Cordeiro elogia formato da Seletiva de Kart Petrobras: “É um campeonato que te ensina muito”

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Palco da final da Seletiva de Kart Petrobras de 2013, o Kartódromo Granja Viana recebeu o torneio pela última vez em 2008. Na ocasião, o campeão foi Leonardo Cordeiro, piloto que disputava a final pela terceira vez e que mostrou compreender bem o formato da disputa.

O paulista de São José dos Campos derrotou Nicolas Costa e Felipe Guimarães para ficar com o título e o prêmio de R$ 100 mil, que usou para investir em treinos de F3. Um ano depois, sagrou-se campeão da F3 Sul-Americana.

“Foi de extrema importância, esse título. Foi na época em que eu estava no início da transição do kart para o fórmula, e eu precisava de uma ajuda financeira grande. Usei o prêmio para ganhar mais experência com o carro, e foi de grande valia”, comenta Cordeiro.

Cordeiro foi campeão da Seletiva em sua terceira aparição no torneio (Foto: Fabio Oliveira)

Antes da decisão, Cordeiro se dedicou a treinos na Granja Viana com o motor Biland. Além disso, preocupou-se em memorizar a maior quantidade possível de traçados do kartódromo de Cotia. Isso o ajudou a pular na frente já nas primeiras baterias, o que é essencial.

“O segredo é, desde o início, você estar sempre bem. Começar lento, para poder evoluir, é difícil. Tem que começar bem e terminar bem. Eu fui muito bem nas tomadas, nas disputas, acho que venci todas, inclusive a disputa da melhor volta. Mas, até o segundo dia, a briga estava indefinida. O que me ajudou mesmo foram os treinos que eu fiz antes”, avalia.

Mais do que o prêmio, Cordeiro vê no formato o ponto forte da Seletiva. “O formato, além de premiar o melhor, dá a oportunidade de um treinamento muito bom. Tanto psicológico quanto técnico”, diz.

Com pouco tempo para treinos, diferentemente do que acontece em campeonatos como Brasileiro de Kart, a capacidade de adaptação rápida é fundamental. “Quando você vai para a Europa, ou até na F1, hoje a gente vê isso, eles não têm muitas voltas para conseguir o acerto ideal. Então, também é um campeonato que te ensina muito. O piloto tem que andar e já virar. Desenvolve o piloto”, reforça.

Pódio da Seletiva de 2008 teve Cordeiro, Costa e Guimarães (Foto: Fabio Oliveira)

Hoje, depois de passar pelo GT Brasil em 2012, Cordeiro está longe do automobilismo. Ele decidiu abandonar as pistas para se dedicar à faculdade de engenharia e trabalhar junto do pai. A falta de perspectiva que o esporte brasileiro propicia aos atletas foi o motivo.

“Eu não consigo me viabilizar na Stock Car simplesmente indo para o Brasileiro de Turismo. Primeiro que, para entrar, teria que entrar com uma grana boa. E nem adiantaria muito eu ir para essa categoria. Para ir para a Stock Car, eu também dependo de um bom aporte financeiro. Para mim, que vivi dez anos no automobilismo sonhando com F1, voltar e ir atrás de patrocínio e gastando o dinheiro da minha família… Falei ‘está bom. Não vou tentar a Stock Car’. Tomei essa decisão”, conta.

“O Brasil, infelizmente, não investe nos talentos que existem no país. Não é nem investir dinheiro, tem incentivos fiscais. Diversas vezes, apresentei projetos para diretores de grandes empresas, um, sem nenhum desembolso financeiro, só trocas de benefícios fiscais, e mesmo assim não querem usar, entendeu? Acho que é uma questão cultural. Tomara que, com as Olimpíadas, o Brasil mude. Vai ter poucas medalhas e, talvez, isso abra os olhos dos caras de que não é só o governo que tem que se preocupar. E o governo mesmo se preocupa muito pouco”, completa Cordeiro.

Seletiva de Kart Petrobras, 2008, Kartódromo Granja Viana

1. Leonardo Cordeiro (SP), 48 pontos
2. Nicolas Costa (RJ), 39
3. Felipe Guimarães (DF), 34
4. Vitor Teiji (PR), 34
5. Gabriel Navarrette (GO), 31
6. Marcelo Anselmi (PR), 20
7. Paulo Grassi (SP), 15
8. Felipe Nasr (DF), 15
9. Douglas Hiar (SP), 13
10. Guilherme de Conto (PR), 13
11. Pipo Derani (SP), 10
12. Marcelo Medeiros (MA), 10