A Fórmula E retoma a disputa da temporada no próximo fim de semana, no eP de São Paulo, e o GRANDE PREMIUM destacou dez tópicos importantes para ficar de olho na segunda visita da história da categoria ao Brasil

Depois de mais de um mês de hiato, a temporada 2023/24 da Fórmula E será retomada no próximo fim de semana, com a segunda visita da história da categoria ao Brasil. E o eP de São Paulo, programado para acontecer entre os dias 15 e 16 de março, traz alguns pontos de interrogação em relação ao campeonato e outros que dizem respeito a equipes e pilotos.

No 10+ desta semana, o GRANDE PREMIUM separou dez tópicos importantes para ficar de olho na segunda corrida da história da Fórmula E em solo brasileiro. Confira!

Três vencedores diferentes em três corridas

Até aqui, a temporada da Fórmula E ainda não repetiu vencedores em três corridas disputadas. Pascal Wehrlein abriu o campeonato vencendo na Cidade do México com a Porsche, Jake Dennis levou a melhor na primeira corrida de Diriyah com a Andretti, e Nick Cassidy conquistou seu primeiro triunfo pela Jaguar um dia depois, novamente na Arábia Saudita.

Com uma corrida completamente diferente no eP de São Paulo, fica a expectativa para saber se a quarta etapa do campeonato trará um quarto vencedor diferente. Vale destacar que, no ano passado, os três foram os grandes protagonistas da temporada junto a Mitch Evans, que também brigou pelo título. Fora desse grupo, apenas Jean-Èric Vergne, António Félix da Costa e Maximilian Günther venceram — uma vez cada.

Cassidy foi o terceiro vencedor diferente da Fórmula E em três corridas (Foto: Fórmula E)

Domínio da Jaguar

O eP de São Paulo de 2023 trouxe um momento histórico para a Jaguar, que viu seu trem de força dominar completamente a prova e ocupar os três lugares do pódio. Mitch Evans conquistou sua primeira vitória na temporada, Nick Cassidy — ainda na cliente Envision — chegou em segundo, enquanto Sam Bird — hoje na McLaren — completou o top-3 e ainda registrou a volta mais rápida.

Certamente, para 2024, o sonho da Jaguar seria repetir os dois primeiros colocados, que agora atuam na mesma garagem. O trem de força inglês segue mostrando que é um dos mais eficientes da categoria, junto à Porsche, mas com uma vantagem significativa na classificação. É, sim, um dos grandes favoritos à vitória no Anhembi.

Porsche

A Porsche representa um paradoxo interessante na Fórmula E. Trem de força que mais venceu em 2024 até aqui, com dois triunfos em três provas — lembrando que a Andretti corre com o motor alemão —, o time gera medo em seus torcedores a cada sessão classificatória. Sem conseguir se adaptar ao ritmo de volta única, a montadora repete os mesmos problemas em todos os finais de semana: se conseguir se classificar bem, briga pela vitória; se não, sofre para ganhar posições.

Em um traçado que vai exigir muita eficiência, a Porsche surge, certamente, como uma das candidatas à vitória em São Paulo. A dúvida, entretanto, permanece a mesma: vai conseguir colocar seus carros lá na frente para a largada? No ano passado, António Félix da Costa foi até a final e perdeu para Stoffel Vandoorne, sofreu com o tráfego na corrida e ainda terminou em quarto. Como será em 2024?

A Porsche busca um resultado de destaque após um fim de semana difícil em Diriyah (Foto: Porsche)

António Félix da Costa

Zerado no campeonato, Da Costa simplesmente não apareceu ainda na temporada. Ocupando as últimas posições ao longo de todo o fim de semana em Diriyah, o português passa por um momento difícil e espera que o hiato entre as duas provas traga respostas e uma evolução consistente de rendimento. No ano passado, o piloto foi bem na classificação e chegou até a final. Na corrida, sofreu com alguns toques e terminou em quarto, melhor carro com motor Porsche de toda a prova.

O curioso é que, mesmo com um desempenho tão ruim, a distância para o primeiro lugar é menor esse ano do que em 2023. Sem pontos, Da Costa vê o líder Cassidy 57 tentos à frente, enquanto a diferença para Wehrlein na temporada passada era de 62 (68 a 6). Ainda é possível, mas o veterano precisa de uma recuperação imediata.

Brasileiros

A situação dos brasileiros na corrida de casa promete ser bastante complicada. Os motivos, na verdade, são parecidos: tanto Abt Cupra — de Lucas Di Grassi — quanto ERT — de Sérgio Sette Câmara — sofrem com a falta de eficiência, isto é, carros que gastam muito mais energia do que conseguem regenerar. Assim, precisam constantemente tirar o pé para economizar bateria, o que dificulta a briga em qualquer parte do pelotão.

Di Grassi ainda busca seu primeiro ponto na temporada, mas a realidade é que apenas um conjunto extraordinário de fatores poderia fazer com que a Abt pontue em uma corrida tão exigente em termos de energia. O mesmo serve para Sette Câmara, que vem de uma etapa em que exibiu uma pilotagem excelente na corrida 1 de Diriyah, suficiente para largar em quarto e chegar em nono. Parece pouco, o mas o brasileiro certamente aceitaria repetir o resultado sem pensar duas vezes.

Sette Câmara não terá vida fácil em São Paulo (Foto: Fórmula E)

Attack Charge

Depois de algumas falhas de confiabilidade nos primeiros testes, o Attack Charge voltará a ser experimentado pela Fórmula E no TL1 do eP de São Paulo. Previsto para entrar em cena oficialmente pela primeira vez em Misano, o artifício ainda sofre com a desconfiança das equipes e não tem presença garantida na Itália.

Mais uma vez, a categoria terá uma oportunidade de observar a ativação e entender se a potência extra está em condições de ser utilizada em uma corrida. Tóquio pode servir como último palco de testes antes da etapa italiana, mas a Fórmula E ainda não confirmou a possibilidade.

Stoffel Vandoorne

Desde que conquistou seu único título da Fórmula E, na temporada 2021/22, Stoffel Vandoorne brilhou uma única vez: na classificação do eP de São Paulo do ano passado. Depois de liderar o Grupo A com um tempo de 1min12s761, o belga bateu Jake Hughes nas quartas, Edoardo Mortara na semifinal e Da Costa na grande final para conquistar a posição de honra e três pontos na tabela do campeonato.

Na corrida, entretanto, Vandoorne foi perdendo posições para os carros mais eficientes da Jaguar e acabou em sexto, atrás do companheiro Vergne — que parece muito mais adaptado ao carro Gen3. Voltando a um ambiente em que conseguiu se destacar em 2023, Vandoorne tem a chance de brilhar pela primeira vez este ano — que já teve pódio do francês para a DS Penske. O belga precisa voltar a ser protagonista.

No único lugar em que brilhou em 2023, Vandoorne tenta voltar a ser protagonista (Foto: Fórmula E)

Nick Cassidy

Três pódios em três corridas, primeira vitória pela Jaguar em Diriyah e a liderança do campeonato. Depois de seu melhor ano na Fórmula E em 2023, Cassidy parece partir para uma temporada ainda melhor em 2024, dando sequência à fase regular que viveu na última edição — quando terminou com o vice, após brigar pelo título até a última etapa.

No Anhembi, palco que trouxe grande atuação do neozelandês em 2023, Cassidy terá a oportunidade de se manter como o piloto mais regular do ano e, de quebra, estender ainda mais a vantagem na liderança da categoria. Por outro lado, vale destacar que no ano passado, Wehrlein chegou ao Brasil em situação parecida, somando ainda mais pontos, mas perdeu o título no fim após uma reviravolta que começou justamente em São Paulo.

Ultrapassagens

É um fato: a Fórmula E ainda não deu, em 2024, o que o público se acostumou em 2023 — corridas velozes, disputadas e, principalmente, recheadas de ultrapassagens. Se a Cidade do México não costuma produzir grandes disputas, a decisão de diminuir uma volta nas provas de Diriyah se provou um grande equívoco e destruiu a possibilidade de um fim de semana emocionante. Com muita energia à disposição, os pilotos puderam acelerar do início ao fim.

O eP de São Paulo promete ser diferente. Em uma pista muito mais veloz e com um número maior de retas, a prova do Anhembi será bastante exigente na gestão de energia. António Félix da Costa, em conversa exclusiva com o GRANDE PRÊMIO, disse que será ainda mais do que no ano passado. E isso é muito positivo para o público, que terá a oportunidade de ver uma quantidade muito maior de disputas do que nas três corridas realizadas até aqui.

eP de São Paulo trouxe uma corrida muito animada e um verdadeiro Carnaval no pódio (Foto: FIA Formula E)

Estrutura

Estreante no ano passado, o eP de São Paulo recebeu algumas críticas pela estrutura, considerada grande demais e que transformava todos os deslocamentos em grandes caminhadas. O público reclamou da distribuição de água e alimentos, algo que a organização — agora com mais experiência — prometeu corrigir para 2024. É algo que também precisa ser observado, já que uma categoria que ainda busca fidelizar novos públicos precisa tratar a hospitalidade dos fãs da melhor maneira possível.

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Assista na íntegra ao eP de São Paulo de 2023

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