Prévia: sem repetir ganhadores, F-E ainda vê fila de pilotos em condições de vencer

Lucas Di Grassi, Sam Bird, Sébastien Buemi, António Félix da Costa e Nicolas Prost venceram cada um, uma das provas da temporada da F-E até agora. Mas olhando para o quadro dos pilotos que vem andando na frente durante as últimas provas é facilmente compreensível que há mais gente na fila com condições para sair de Long Beach com a vitória

As mesmas ruas da cidade de Long Beach que já receberam a F1 e que hoje sediam a Indy serão palco, neste sábado (4), da sexta etapa da primeira temporada da F-E. Claro, a versão da pista pela qual os monopostos elétricos vão passar é menor que a utilizada pelas outras categorias, são 2.1 km. A maior diferença é a ausência do trecho da Toyota Square. Antes disso, os carros entram à direita na curva Tecate. 

Lá em Long Beach, 35 anos atrás, Nelson Piquet venceu pela primeira vez na F1. Emerson Fittipaldi foi ao pódio pela última vez. Em 1983, no que seria a participação derradeira no calendário da F1, John Watson venceu lá de forma brilhante, após largar na 22ª posição. Depois de passar a integrar a temporada da Indy, Al Unser Jr. foi o maior vencedor. Foram seis conquistas entre 1988 e 1995. Mario Andretti venceu três vezes pela Indy, uma pela F1. E outro brasileiro, Helio Castroneves, arrebatou uma vitória, no já distante ano de 2001.

Pela primeira vez na temporada, uma corrida terá o mesmo grid da anterior. As mudanças efetuadas para Miami continuam valendo. Scott Speed, Loïc Duval, Vitantonio Liuzzi e Charles Pic estão de volta com a Andretti, a Dragon, a Trulli e a equipe China, respectivamente.

Com um início tão acima do esperado, os cinco vencedores em cinco provas chamam muito a atenção. Será possível um sexto vencedor aparecer em Long Beach?

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Baseado nas últimas provas, dois nomes se destacam no ranking dos favoritos: Jean-Éric Vergne, com a Andretti, já fez duas pole-positions em três provas. Na que não largou na frente, chegou a liderar. Sendo assim, Vergne mostrou que a vitória pode estar apenas a alguns ajustes de distância.

Outro nome é o de Nelsinho Piquet. Desde o Uruguai, mesmo período em que Vergne entrou na foto, são três top-5. Pódios em Punta del Este e Buenos Aires e um quinto lugar am Miami. Sendo que na Flórida, uma sorte melhor foi evitada por uma punição, que acabou fazendo Nelsinho largar no sétimo lugar, em vez do segundo que havia marcado. Mesmo assim, Piquet foi durante um bom pedaço da prova o mais rápido na pista, marcando a volta mais rápida.

Além dos dois, outros nomes aparecem quase como respescagens. Não seria a primeira vez, já que António Félix da Costa venceu na Argentina aparecendo quase que como um intruso entre os primeiros. Caso outro 'wild card' apareça, talvez um dos estreantes de Miami seja o nome.

Duval tem um talento mais que provado e começou bem na Dragon. Speed foi o nome da corrida de South Beach, acertou na estratégia, na mão, na economia de energia e terminou no segundo lugar, atacando o líder do campeonato Nicolas Prost.

Outros dois não vencedores que ameaçam são Jérôme D'Ambrosio, bem regular durante o ano, Jaime Alguersuari, com um carro que permite grandes exibições, como Sam Bird já mostrou, e Nick Heidfeld, que apesar de bem atrás na classificação teve bons momentos na F-E. Daniel Abt tem um forte carro e parece estar se acertando, também é nome a ser olhado.

Em relação ao ritmo de corrida, a e.dams tem mostrado que cumpre o que prometia desde cedo na pré-temporada. Especialmente numa pista tão veloz  como a de Long Beach, Prost e Sébastien Buemi aparecem na frente na lista de favoritos. Não fosse por um problema de confiabilidade do carro de Buemi na Argentina, possivelmente a equipe parceira da Renault teria vencido três provas em sequência.

Nicolas Prost põe o #8 da e.dams na frente em Punta del Este (Foto: Divulgação/F-E)

Só que, mesmo com os problemas de quebra enfrentados, sobretudo, por Buemi, a e.dams aos poucos assume o controle do campeonato. É líder entre os pilotos, com Prost, e mais líder ainda entre os times. São 110 tentos contra 79 da Audi ABT, segunda colocada na classificação.

É bom que não se esqueça também do piloto que mais e há mais tempo conhece o Spark-Renault SRT_01E. Lucas Di Grassi foi ao pódio nas três primeiras corridas e não foi nas duas últimas, é bem verdade, mas bom lembrar sob quais condições.

Na Argentina, comboiava o líder Buemi e, após o suíço ter problemas, recebeu a vitória nas mãos. Mas acabou tendo que abandonar poucos minutos depois por conta de uma suspensão quebrada. Em Miami, novamente um problema. Era terceiro quando o carro perdeu potência. Terminou em nono. Nas condições normais de temperatura e pressão, Di Grassi não pode ser deixado de fora dos candidatos reais à vitória.

O outro piloto responsável por vencer corrida e estar na briga pelo campeonato, Bird, precisa recuperar o ritmo de corrida que mostrou na China e na Malásia.

Há os ex-F1 no grid que precisam de uma reposta. Bruno Senna, por exemplo, tem no bolso algumas boas corridas, mas nenhuma chegada acima do quinto lugar. Como já provou poder andar entre os mais rápidos da pista, é fato que precisa responder e mostrar que consegue terminar o trabalho. É fato que a confiabilidade da Mahindra seja talvez a pior entre todas as equipes, mas pessoalmente a necessidade de encontrar uma brecha antes da temporada europeia se faz presente. Isso, claro, se o brasileiro ainda pretende brigar no alto, o que já vai ficando difícil com 49 pontos e 11 pilotos de diferença para a liderança.

O próprio Alguersuari, citado antes como um dos intrusos prováveis para arrebatar uma vitória, precisa de mais. O espanhol está andando atrás do companheiro Bird com um carro que já marcou dois pódios. Passou da hora de uma corrida ao menos de protagonismo do espanhol.

Assim como os veteranos Heidfeld e Jarno Trulli. Apesar de ter a vitória basicamente extirpada na China, Heidfeld não conseguiu manter o nível de pilotagem nas últimas corridas. Trulli, mais veterano no grid e vencedor de corrida na F1, não tem um grande carro na mão – que, aliás, é de sua própria equipe -, mas só uma vez acima do 15º lugar em cinco provas é um pouco de menos.

A programação vai ser diferente. Três sessões de treinos livres de 25 minutos vão dar a partida no dia, começando às 12h (de Brasília). A corrida começa às 20h do próximo sábado (4). Após ver Roger Penske, Richard Branson como nomes importantes no paddock, fica a dúvida se na prova mais perto de Hollywood o ator Leonardo DiCaprio, um dos donos da Venturi, estará presente.

Prognóstico do GRANDE PRÊMIO

1 NELSINHO PIQUET BRA CHINA
2 SÉBASTIEN BUEMI SUI E.DAMS
3 NICOLAS PROST FRA E.DAMS
4 LUCAS DI GRASSI BRA AUDI ABT
5 JEAN-ÉRIC VERGNE FRA ANDRETTI

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