Depois de um dos melhores campeonatos que a Fórmula E já viu, o GRANDE PREMIUM separou no 10+ desta semana cinco pilotos que chegam em alta a 2024 e outros cinco que entrarão na próxima temporada buscando recuperação
Em contagem regressiva para o início da décima temporada de sua história, a Fórmula E já se encontra nos preparativos finais para o início do campeonato de 2024, no dia 13 de janeiro. E, em mais um esquenta para a edição que se aproxima, o GRANDE PREMIUM separou cinco nomes que chegarão em alta no eP da Cidade do México, primeira parada do calendário. Além disso, a lista ainda inclui outros cinco nomes que encerraram a última participação em baixa e que vão buscar uma recuperação a partir deste mês.
Apenas um adendo: Jake Dennis, campeão mundial pela primeira vez na categoria, não faz parte da lista. Com duas vitórias e 11 pódios em 16 corridas, o britânico da Andretti obviamente entra na temporada em alta e nem precisa ser mencionado. É o homem a ser batido em 2024.
O GRANDE PRÊMIO transmite todas as atividades de pista da temporada da Fórmula E no YouTube, AO VIVO e COM IMAGENS. As emoções começam já no 12 de janeiro, com o treino livre 1 do eP da Cidade do México.
EM ALTA
Nick Cassidy
Vice-campeão com 199 pontos, Cassidy foi, ao lado de Mitch Evans, o maior vencedor da temporada com quatro triunfos — o dobro do campeão Dennis. Além disso, o neozelandês subiu a oito pódios em 16 corridas e só deixou de pontuar quatro vezes, três delas depois de sofrer algum tipo de acidente. Com uma regularidade impressionante, Nick chamou a atenção da Jaguar e será companheiro de Evans em 2024, em uma das uniões mais poderosas do grid. Depois de um ano de maturação em 2022, 2023 trouxe a afirmação. Em 2024, chega como candidato ao título.
Mitch Evans
Mais uma vez, Evans bateu na trave na Fórmula E. Com desempenho e carro para brigar pela taça, o neozelandês sofreu com certa instabilidade no início da temporada e só acordou de vez a partir da primeira vitória, em São Paulo. Se manteve na briga até o fim, mas viu tudo ir pelos ares com um erro que causou um acidente impressionante com Cassidy e o tirou da briga em Roma — justamente sua melhor pista. Com quatro vitórias, sete pódios e 197 pontos, também entra em 2024 como postulante ao título. Depois de ser abalroado pelo ex-companheiro Sam Bird duas vezes e ver suas chances bastante prejudicadas, Mitch terá um novo parceiro em Cassidy, um amigo de infância. Resta saber como será essa união.
Maximilian Günther
A grande surpresa de 2023. Günther foi o dono da Maserati na última temporada, com 101 pontos somados e a única vitória da equipe no ano, em Jacarta. Aquele fim de semana, aliás, trouxe um alemão completamente dominante, com duas poles e uma vitória. Não deu nenhuma chance para Edoardo Mortara na competição interna, com 62 pontos a mais, e mostrou uma segunda metade de campeonato muito forte. Afeito a extremos, Max foi um piloto diferente em 2023. Com o único novato do grid a seu lado em 2024 — Jehan Daruvala —, entra na temporada como o principal nome da escuderia italiana.
António Félix da Costa
O nono lugar de Da Costa no Mundial de Pilotos da Fórmula E é enganoso. Não fosse uma punição esdrúxula de 3 minutos sofrida pelo português no eP de Londres 1 — que o derrubou de segundo para 16º —, o piloto teria terminado a competição em um confortável quinto lugar. É verdade que demorou um pouco a engrenar em seu primeiro ano com a Porsche, mas fez uma segunda metade de temporada forte e deixou a impressão de que está totalmente adaptado. Além disso, sua primeira vitória pela equipe, na Cidade do Cabo, veio com uma das ultrapassagens mais espetaculares do ano na última volta e precisa ser mencionada. Com a experiência de quem já conquistou o título da categoria, 2024 promete.
Jean-Èric Vergne
Bicampeão da Fórmula E, Vergne simplesmente extraiu tudo que o carro da DS Penske poderia oferecer. Conquistou a única vitória da equipe, em Hyderabad, subiu a três pódios e deu um banho em Stoffel Vandoorne na concorrência interna — 107 pontos contra 56. Quinto colocado ao fim do campeonato, o francês mais uma vez deixa a impressão de que, se tiver carro para brigar, será um dos postulantes ao título. A habilidade certamente está lá. Foi superado apenas por Dennis, Cassidy, Evans e Pascal Wehrlein, todos pilotos com trens de força Jaguar ou Porsche — certamente os dominantes de 2023. Ficou claro que faltou equipamento, mas também ficou claro que o ex-F1 é um dos melhores pilotos do grid.
EM BAIXA
Pascal Wehrlein
Como é possível o quarto colocado ter encerrado a temporada em baixa? É que Wehrlein abriu o ano de maneira avassaladora, com duas vitórias e um segundo lugar nas três primeiras corridas, e chegou a dar a impressão de que seria uma questão de tempo até confirmar seu primeiro título da Fórmula E. No fim das contas, não foi bem assim. O alemão só venceu mais uma vez até o fim do campeonato e não conseguiu se encontrar nas classificações. Assim, sempre precisava se recuperar ao longo das corridas, e a Fórmula E não é a categoria mais fácil do mundo quando se quer escalar o pelotão — mesmo com um carro forte o suficiente para dar o título a Dennis na cliente Andretti. Com uma segunda metade de ano muito abaixo do necessário para quem quer ser campeão, Pascal chega em 2024 precisando se recuperar. A estreia, na Cidade do México, acontece em uma pista em que o piloto costuma se dar bem. Dentre os que estão em baixa, é o único que ainda pode sonhar com a taça este ano.
Sam Bird
Com 102 pontos a menos do que o companheiro Evans, Bird simplesmente não conseguiu aproveitar a potência do motor Jaguar em 2023. E, pior do que não contribuir com a briga da montadora pelo Mundial de Equipes, o inglês ainda atrapalhou — e muito — o sonho de Mitch de ficar com a taça, acertando o próprio parceiro em dois momentos diferentes da temporada, em Hyderabad e Jacarta. Inconstante e imprevisível, Sam não marcou um ponto sequer em nove de 16 corridas. Entre Berlim 2 e Roma 1, o britânico passou incríveis seis provas sem ir ao top-10. Não é uma coincidência que tenha perdido a vaga na equipe para o regular Cassidy. Em 2024, vai tentar se reencontrar na McLaren.
Stoffel Vandoorne
O campeão de 2022 foi uma decepção e tanto em 2023. Fazendo seu primeiro ano pela DS Penske, Vandoorne não encontrou um carro capaz de ser campeão, mas podia ter feito muito mais — e a distância de 51 pontos para Vergne comprova isso. Sem vitórias ou pódios, o único ponto alto de Stoffel no ano veio com a surpreendente pole do eP de São Paulo, no qual terminou em sexto. Não mostrou em nenhum momento a regularidade que lhe valeu a taça no campeonato anterior e entra em 2024 precisando provar que merece o espaço na equipe.
Edoardo Mortara
Segundo colocado da Fórmula E em 2021 e terceiro em 2022, Mortata teve um 2023 difícil de explicar. Sem ritmo nenhum, o suíço colecionou acidentes e nunca ficou acima da 14ª posição na tabela do campeonato. Até deu um sopro final de esperança em Roma 2 e Londres 1, duas das três últimas corridas, em que somou 22 de seus 39 pontos no ano — até ali, era incrivelmente o 18º no Mundial, enquanto seu parceiro Günther já tinha até vencido. O desempenho catastrófico não inspirou confiança na Maserati, que o deixou ir. Na próxima temporada, vai participar da reconstrução da Mahindra e, com um trem de força que promete ocupar as últimas posições, deve ter mais um ano difícil em termos de competição pela frente. Mas dá para fazer muito melhor.
Oliver Rowland
A situação de Rowland é bastante particular. Piloto da Mahindra no início de 2023, o britânico simplesmente abandonou o barco no eP de Mônaco, irritado com a falta de competitividade do carro. Não é necessariamente alguém que chega em baixa pelo próprio desempenho ao longo da temporada, e talvez nem tivesse a chance de retornar à Nissan caso permanecesse até o fim do ano no time indiano. Ainda assim, Lucas Di Grassi, Robin Frijns e Nico Müller também precisaram lidar com o motor deficiente e ficaram até o fim. Tem tudo para conseguir resultados melhores na equipe japonesa em 2024, mas não deixou uma boa impressão.
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