Wehrlein diz que futuro da Fórmula E “precisa ser em pistas de rua”: “Gosto dos riscos”

Em conversa com o GRANDE PRÊMIO, Pascal Wehrlein admitiu que a maior presença de pistas permanentes na Fórmula E faz sentido. Por outro lado, o alemão disse que prefere os riscos da pilotagem em circuitos de rua

Com carros cada vez mais velozes e tecnológicos, a Fórmula E precisou alterar um pouco sua filosofia a partir de 2023. Ainda com o coração baseado em grandes centros urbanos, a categoria passou a correr em pistas cada vez mais largas e com retas longas, oferecendo a possibilidade de levar o Gen3 à potência máxima. Em 2024, o número de circuitos permanentes será um recorde para a história da modalidade, e o GRANDE PRÊMIO conversou com Pascal Wehrlein sobre o assunto.

Questionado sobre os ajustes na rota da principal categoria urbana do mundo, Wehrlein admitiu que vê o DNA da Fórmula E centrado nas pistas de rua. Por outro lado, o piloto da Porsche reconheceu que, com carros cada vez mais rápidos, a presença em pistas permanentes pode ser uma tônica para o futuro.

“Depende um pouco de cada pista”, disse Wehrlein em resposta ao GP. “Acho que o DNA da Fórmula E é estar em pistas urbanas, o que também faz muito sentido: estamos trazendo carros elétricos para as cidades, mostrando para as pessoas o que podemos fazer na pista, o que os carros podem fazer”, explicou.

“Em geral, acho que o DNA da Fórmula E está nos circuitos de rua. Obviamente, os carros estão ficando mais rápidos, então, também faz sentido mudar para pistas permanentes. O Gen1 e o Gen2 eram muito lentos para essas pistas, e acho que, para o futuro, fará ainda mais sentido estar nesses circuitos permanentes”, pontuou.

Portland gerou uma corrida insana e aumentou o leque de possibilidades da Fórmula E (Foto: Fórmula E)

Em 2024, o calendário prevê quatro pistas permanentes: Cidade do México, Misano, Xangai e Portland. Ainda que os circuitos passem por adaptações para receber a categoria, a etapa americana trouxe uma prova alucinante em 2023, completamente diferente do que os traçados de rua estão acostumados a mostrar. Segundo Wehrlein, tudo depende de como a pista se adapta aos carros da Fórmula E.

“Acho que, falando como piloto, as pistas permanentes trouxeram corridas interessantes e divertidas. Porém, depende de cada pista e de como elas se adaptam ao carro”, destacou. “Mas vimos algumas pistas permanentes boas para o carro da Fórmula E”, frisou.

“A Cidade do México, por exemplo, tem uma pista permanente, mas que parece um estilo híbrido. São Paulo parece uma pista permanente, mas é desenhada como um circuito de rua. Então, realmente depende do conceito da pista. Em Valência, por exemplo, não parece muito natural correr com carros de Fórmula E”, admitiu.

Wehrlein promete ser um dos postulantes ao título após liderar boa parte do campeonato em 2023 (Foto: Porsche)

Por fim, questionado pelo GP sobre sua opinião pessoal, Wehrlein disse preferir os circuitos de rua. Segundo o alemão, os traçados mais apertados trazem uma sensação diferente de emoção — já que, para buscar aqueles décimos a mais, é necessário ir até o limite em uma pista desafiadora e recheada de muros.

“Depende do design da pista, mas entendo que faz sentido correr em pistas como Cidade do México e São Paulo. Mas, ainda assim, a maioria das corridas precisa ser em circuitos de rua. Espero que siga assim, porque realmente gosto de correr em circuitos de rua, os desafios de um carro de Fórmula E são bons nessas pistas. Gosto de correr riscos, estar perto dos muros para extrair mais performance”, finalizou.

A temporada 2023/24 da Fórmula E está marcada para começar no dia 13 de janeiro, com o eP da Cidade do México, no Autódromo Hermanos Rodríguez. No ano que vem, a categoria ainda passa por DiriyahHyderabadSão PauloTóquioMisanoMônacoBerlimXangaiPortland e Londres.

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