Günther ofusca estreia do Pit Boost com vitória histórica no eP de Jedá 1 da Fórmula E
Em dia histórico para a Fórmula E, com a implementação de uma tecnologia estudada há anos, Maximilian Günther roubou os holofotes e — com uma ultrapassagem na última curva — conquistou a vitória mais épica da carreira
A análise sobre a corrida 1 do eP de Jedá da Fórmula E tinha um tema óbvio e cristalino: a estreia do Pit Boost. Pensada para entrar em cena há dois anos, a tecnologia fez sua primeira corrida oficial nesta sexta-feira (14), na pista que costuma receber a F1, e bagunçou completamente a ordem da disputa. Não foi o suficiente para arrebatar os holofotes, porém, já que Maximilian Günther escolheu o mesmo dia para conquistar a vitória mais épica da carreira.
De volta à DS Penske (agora com novo nome) para a temporada 2024/25, Günther desembarcou em uma equipe que tem um líder claro: Jean-Éric Vergne, o único bicampeão da história da Fórmula E. Nesta sexta, todavia, essa ordem foi completamente subvertida, e Max tomou as rédeas da situação desde a classificação — quando conquistou a pole.
Na corrida em si, tudo parecia transcorrer a favor de Oliver Rowland. Depois de cumprir o Pit Boost sem maiores problemas, o inglês voltou em primeiro e viu Günther, que o perseguia, perder várias posições. Neste momento, o britânico pisou e começou a abrir uma vantagem pouco característica da Fórmula E, algo em torno de 4s.
Parecia claro que a corrida estava nas mãos do time japonês, mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. Ao gastar energia demais tentando se desgarrar do pelotão, Rowland se colocou em uma situação difícil: se alguém conseguisse se aproximar com mais bateria, a defesa seria quase impossível, já que a energia precisaria ser conservada nas últimas voltas.

O curioso é que ficar de cara para o vento deu vantagem a Rowland, mas também tirou. É bem verdade que o inglês chegou a abrir uma distância importante, mas já se sabe desde o início da era Gen3 que os carros atuais da Fórmula E economizam energia quando podem usar o vácuo do carro à frente. Com o Modo Ataque ativado, Günther foi fazendo exatamente isso e ganhando posições aos poucos, ao mesmo tempo em que gastava ainda menos que o rival.
Com poucas voltas para o fim, já em segundo lugar, Günther se colocou exatamente na posição que a Nissan mais temia: logo atrás de Rowland e com 1% a mais de energia. A partir daí, os dois pilotos deram um show à parte. Enquanto o alemão fazia de tudo para arrumar espaço, o inglês fechava a porta do jeito que conseguia e mantinha a liderança.
Na última chicane da pista, porém, a apenas alguns metros da linha de chegada, a Nissan chegou ao limite. Rowland precisou tirar o pé, sob risco de ficar sem bateria e descumprir o regulamento, o que o faria ser desclassificado. Günther, então, não deu bobeira e conquistou uma vitória incrível, exatamente na última curva do circuito saudita.
Irregular há anos, Günther se tornou outro piloto desde que foi para a Maserati, há duas temporadas. Dono das únicas duas vitórias do time italiano em toda a história da Fórmula E, o alemão também é responsável por três dos quatro triunfos da Stellantis desde o início da era Gen3. Não é pouca coisa. Comprovadamente rápido, o alemão costuma fazer barulho se tiver carro suficiente para isso. Na estreia da Fórmula E em Jedá, esse barulho foi tão alto que até o Pit Boost acabou um tanto apagado.

Estreia do Pit Boost
Sobre a nova tecnologia da Fórmula E, a verdade é que o impacto na corrida em si foi menor do que o esperado. Talvez pela nova eficiência do Modo Ataque, muito mais poderoso em 2025, a vantagem do Pit Boost não ficou absolutamente clara após os pilotos voltarem à pista. O que ficou evidente, porém, é que a ordem das corridas será profundamente bagunçada pelo novo artifício — principalmente em provas com safety-car.
Para o primeiro teste, porém, tudo transcorreu bem. Alguns erros eram esperados aqui e ali, mas até isso apareceu em uma frequência menor do que se imaginava. Agora, resta saber como cada equipe vai aprender e o que esses times levarão para o segundo capítulo dessa experiência, programado para Mônaco — entre os dias 3 e 4 de maio.
Antes disso, porém, a Fórmula E volta à pista de Jedá neste sábado para a segunda corrida do fim de semana. O TL3 está marcado para as 6h45 (horário de Brasília), enquanto a classificação acontece às 8h30. Por fim, a prova que fecha a etapa saudita tem início previsto para as 13h30. O GRANDE PRÊMIO transmite todas as atividades de pista da temporada AO VIVO e COM IMAGENS no YouTube.
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