Regularidade, punições e rivalidade marcam caminho de Piquet, Di Grassi e Buemi na briga pelo título da F-E

Entre Nelsinho Piquet, Lucas Di Grassi e Sébastien Buemi, a primeira temporada da F-E vai ser decidida no próximo final de semana. Os postulantes reais ao primeiro título da categoria tiveram todos momentos diversos na temporada, e para que o caminho rumo ao título não seja perdido, a estrada dos três foi registrada no GRANDE PRÊMIO

A classificação da F-E após o eP de Moscou

É difícil argumentar contra o fato de que a primeira temporada da F-E excedeu as expectativas que sobre ela se tinham. Durante nove etapas, três pilotos conseguiram se fazer destacar em meio a punições, rivalidades, fases e regularidade maior ou menor. Nelsinho Piquet chega a Londres com uma frente de 17 pontos sobre Lucas Di Grassi. 23 pontos atrás, Sébastien Buemi também tem chances reais de título. 

Embora na conta do lápis Nicolas Prost também possa ser campeão, seria necessário um cataclisma para que ele vença 46 pontos e três pilotos que estão à sua frente. Logo, as chances do francês são meramente matemáticas. O GRANDE PRÊMIO mapeou o caminho dos três grandes candidatos ao título inaugural da F-E antes da rodada dupla dos dias 27 e 28 de junho.

Lucas Di Grassi celebra vitória na China (Foto: Reuters)
 
Lucas Di Grassi – 25 pontos
 
A primeira prova da temporada reservou o que vinha de emoções, digamos, diferentes para o resto da temporada. Sob o céu cinzento da capital chinesa ainda sem saber muito bem o que esperar do campeonato, Di Grassi comboiou os líderes Nick Heidfeld e Nicolas Prost. O piloto da Audi ABT havia conseguido vencer uma importante disputa com Franck Montagny, que se mostrava rápido atrás e parecia ter garantido o terceiro lugar. 
 
Só que Heidfeld, mais rápido, fez o movimento para passar Prost na última curva. O francês se assustou, acertou o alemão em cheio e determinou fim de corrida para os dois. A vitória — a primeira da história da categoria —, então, caiu no colo de Di Grassi. Que saía na frente no campeonato.
Nelsinho Piquet – dois pontos
 
Pequim não foi exatamente impressionante para o piloto da equipe da casa. Durante todos os treinos livres e na classificação, Nelsinho não conseguiu dar indícios de que brigaria pelo título da categoria. Depois de ser sondado por algumas equipes, parecia não ter feito lá uma grande escolha.
 
Largou em décimo e por ali rondou durante a prova. Perdeu duas posições de uma vez quando o carro perdeu potência, para Stéphane Sarrazin e Jérôme D'Ambrosio. No fim das contas, deu sorte de marcar pontos, porque a batida no fim o impulsionou para o nono lugar.

Sébastien Buemi – zero ponto
 
Para Buemi, que pintava como favorito ao título após ter dominado os testes de pré-temporada em Donington Park, o sábado de abertura da temporada foi caótico. A primeira batida da F-E foi dele, no segundo treino livre. Depois, na classificação, fez o nono tempo enquanto o companheiro Prost foi pole. Pior que isso, o suíço foi punido por trocar o câmbio e largou em 18º
 
Mesmo assim, as coisas seguiram piorando. Um pedaço solto da asa e obrigou Buemi a ir aos boxes, onde demorou três voltas e teve a corrida jogada fora. Ao voltar à pista, subiu na linha branca e ganhou um drive-through. E aí desistiu da prova.
Lucas Di Grassi, segundo em Putrajaya (Foto: Manan Vatsyayana/AFP/Getty Images)
 
Di Grassi – 43 pontos
 
Na segunda etapa asiática, Di Grassi conheceu os altos e baixos da temporada. Com chances de se classificar muito bem, o vencedor da corrida anterior quebrou a suspensão após tocar o muro ainda na volta de instalação. O resultado foi sair da 18ª posição.
 
Tendo que escalar o pelotão inteiro com a suspensão reconstituída, Lucas já chegara na zona de pontuação com menos de dez voltas. Ele continuou escalando brilhantamente o pelotão antes e depois da troca de carros, sem ter problemas com a energia. Em quinto, se beneficou da confusão entre Piquet e Jarno Trulli, foi ao terceiro lugar e conseguiu passar o companheiro Daniel Abt, que sofria com a bateria. Terminou em segundo, galgando 16 posições e mantendo a liderança.
 
Buemi – 15 pontos
 
Verdade seja dita: se a vida de Buemi no WEC estava de vento em popa, o início da F-E era calamitoso. Nos treinos livres, o #9 mostrou que tinha futuro quando os pontos estivessem em jogo, mas quando a classificação chegou, decepção pura. Por encontrar tráfego, não conseguiu fazer algo que o colocasse melhor que no 15º lugar. Mas uma punição por utilizar energia demais o jogou para o 19º posto.
 
Na corrida, porém, o suíço acordou. Saiu junto de Di Grassi e com ele subia o pelotão. Rapidamente estava entre os pontuadores e continuou crescendo, deixando inclusive o parceiro Prost para trás. O francês havia feito a melhor marca da classiifcação, mas largado apenas no décimo lugar por punição anterior. O pole, Servià, também ficou para trás. No fim das contas, Buemi era o quarto na volta final, mas conseguiu fazer prevalecer o carro da e.dams sobre Abt e sua energia nas últimas. Primeiro pódio do suíço.

Piquet – quatro pontos
 
A segunda etapa da temporada foi de evolução para Piquet. Mas ainda assim, foi menos do que animadora com relação a uma possível disputa pelo título. Problemas de suspensão o acompanharam nos treinos livres, e não se sabia bem o que esperar chegando na classificação. E Nelsinho conseguiu classificar melhor que na China. Fez o sexto tempo, mas forçou bandeira vermelha após o carro parar na pista.
 
Já a corrida foi conturbada. Piquet passou o pole Servià, que ia ficando para trás. Mas passou perto de se enrolar em uma pequena confusão com Bruno Senna e Montagny. O francês acabou levando a pior. Depois de voltar dos boxes, o brasileiro mostrava que a China andava muito rápido. Chegou a passar Di Grassi pela quarta colocação e atacou Trulli, que tinha um drive-through a cumprir. O resultado foi que o veterano italiano o espremeu em direção ao muro e acabou com a corrida.
Buemi venceu em Punta del Este (Foto: Getty Images)
 
Di Grassi – 58
 
Após duas exibições fortíssimas e que o colocavam bem à frente de alguns dos adversários presumidos favoritos na disputa pelo título junto a ele, Di Grassi tinha boa expectativa em Punta del Este. Até porque, pudera, sem corrida no Brasil, a ideia era que os sul-americanos — leia-se brasileiros — tivessem torcida no Uruguai. Mas na classificação as coisas não foram brilhantes para Lucas, que conseguiu marcar o sexto tempo.
 
Ao contrário do começo enlouquecidamente veloz da Malásia, no Uruguai Di Grassi não saiu escalando. Sua briga por posição contra Jaime Alguersuari durou tempo demais, com eventualmente o brasileiro levando a melhor. Conseguiu se colocar em boa posição de pontos, levando a melhor sobre Prost e Trulli, que eventualmente estiveram à sua frente. E no fim das contas, o então estreante Jean-Éric Vergne ficou sem bateria e abandonou a liderança. Di Grassi herdou o terceiro lugar. Três pódios em três corridas. 

Buemi – 40 pontos
 
Enfim, no Uruguai, Buemi conseguiu colocar a e.dams para funcionar em classificações. Prost já havia feito duas poles, e Buemi ficara longe nas duas oportunidades. Na bela Punta del Este, o suíço continuou atrás do companheiro, mas dessa vez com a quarta colocação para largar.
 
Logo na largada, Buemi deixou o companheiro para trás. Depois, após uma escapada de Piquet, também passou o brasileiro, ficando apenas à estreita do pole Vergne, que a essa altura já havia perdido e recuperado a primeira colocação. Depois da troca de carros, ele ficou coma ponta. Com o fim se aproximando, um toque de Alguersuari fez Matthew Brabham perder o controle, tocar o muro e forçou a entrada do safety-car. Vergne vinha muito veloz e dava a impressão de que teria boas chances contra Buemi. Mas quando a relargada aconteceu, o debutante ficou sem bateria. Caminho aberto para a primeira vitória do suíço.
Piquet – 21 pontos
 
A melhora da equipe China entre corridas era vertiginosa. Apesar do companheiro, Ho-Pin Tung, não conseguir se aproximar de bons resultados, Piquet mostrara uma clara diferença entre as duas primeiras provas e logo ficou evidente que seria da mesma forma no Uruguai. Sem que e.dams e Audi ABT encarassem algum tipo de problema ou punição, Nelsinho bateu as duas equipes na classificação. Só não bateu o estreante Vergne e a Andretti, que conseguiram anotar a pole-position.
 
Mas saindo no segundo lugar, Piquet tinha grandes possibilidades. E não esperou para mostrar. Logo na largada, mergulhou e tomou a ponta de Vergne. A China ainda não tinha um ritmo de corrida top, e Vergne perseguiu Piquet até retomar a posição. Buemi passou também, mas errou e perdeu. Só que aí foi Nelsinho quem escapou em seguida, perdendo posição para as duas e.dams. A passagem por Prost aconteceu quando o francês teve de pagar punição, e o terceiro lugar parecia seguro. De fato, não foi ameaçado. Mas o problema de Vergne com a bateria o fez ganhar mais uma posição, a segunda, e subir ao pódio pela primeira vez na categoria.
Nelsinho Piquet (Foto: Getty Images)

eP da Argentina

Di Grassi – 58 pontos
 
100% de aproveitamento em pódios após três etapas, Di Grassi já surgia como o grande piloto do início da temporada da F-E. Na Argentina, quando começava a se formar, de fato, um pelotão da frente na classificação da categoria, foi por pouco que Lucas não teve de fazer como na Malásia e ganhar posições ao longo da prova. Uma volta rápida no treino classificatório foi boa o bastante para colocá-lo na quinta posição do grid. Por sorte, porque em seguida ele escapou em uma das curvas e acertou o muro, encerrando sua sessão.
 
Di Grassi largou inquieto. Em duas voltas, fez linda ultrapassagem para cima de Sam Bird. Com melhor ritmo entre todos na pista, ele deixou Alguersuari para trás logo depois, chegando no terceiro lugar e se aproximando rapidamente dos dois primeiros. Alguns giros depois, ainda antes das paradas nos boxes, ele passou por Heidfeld e começou uma perseguição atrás de Buemi. O suíço tinha certo controle da prova, mas num ataque à zebra acabou tendo a suspensão quebrada. Liderança nas mãos de Lucas para mais uma vitória? Voltas depois, porém, a suspensão de sua Audi ABT também se quebrou. Fim de prova para o líder do campeonato.
 
Buemi – 43 pontos
 
Foi na quarta etapa do ano que Buemi conseguiu sua primeira pole-position da temporada. Como havia vencido a prova anterior, era no suíço que todos estavam de olho na capital argentina. Foi por cerca de 0s020, muito pouco, que ele comandou a classificação à frente de Alguersuari e deu a ele a chance de ser o primeiro piloto na história da categoria a vencer mais de uma etapa.
 
Durante a prova, a vida de Buemi vinha sendo até que um tanto quanto sossegada. Alguersuari não se manteve atrás dele, e Heidfeld chegou acelerando. Mas quando Di Grassi se aproximou, Nick teve de se preocupar com outro lado e o deixou escapar. É provável que Lucas estivesse preparando um ataque no fim da prova, mas também é inegável que Sébastien tinha tudo sob controle. Até passar por uma zebra a 13 voltas do fim e perder a suspensão. Após um dia de relativo domínio, sair com apenas três pontos da pole deve ter sido doído.
 
Piquet – 36 pontos
 
Apesar de ter começado uma possível reação na disputa com os maiores competidores na luta pela conquista da temporada 2014-15 da F-E, Piquet viu o crescimento contínuo mostrado até Punta del Este esfriar. No treino de classificação para o eP argentino, conseguiu a nona colocação, que apesar de o colocar filas atrás da patota de Di Grassi e as e.dams, o deixava em situação de alcance possível.
 
E assim fez. Uma corrida correta, esperando por chances. Quando Buemi quebrou, na volta 23, Piquet nem era top-10. Mas foi se recuperando. E na frente, todo mundo parecia ter problemas. Di Grassi também quebrou, Heidfeld foi punido. No fim, Bird ficou para trás, bem como Alguersuari. E nos momentos finais, Vergne, que liderava, errou. Piquet passou por ele também. No fim das contas, com várias ultrapassagens no meio do caminho, terminou no terceiro lugar e com mais um pódio.
Nelsinho Piquet com a China ainda vermelha em Miami (Foto: Reprodução/Twitter)
 
Di Grassi – 60 pontos
 
Após três pódios seguidos, parece seguro pensar que um problema que tirou uma chance grande de vitória de Di Grassi seria um ponto fora de curva. Afinal, se o resultado na Argentina destoou, culpa da suspensão. E assim, mais uma vez, Lucas se classificou no meio da parte de cima do pelotão e foi ao eP de Miami contando com o ótimo ritmo de corrida mostrado na temporada.
 
De fato, impôs um excelente ritmo de corrida. Stéphane Sarrazin, Vergne e Piquet foram ficando para trás. Após mais uma boa parada para troca de carro, ocupava a terceira colocação. Depois, Lucas acabou passado por um veloz Scott Speed em seu debute. Vinha na quarta colocação, marcando bons pontos, quando teve problemas na bomba d'água e perdeu potência. Fez o máximo que deu naquele momento pelas seis voltas seguintes, até a bandeira quadriculada. Ainda terminou no nono lugar e com mais dois pontos no bolso. Mesmo assim, perdeu a liderança do campeonato para Prost.
 
Piquet – 48 pontos
 
Com os problemas dos adversários somados, Nelsinho começava a circundar perigosamente as primeiras colocações do campeonato. E mais importante que isso: se aproximar em pontos. Na classificação, voltou a mostrar que se havia alguma dúvida podiam anotar que ele havia chegado na briga pelo título. Assim como no Uruguai, fez o segundo melhor tempo na classificação, atrás apenas de Vergne. Só que dessa vez carregava uma punição de cinco posições por acelerar sob bandeira amarela na Argentina.
 
Outra faceta de Piquet começou a aparecer com ainda mais força em Miami: a capacidade de poupar energia. Assim ele fez para passar Bird, que capengava para não parar, e ser o último a trocar de carro. Mas encontrou um pit-stop com problemas pela China. Voltou, porém, como o mais rápido na pista para o trecho final da prova. Se recuperou aos poucos, deixando para trás Vergne e Di Grassi. A quinta colocação, somada aos dois pontos da volta mais rápida o deixou com mais 12 pontos.
 
Buemi – 43 pontos
 
Não é surpresa dizer que entre os três postulantes ao título, Buemi foi o menos regular durante todo o ano. Após a vitória no Uruguai e a pole na Argentina, uma forçada a mais custou tudo em Buenos Aires, e os pontos não voltaram em Miami. 
 
Buemi rodou na tentativa final que fez no treino de classificação, conseguindo apenas a 13ª colocação no grid. Durante a corrida, enquanto Prost colocava a e.dams na ponta do campeonato, o melhor momento de Buemi foi atingir a marca de melhor volta da prova em dado momento, mas nem com isso ele ficou. Terminou na 13ª posição, o limbo.
Nelsinho Piquet em Long Beach (Foto: Reprodução/Twitter)

eP de Long Beach

Di Grassi – 75 pontos
 
Após passar seus primeiros dias sem ser o líder da F-E, Di Grassi precisava marcar alguns pontos a mais que Nicolas Prost para reassumir a ponta em Long Beach. E o primeiro passo foi bem dado, com o quarto lugar no grid. Mesmo que depois do fim do treino Lucas tenha se assustado com uma fumaça saindo do cockpit. Para sorte dele, o carro estava bem.
 
Na corrida, Di Grassi começou sendo passado por Vergne, mas logo tomou a frente do então maior rival Prost, que foi caindo na classificação. A corrida do brasileiro não teve grandes emoções, a não ser uma fuga de Buemi em dado momento. E a chance do pódio veio quando Abt não soube gerenciar sua energia e foi perdendo potência. Quarto pódio de Lucas em seis corridas e liderança retomada na F-E.
 
Piquet – 74 pontos
 
O sábado em Long Beach dificilmente poderia ter sido mais especial para Piquet. Não foi apenas por ter conquistado sua primeira vitória na categoria e asusmiu a vice-liderança do campeonato. Além de tudo isso, foi um triunfo marcante por ter sido no mesmo lugar onde o pai, Nelson Piquet, venceu pela primeira vez na F1 35 anos antes completados dias atrás.
 
Nelsinho fez o suficiente para largar no terceiro lugar, mas ganhou o segundo de presente pela punição de Buemi. Quando a largada foi permitida, imediatamente ele mergulhou para cima de Abt e passou. Daí em diante, correu uma prova particular. Em nenhum momento passou sequer perto de sofrer ou deixar a vitória escapar.
 
Buemi – 55 pontos
 
Novamente, em Long Beach, um Buemi errático se apresentou para complicar uma apresentação que poderia ter sido bem mais lucrativa. O excesso de energia utilizado na classificação levou a uma punição. A pole-position virou décimo lugar, e a situação com os rivais todos acima se mostrou complexa.
 
O ritmo de Buemi, no entanto, era muito forte. Desta forma, logo ele deixou para trás Sarrazin, D'Ambrosio, Speed e Félix da Costa. Abt, pole, caiu para trás depois, por problemas de energia. E com isso Buemi conseguiu capitalizar mais 12 pontos. O pódio nunca esteve realmente próximo, mas o suíço ao menos controlou os danos.
Repórter da F-E entrevista Di Grassi com Piquet ali ao lado (Foto: F-E)
 
Di Grassi – 93 pontos
 
O ponto da temporada em que a disputa já existente se inflacionou aconteceu em Mônaco. No mesmo grupo na classificação, Di Grassi e Piquet se encontraram durante voltas rápidas de ambos na pista. Nelsinho considerou que o rival o havia atrapalhado deliberadamente. Lucas respondeu que o compatriota "fala demais", e a treta estava na mesa. Pilotos do mesmo país, na mesma faixa de idade, os dois são rivais desde sempre. Mas a explosão frente aos olhos do mundo foi um tanto quanto surpreendente e animadora.
 
Na pista, no entanto, enquanto os dois conseguiam andar forte, a primeira corrida da F-E na Europa, na lendária pista do Principado, tinha outro dono. Di Grassi saiu na segunda colocação e por ali ficou. Pouco antes de trocar de carro, tentou atacar Buemi — não conseguiu. Depois da troca, não teve muito a fazer. No entanto, atrás, Piquet chegou. Depois da troca de farpas entre os dois horas antes, a briga foi interessante. Mas Lucas manteve uma pilotagem infalível para defender o segundo lugar.
 
Piquet – 89 pontos
 
A rixa com o rival Di Grassi se apresentou com toda a força quando Nelsinho reclamou de ter sido atrapalhado. Mesmo assim, conseguiu largar na quarta colocação, atrás dos concorrentes e de D'Ambrosio, com boas chances de atacar. 
 
Atingindo o auge de sua popularidade com o fanboost, Piquet usou a potência extra para passar o belga e assumir o terceiro posto. Após isso, Piquet só efetivamente atacou o rival no final da corrida, com tudo para tomar a segunda colocação e a liderança do campeonato. Ele tentou três vezes, uma com o fanboost, mas nada feito. Houve até um toque de corrida entre ambos, mas Di Grassi manteve a posição.
 
Buemi – 83 pontos
 
Enquanto seus dois rivais brasileiros se estranhavam na frente das câmeras, Buemi tomava de assalto o eP de Mônaco. Se os ponteiros do campeonato vinham escapando dele, agora o suíço voltara com tudo para a briga, deixando para trás inclusive o companheiro Prost.
 
Começou na classificação, quando Buemi juntou todas as melhores parciais e anotou a volta perfeita para a pole-position  — dessa vez, sem cortes. Na prova, o ex-piloto da Toro Rosso não correu riscos nem quando Di Grassi acelerou para pressioná-lo. Ainda se utilizou de uma tática diferente para permanecer mais na pista com pouca energia antes da troca de carro e só teve a agradecer a Piquet por chegar no inimigo e batalhar. Foi o que Buemi precisou para terminar a corrida em Mônaco desfilando para ser o único piloto na história da categoria até aquele momento com duas vitórias.
Carro de Lucas Di Grassi (Foto: AP)
Piquet – 103 pontos
 
Enquanto a F-E aproveitou o intervalo entre as corridas para promover a rivalidade entre Piquet e Di Grassi, a corrida no mítico aeroporto desativado de Tempelhof significava uma batalha agora tripla pela liderança do campeonato, que poderia ir para qualquer lado sem depender de muitas variantes.
 
Piquet, por sua vez, começou em desvantagem. Fez sua pior classificação de toda a temporada, conseguindo apenas a 13ª posição do grid. Só que a largada já deu o tom de que o piloto da equipe China ia se recuperar. Ao partir, era o décimo. 
 
Foi recuperando espaço que perdeu novamente ao ficar tempo demais na pista antes de trocar o carro. Sem se preocupar em controlar energia na metade final, logo impôs um ritmo fortíssmo e foi saindo do oitavo lugar em que estava, além de anotar a volta mais rápida da corrida. Ele passou pelas Venturi de Sarrazin e Heidfeld e ficou com a quinta colocação. Após a prova, com a punição de Di Grassi, foi premiado duplamente. Mais alguns pontos para ele e muito menos pontos para o rival. Era, agora, líder da F-E.
 
Buemi – 101 pontos
 
Tentando carregar o momento que criou com a vitória em Mônaco, Sébastien tinha primeiramente a chance de entrar na classificação sabendo do que precisava para ser pole-position. Ainda que com a vantagem, o suíço terminou por largar atrás de um surpreendente Trulli e de Di Grassi.
 
E na verdade, ao contrário de Mônaco, dessa vez foi Buemi quem jamais assustou o brasileiro. Na verdade, a preocupação maior de Buemi foi com D'Ambrosio, que o pressionava antes das trocas de carro. Quando parou, amargou um trabalho ruim da e.dams, que teve de reverter. Passou Heidfeld pelo terceiro lugar, mas não parecia ter força para outra coisa. Mas algumas horas após a prova, quando anunciada a punição a Di Grassi, Buemi acabou com a segunda colocação e 18 pontos na garagem, além da segunda colocação do Campeonato de Pilotos.
 
Di Grassi – 93 pontos
 
Se houve um momento de mudança de ares da temporada da F-E, apenas após o eP de Londres poderá haver confirmação. Mas há uma grande chance que esta corrida fique lembrada com o momento. Lucas fez sua corrida mais dominante do ano, não deu qualquer chance para perder a prova. E ainda sim saiu da corrida caseira da Audi ABT sem um ponto sequer.
 
Largando atrás de Trulli, o brasileiro demorou duas curvas para deixar o italiano para trás e começar a abrir prontamente. Em 15 voltas, antes de parar para trocar o carro, tinha vantagem de mais de 12s. Jamais passou perto de ser ameaçado e ganhou com sobras.
 
No entanto, após a prova, a direção considerou que um reforço de metal numa das aletas das asas frontais do carro da Audi ABT estava em desacordo com as regras. Assim, decidiram por bem desclassificar o piloto. Di Grassi perdeu a vitória, 25 pontos, duas posições no campeonato e prometeu "chutar traseiros de Piquet e Buemi" nas corridas seguintes.
O pódio em Moscou (Foto: AP)
 
Piquet – 128
 
A pista de Moscou é travada como o melhor gosto de Piquet e da China. Desta feita, acabou sendo um casamento perfeito. Embora novamente o líder do campeonato tenha esbarrado em Vergne na classificação e ficado com o segundo lugar na largada.
 
No melhor estilo que vem apresentando na F-E, no entanto, Piquet mergulhou à frente de Vergne e se posicionou na dianteira. Apesar de jamais ter conseguido abrir vantagem da forma como em Long Beach, Nelsinho fez uma prova sem riscos para se aproximar do título da F-E.
 
Di Grassi – 111
 
Quanto mais a temporada se aproxima do fim, mais foram clareando que os líderes estão, sim, em situação de domínio quanto ao resto. Di Grassi não conseguiu ser mais rápido que Vergne e Piquet, é verdade, mas o terceiro lugar com Buemi ao lado dava a sensação que a corrida pelo traçado que cruzava a Praça Vermelha seria interessantíssima. 
 
Na frente, Vergne não ofereceu qualquer oposição a Piquet na largada, mas para Di Grassi e Buemi, a resistência era total. Apesar de mais lento, o francês não deixava a Andretti sair da frente dos carros de Audi ABT e e.dams. Sorte de Lucas que a equipe trabalhou bem nos boxes, o devolvendo à pista na frente. Era claro que Vergne não tinha ritmo para alcançá-lo, bem como ele não tinha condições de tirar uma diferença tão grande de Piquet. Ficou assim, completando uma dobradinha brasileira para lá de amarga. 
 
Buemi – 105
 
Todavia, mais amargo que o segundo lugar de Di Grassi foi a corrida de Buemi. Após classificar no quarto lugar, era claro que a intenção era fazer mais pontos que os rivais. Piquet, especialmente. Só que Buemi não conseguiu sair da armadilha que era Vergne mais lento e não tinha espaço no trenzinho de vagões para deixar Di Grassi para trás. Enquanto isso, Nelsinho escapava.
 
Foi apenas na volta final, após passar toda uma corrida atrás de Vergne, que Buemi conseguiu ultrapassar. Enquanto a discussão era se o suíço havia feito uma manobra excessivamente perigosa para passar por Vergne, a direção de prova considerou outra coisa. Uma liberação insegura da e.dams o 'premiou com um acréscimo de 29s. O terceiro lugar de pódio virou nono, e os 15 pontos se tornaram apenas dois – mais os dois da volta mais rápida.
 
Em Moscou foi a primeira vez que os três receberam o fanboost. Foi o quarto seguido para Piquet, enquanto se tratou do segundo para Di Grassi e Buemi.

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