McLaren e Mercedes discutem parceria em ‘Megazord da Fórmula E’ com Nissan em 2023

De saída da Fórmula E no final da temporada 2022, Mercedes mantém conversas com McLaren sobre aliança a partir do próximo ano, com novos motores Gen3 que seriam produzidos pela Nissan

MARC MÁRQUEZ E O LONGO HISTÓRICO DE LESÕES NA MOTOGP

Em seu último ano de participação na Fórmula E, a Mercedes conversa com a McLaren para uma possível aliança no próximo ano da categoria, quando entram os carros Gen3. A equipe alemã já anunciou com antecedência que não vai permanecer com uma escuderia de fábrica na FE, e de acordo com informações do portal The Race, existe a possibilidade de que o time continue sob uma nova identidade e com o trem de força da Nissan.

A mudança poderia incluir o nome da McLaren na equipe, mas os detalhes ainda não foram definidos e as conversas entre as equipes se intensificaram de verdade apenas no mês de dezembro. No entanto, a Mercedes ainda avalia suas opções em relação ao ano seguinte.

A equipe alemã — que venceu os dois títulos da Fórmula E em 2021, de Pilotos e Construtores — vai continuar na categoria apenas até agosto, quando se encerra a atual temporada. No entanto, o espaço ocupado pela Mercedes no grid será preenchido por outra, que pode levar o nome da McLaren.

McLaren e Mercedes são parceiras de longa data na F1, e aliança pode surgir na Fórmula E (Foto: McLaren)

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

A intenção da equipe alemã de não abandonar totalmente a Fórmula E ficou clara ao levar parte do time na fábrica para Brackley — a mesma utilizada na Fórmula 1. Ainda não se sabe, no entanto, qual seria o nome de uma possível escuderia. Vale destacar que caso opte por correr sem o nome Mercedes, não seria algo inédito para o time.

Na época em que optou pela entrada na FE, a equipe que atualmente conta com Nyck De Vries e Stoffel Vandoorne correu sob o nome de HWA e utilizando motores da monegasca Venturi — o belga, inclusive, era parte do time que ainda contava com o britânico Gary Paffett e também já correu pela McLaren na F1. A intenção, naquele momento, era aprender mais sobre a categoria sem utilizar o nome Mercedes, que entrou apenas a partir do ano seguinte.

A construção do novo trem de força da terceira geração estava em andamento na fábrica da equipe, mas foi cancelada após a decisão de não permanecer, em agosto. Desta forma, caso a equipe continue na FE — ainda que sem o nome Mercedes —, será necessário encontrar um novo fornecedor. Os únicos disponíveis na categoria até o momento são Nissan e NIO, sendo a segunda uma possibilidade remota — ocupa as últimas colocações do grid.

Dupla na Mercedes na Fórmula E tem o holandês Nyck De Vries e o belga Stoffel Vandoorne (Foto: FIA Fórmula E)

“Pelo lado da Fórmula E, eles [McLaren] estão levando um tempo até que a decisão final seja tomada”, disse Ian James, chefe da Mercedes, ao The Race. “Não posso falar por Zak [Brown, CEO da McLaren] e pela McLaren, eles sem dúvidas estão analisando as coisas de forma cuidadosa e vão tomar a melhor decisão no tempo certo”, explicou.

Pelo lado da McLaren, o CEO Zak Brown admitiu que existem conversas sobre expansão em andamento em relação à Fórmula E, mas confirmou que nenhuma decisão foi feita até o momento — e indicou que o mês de fevereiro pode ser decisivo para o assunto.

“Originalmente, eu queria tomar uma decisão em dezembro”, explicou Brown. “Por questões técnicas, senti que tínhamos que tomar uma decisão. E acho que fizemos trabalho de casa o suficiente agora, diria que temos apenas um quarto para completar. Em nosso critério, isso não pode prejudicar nossas outras corridas, exigir demais, e tem que ser viável comercialmente”, ressaltou.

ZAK BROWN; MCLAREN;
CEO da McLaren, Zak Brown admite possibilidade de integrar a Fórmula E em 2023 (Foto: McLaren)

“Nossas economias estão fortes agora de onde partimos, mas preciso garantir que continue nessa trajetória”, disse. “Eu gosto das duas categorias [Fórmula E e Extreme E]. Acho que podemos ser competitivos nas duas. Sabemos como seria participar das duas”, completou.

A visão do chefe da Mercedes, Ian James, é de que a equipe continuará na categoria após o ano de 2022. No entanto, o dirigente acredita que será de uma forma diferente à atual, já que este ano o time ainda corre com equipe própria.

“Internamente, somos claros sobre o futuro e é muito positivo que tenhamos um papel na Gen3 e adiante”, explicou também ao The Race. “Qualquer que seja o formato que tenhamos no futuro, precisamos garantir que teremos desempenho”, destacou.

“Por essa razão, é algo chave para mim que qualquer um que feche com a gente — seja no lado comercial ou esportivo — tenha o pacote e os conhecimentos certos para garantir que continuemos crescendo”, afirmou.

Vandoorne já pilotou pela McLaren na F1 e deixou o grid no final da temporada 2018 (Foto: McLaren)

A Fórmula E precisou encarar recentemente as saídas de Audi e BMW, outras duas fornecedoras de trens de força que deixaram a categoria — seus motores continuam nos carros de Envision e Andretti, respectivamente, mas apenas até o final desta temporada. Assim, outras equipes também vão precisar procurar novos fornecedores para a próxima geração.

Enquanto Mercedes e McLaren continuam conversando e se planejam para uma possível parceria na próxima temporada, a Nissan observa a movimentação e já se prepara para conseguir fornecer os motores Gen3. No entanto, o diretor de automobilismo da montadora, Tommaso Volpe, adiantou que é necessário tempo para que a produção de trens de força extra aconteça sem maiores problemas. Afinal, construir um motor apenas para a própria equipe é diferente de fornecer para outro competidor.

“Ainda não anunciamos nada porque obviamente ainda estamos conversando, e as coisas ainda não estão definidas”, explicou. “Estamos gerenciando a situação de uma forma que estejamos prontos para fornecer [o trem de força]”, completou.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Formula E direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.