Di Grassi aponta Fórmula E como “segunda categoria que melhor paga” no automobilismo
Para Lucas Di Grassi, que participou de todas as 10 temporadas da Fórmula E, a categoria cometeu alguns erros, mas sobreviveu e hoje é uma das melhores do esporte a motor em todo o mundo
Lucas Di Grassi é o piloto mais experiente do atual grid da Fórmula E. O brasileiro, que foi campeão mundial em 2016/17, disputou todas as dez temporadas da categoria criada em 2014 e participou dos testes de pré-temporada para 2024/25, confirmando a continuidade do seu legado, agora com a Lola Yamaha.
E, ao citar a qualidade do novo companheiro de equipe, Zane Maloney, o brasileiro afirmou que Fórmula E evoluiu a ponto de ser, hoje, a segunda que melhor paga pilotos, atrás apenas da Fórmula 1.
“A Fórmula E é provavelmente a segunda categoria que paga melhor no automoblismo em todo o mundo. Zane entendeu isso e ele tem a mentalidade de que quer ser um piloto profissional. Por isso, para escolher esse caminho, ele foi piloto reserva da Andretti, testou o carro, ganhou experiência, impressionou todo mundo na Fórmula 2, liderou o campeonato, venceu muitas corridas, então foi uma escolha natural para a equipe. Ele está fazendo um trabalho fantástico”, elogiou Di Grassi, em entrevista ao site Motorsport Week.
“Sim, Zane é supertalentoso e teve muita experiência na Fórmula 2. Basicamente, a Fórmula E se tornou uma maneira de você ganhar dinheiro, se tornar profissional. Antes, quando eu fazia GP2 — a atual Fórmula 2 —, você tinha a Fórmula 1, Indy e corridas de resistência com pouquíssimas equipes em um protótipo, então era um mercado ainda mais apertado. Agora, pelo menos, a Fórmula E tem mais 20 ou 22 vagas onde os pilotos podem ganhar a vida, uma boa vida com isso”, completou.
Para Di Grassi, o fato de a categoria permanecer ativa depois de uma década já é motivo de comemoração, sobretudo com os avanços importantes na tecnologia dos carros elétricos.
“Estou muito feliz que a categoria tenha sobrevivido, na verdade. Não houve nenhuma categoria do automobilismo criada nos últimos 50 anos que tenha sobrevivido por uma década. Super Fórmula, seja lá o que for, aqui e ali, sempre muda. A categoria sempre entra em colapso e a Fórmula E tem se fortalecido. Os fabricantes estão lá, as cidades estão lá, as corridas estão lá. Espero que possamos melhorar ainda mais. Mas estou muito orgulhoso do que a Fórmula E conquistou”, comemorou.
“Poderíamos ter conquistado mais. Por exemplo, a tração nas quatro rodas. Estou pedindo tração nas quatro rodas há sete anos ou mais, desde quando fomos para a geração 2. Eu estava tipo, ‘Gente, eu pilotei carros LMP1 com tração nas quatro rodas. Eu sei do que estou falando. Vocês não sabem do que estão falando porque nunca pilotaram um carro com tração nas quatro rodas’”, explicou.
“Os carros elétricos são feitos para ter tração nas quatro rodas, porque você tem um motor dianteiro para dar isso. Então, como diabos você coloca um motor na frente e não o usa para acelerar? E agora isso só mostra o quão bom o carro é. Somos dois, três segundos mais rápidos, usando apenas 50 kW de potência, então imagine se você usasse os 250 kW completos. Isso mudaria tudo”, justificou Di Grassi. “A meu ver, a Fórmula E poderia ter feito muitas coisas melhor, especialmente no lado da inovação. Mas, no geral, estou muito feliz e muito satisfeito com onde chegamos”, emendou o brasileiro.
O piloto também lembrou que a pandemia prejudicou o crescimento da Fórmula E, sobretudo por fazer corridas, em sua maioria, dentro das cidades. Contudo, pontuou a boa posição da categoria e disse o que muda para a temporada 2024/25, agora com o Gen3 Evo.
“Você nunca pode copiar 100% o que obteve na temporada anterior, especialmente por causa da troca de pneus. Então parece que, embora eu possa carregar alguma experiência, você tem de começar com um carro novo do zero, especialmente quando você tem um pneu novo”, disse.
“O que estamos usando nos testes é muito diferente do que estávamos usando na temporada passada. Tínhamos um trem de força ruim, então tivemos de compensar com outras coisas. Espero que este ano tenhamos um bom trem de força. Acho que temos um muito melhor. A Lola Yamaha nos forneceu as ferramentas para agora nos prepararmos da maneira que queremos. Mas sem um trem de força competitivo, o peso certo, o desempenho certo, teria sido muito difícil”, concluiu.
A primeira etapa da temporada 2024/25 da Fórmula E acontece entre os dias 6 e 7 de dezembro, com o eP de São Paulo, no Sambódromo do Anhembi, e o GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa de toda a temporada.
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