Com o início da pré-temporada da Fórmula E marcado para esta terça-feira (13), em Valência, o GRANDE PREMIUM elaborou os dez motivos principais para se observar de perto a categoria elétrica em 2023, ano de estreia dos novos carros Gen3

A Fórmula E prepara seus últimos passos antes da primeira participação oficial dos carros de terceira geração na categoria, e a pré-temporada em Valência — entre 13 e 16 de dezembro — reunirá pilotos e equipes para os últimos ajustes antes do pontapé inicial. Assim, o GRANDE PREMIUM preparou um especial com dez motivos para ficar de olho na Fórmula E em 2023: além da implementação dos novos monopostos, apenas uma equipe manteve sua dupla titular de um ano para o outro. Além disso, alguns novatos chegaram, uma equipe vencedora se despediu e o regulamento trouxe mudanças.

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Sem mais delongas, os 10 motivos para ficar de olho na Fórmula E 2022/23:

Os novos carros Gen3 prometem ser os mais rápidos da história da categoria (Foto: Mahindra)

1. Gen3

A Fórmula E terá um conjunto de carros completamente diferente a partir do ano que vem. Com o objetivo de tornar a categoria mais rápida e aumentar a eficiência tecnológica dos monopostos, o Gen3 surgiu para iniciar uma nova Era na temporada 2022/23. Os novos bólidos prometem alcançar até 321 km/h, número consideravelmente acima dos 280 km/h da segunda geração, mas o destaque mesmo é para a nova regeneração de energia.

Em uma categoria que torna imprescindível o gerenciamento da carga de bateria por meio do ‘coasting’, os carros Gen3 oferecerão 600 kW de regeneração máxima, quantidade muito superior aos 250 kW dos Gen2. A intenção, com isso, é possibilitar que os pilotos possam acelerar por mais tempo, reduzindo com menos intensidade a velocidade para regenerar energia, e que os freios gerem uma carga de bateria maior do que era feito até 2022.

E essa regeneração também conta com mais uma novidade: a ausência de freios hidráulicos na parte traseira dos carros — que pela primeira vez, terão motores tanto na dianteira quanto na traseira. A diminuição de velocidade será feita em função do trem de força dianteiro, com a chamada frenagem regenerativa, que promete produzir mais de 40% das energias utilizadas nas corridas desta forma.

2. Novas equipes e uma despedida de peso

O grid da Fórmula E manteve as mesmas 11 equipes de 2022 para 2023, mas as semelhanças entre as duas temporadas terminam por aí. O campeonato do ano que vem terá três novas atrações, todas envolvendo um alto grau de expectativa para o ano que vem — duas delas substituem os dois melhores times da última temporada, enquanto uma retorna em grande estilo e outra se despede, pelo menos por enquanto.

A Mercedes, vencedora dos dois últimos anos da Fórmula E entre Pilotos e Construtores, deixou o grid. No entanto, o espaço não ficará vago: a McLaren absorveu as operações do time alemão e vai assumir o posto na FE, mantendo Ian James no cargo de chefe de equipe. Em relação aos pilotos, a equipe britânica foi a última a anunciar seus titulares, mas já confirmou René Rast e o estreante Jake Hughes para o ano que vem.

Vice em 2022, a Venturi também não terá mais seu nome estampado no grid. A equipe monegasca encerrou suas operações e teve a estrutura incorporada pela Maserati, que se prepara para seu primeiro ano de Fórmula E. E as ambições da equipe italiana foram altas, com a expectativa de uma forte dupla com Edoardo Mortara e Nyck de Vries, mas o holandês foi em direção à Fórmula 1. Assim, Maximilian Günther foi escolhido para o posto após sua saída da Nissan.

A Abt, por sua vez, é uma novata e ao mesmo tempo veterana na Fórmula E. A equipe já esteve no grid da categoria no passado, mas nunca como time próprio — tinha parceria com a Audi, inclusive com o título de Lucas Di Grassi em 2016/2017. Desta vez, entretanto, a escuderia alemã retorna com tudo: em parceria com a Mahindra, que irá fornecer os trens de força para 2023, Robin Frijns e Nico Müller assumem a responsabilidade de liderarem a equipe em sua primeira aventura sob própria direção.

Por outro lado, um time de peso vai deixar o grid. A Techeetah, campeã de Pilotos em 2017/18 e 2018/19 com Jean-Éric Vergne e em 2019/20 com António Félix da Costa, não conseguiu reunir condições financeiras de disputar mais uma temporada, e após o fim da parceria com a DS, precisou deixar a categoria. Um retorno no futuro não está descartado, mas será necessário passar por um processo de reformulação que angarie a chegada de novos investidores que viabilizem a participação.

O Maserati Tipo Folgore, primeiro carro da equipe na história da Fórmula E (Foto: Maserati)

3. Brasileiros em novas equipes

Os dois brasileiros presentes no grid da Fórmula E têm continuidade assegurada para 2023, e ambos em experiências completamente novas na categoria. Além da implementação dos novos carros, tanto Sérgio Sette Câmara quanto Lucas Di Grassi fecharam com novas equipes — o mineiro saiu da Dragon para a NIO, enquanto o campeão de 2016/2017 será piloto da Mahindra.

Após um ano absolutamente difícil com a Dragon, que não oferecia a menor chance de competitividade, Sette Câmara terá um desafio um pouco menos tenso na NIO a partir do ano que vem. A equipe terminou o campeonato na penúltima colocação, à frente apenas do time americano, e torce pela entrada definitiva no pelotão intermediário no ano que vem. Para isso, além de Sérgio, o time chinês irá contar com os serviços de Dan Ticktum pela segunda temporada consecutiva.

Vindo de uma segunda metade de temporada bem forte, Di Grassi também terá casa nova em 2023 — mas nem tanto assim. O que acontece é que a Mahindra, nova equipe de Lucas, fechou parceria com a Abt, justamente ex-parceira da Audi — pela qual o brasileiro foi campeão em 2016/17. Assim, o piloto já conhece boa parte do staff envolvido no acordo, e quer aproveitar a virada de página oferecida pelos carros Gen3 para retornar à briga pelo título. Ao seu lado, Lucas terá a companhia do britânico Oliver Rowland.

4. Dança das cadeiras

A McLaren foi a última equipe a revelar sua dupla titular para o ano que vem, o que selou de vez o grid de 2022/23 da Fórmula E. E depois de tantas trocas entre os times e a chegada de alguns novos nomes, a competição entrará em 2023 com uma configuração totalmente diferente à última temporada.

Stoffel Vandoorne deixou a Mercedes para se juntar à DS Penske, mesmo movimento de Jean-Éric Vergne; Sérgio Sette Câmara saiu da Dragon para fechar com a NIO; Lucas Di Grassi se tornou piloto da Mahindra após deixar a Venturi; Robin Frijns trocou a Envision pela Abt; com o fim da Techeetah, António Félix da Costa fechou com a Porsche; Maximilian Günther chegou a ficar sem lugar no grid após sair da Nissan, mas encontrou uma vaga na Maserati; Sébastien Buemi, ex-companheiro de Günther no time japonês, foi para a Envision; por fim, André Lotterer mudou os planos de se dedicar ao endurance e fechou com a Andretti.

Assim, das 11 equipes presentes no grid, apenas uma vai manter a mesma dupla de um ano para o outro: a Jaguar, que conta com Mitch Evans e Sam Bird.

Sérgio Sette Câmara terá um novo desafio na NIO, que manteve Dan Ticktum para 2023 (Foto: NIO)

5. Novatos

As novidades, entretanto, não se resumem aos pilotos que trocaram de equipe dentro do grid. A Fórmula E terá algumas caras novas em 2023, começando por aqueles que já fizeram parte da categoria no passado e preparam seus retornos para o ano que vem.

Juntos, Norman Nato, da Nissan, Nico Müller, da Abt, e René Rast, da McLaren, somam 56 corridas de Fórmula E disputadas. No entanto, todos ficaram de fora do grid em 2022 e terão a oportunidade de retornar justamente na primeira temporada dos Gen3. Dos três, o francês é o único que venceu: pela Venturi, Nato saiu da sexta posição para faturar o eP de Berlim 2 de 2020/21.

Além daqueles que deixaram o grid em algum momento e estarão de volta em 2023, a Fórmula E terá dois novatos como titulares no ano que vem. Jake Hughes e Sacha Fenestraz possuem experiência no desenvolvimento dos carros da categoria — o segundo já até disputou a etapa de encerramento de 2022, em Seul —, mas se preparam para suas primeiras temporadas completas como titulares no ano que vem.

O britânico, que esteve envolvido com a disputa da Fórmula 2 este ano, fechou a McLaren para ser parceiro de Rast. Do outro lado, Fenestraz trocou as disputas japonesas — foi vice-campeão da Super Fórmula em 2022 — por uma parceria com Nato na Nissan, que viu seus dois pilotos irem embora após o fim de mais uma temporada decepcionante.

6. eP de São Paulo

É impossível falar sobre as expectativas para a temporada 2022/23 da Fórmula E sem citar a primeira visita da história ao Brasil. Objetivo da categoria já há algum tempo, o primeiro eP de São Paulo irá acontecer no dia 25 de março, no Sambódromo do Anhembi, marcando o retorno da categoria à América do Sul.

Os ingressos já começaram a ser vendidos e o traçado idealizado pela categoria também já foi divulgado, ainda que esteja aguardando a homologação oficial para ser confirmado. A largada está prevista para o Anhembi, e uma das intenções da Fórmula E é de não passar pela Marginal Tietê para não gerar o caos no trânsito da capital paulista.

Ainda pendente de homologação, este é o traçado previsto para o eP de São Paulo (Foto: Fórmula E)

7. Corridas estreantes

A Fórmula E prepara sua estreia no Brasil para o ano que vem, mas as novidades no calendário não param por aí. Além da corrida de São Paulo, a categoria ainda tem previstas outras três estreias para a temporada: Hyderabad, na Índia; Cidade do Cabo, na África do Sul, e Portland, nos Estados Unidos.

De acordo com o calendário divulgado pela categoria para o ano que vem, três estreias acontecerão de forma consecutiva: Hyderabad no dia 11 de fevereiro, Cidade do Cabo no dia 25 do mesmo mês e São Paulo em 25 de março. Por fim, o eP de Portland fecha as corridas inaugurais no dia 24 de junho, logo antes das rodadas duplas finais em Roma e Londres.

8. Regulamento esportivo

A Fórmula E fez algumas alterações em seu regulamento esportivo para 2023, e três delas chamaram bastante atenção. A primeira grande novidade é a reformulação do modo de ataque, que não precisará mais ter sua potência despejada de uma só vez. Assim, equipes e pilotos terão mais possibilidades estratégicas, alternando de forma mais heterogênea os cenários possíveis para as corridas.

O fim do FanBoost veio como um alívio para a grande maioria do paddock, que já não era a favor da manutenção do artifício, mas a terceira mudança causou indignação. Contrariando praticamente todas as equipes do grid, a Fórmula E decidiu ‘copiar’ a F1 e introduziu a obrigatoriedade de que todas as equipes cedam seus carros para um novato ao longo de dois treinos livres da temporada.

Em um ano no qual uma nova geração de carros será implementada, a mudança não caiu bem no grid. Enquanto as equipes querem aproveitar cada oportunidade possível para testarem seus carros e obterem os dados mais precisos possíveis, os pilotos também possuem receio sobre o que uma sessão com novatos poderia agregar — além, é claro, do risco de quebrar o carro durante um fim de semana de corrida.

9. Novo fornecedor de pneus

A Fórmula E também alterou sua fornecedora de pneus para 2023, e pela primeira vez desde que foi fundada, não terá a marca da Michelin estampada em seus compostos. Por outro lado, a empresa sul-coreana Hankook já está garantida a partir do ano que vem, unindo seu projeto de sustentabilidade à filosofia de eletrificação automobilística da categoria. Os primeiros testes oficiais, ainda antes do início do campeonato, serão feitos na pré-temporada de Valência, em dezembro.

Já com os novos pneus Hankook, a Abt revelou seu carro para 2023 na última sexta (Foto: Abt)

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10. Confiabilidade

Por fim, outro aspecto que será testado diversas vezes durante a pré-temporada — e talvez aquele que esteja rendendo mais polêmica na Fórmula E no momento. Apesar de todas as aspirações tecnológicas sobre o carro Gen3, o fato é que o monoposto apresentou uma deficiência considerável no gerenciamento de bateria, o que pegou todas as equipes de surpresa.

Com a promessa de até 600 kW de regeneração, os carros apresentaram uma durabilidade muito mais baixa, e em alguns casos chegaram a inviabilizar a continuidade dos testes. Além disso, a dificuldade de fornecimento da Williams — que produz as baterias da categoria — incomodou, já que foi necessário esperar mais do que o previsto para que novas partes pudessem ser testadas.

Com dificuldades na manutenção e principalmente na logística das peças, algumas equipes sofreram nos primeiros testes e viram seus carros pararem na pista, algo que certamente precisa ser corrigido antes do início oficial da temporada — sob risco de uma repetição do eP de Valência de 2021, quando houve uma falta de bateria generalizada e a corrida terminou de forma caótica — e vergonhosa.

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