uma fornecedora, o que pode mudar completamente o time de patamar no grid.

Di Grassi já foi à pista com a Abt Cupra na pré-temporada de Valência (Foto: LAT/Fórmula E)

Por exemplo: velha parceira da Audi, uma das marcas do Grupo Volkswagen, por que não imaginar a Abt como cliente da Porsche, “irmã” dos alemães, a partir do ano que vem? A montadora alemã, conterrânea da Abt, foi campeã do Mundial de Pilotos na Andretti de Jake Dennis e promete ser, novamente, uma das protagonistas da categoria. A possibilidade está longe de ser um devaneio, já que a Cupra — que integra inclusive o nome da Abt — também faz parte do mesmo braço.

Se a Porsche conseguiria produzir trens de força para três equipes no grid — para si mesma, Andretti e Abt Cupra —, só a marca alemã pode dizer. O fato é que o regulamento não impede que uma mesma montadora forneça seus motores para mais de um time, e a Abt não ficou nada feliz com a falta de competitividade do equipamento indiano em 2023.

Esse, então, é o ‘pulo do gato’. Enquanto a Mahindra prometia uma revolução interna lenta e gradual, a Abt Cupra pode estar em uma situação completamente diferente em 2025. Nada garante que a Porsche será a escolhida, mas já ficou claro que a competitividade com os motores indianos será bem limitada em um futuro próximo. Ciente do que é palpável em 2024, Di Grassi já tem um olho no que pode acontecer no ano que vem. E as duas temporadas podem vir a apresentar realidades bem diferentes para o Brasil na Fórmula E.

As emoções da Fórmula E começam na sexta-feira (12), com o treino livre 1 do eP da Cidade do México, marcado para as 19h25 (horário de Brasília). O GRANDE PRÊMIO estará ‘in loco’ no Autódromo Hermanos Rodríguez para acompanhar tudo. No dia seguinte, o fim de semana se completa com treino livre 2, classificação e corrida — que tem largada prevista para 17h. Todas as atividades de pista do ano terão transmissão AO VIVO e COM IMAGENS na GPTV, canal do GP no YouTube.

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