Há uma pequena maldição em curso na Fórmula E: já passaram oito meses e 11 corridas desde que um pole-position venceu a prova em que largou na frente. Quem foram as vítimas?
Há um longo e tenebroso inverno em curso para donos da pole-position na Fórmula E. Na realidade, tem sido simples assim: quem larga na pole, não vence. A última vez que a figura da posição de honra levou a melhor foi em 30 de julho do ano passado, quando Jake Dennis saiu de #1 e terminou em #1. Nunca mais, desde então.
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São 11 corridas seguidas na Fórmula E, começando nas três finais do campeonato 2022 e passando pelas oito realizadas até agora em 2023, em que o pole-position viu algum rival subir ao lugar mais alto do pódio. Neste tempo, dez pilotos diferentes foram pole: Sébastien Buemi foi o único a alcançar duas vezes a honraria.
O GRANDE PREMIUM lista, assim, os dez responsáveis por ver a pole ser transformada em algo aquém da vitória na categoria dos carros elétricos.
Pole – Jake Dennis, eP de Londres 2 em 2022 (Lucas Di Grassi venceu)
Após fazer pole e vencer a corrida no dia seguinte, Jake Dennis voltou a garantir a posição de honra no domingo londrino. E liderou a corrida durante boa parte do tempo, mas foram Lucas Di Grassi e a Venturi que acertaram a estratégia, fazendo o campeão da categoria tomar a liderança. Jake atacou nas voltas finais, mas não adiantou. Vitória de Di Grassi, com Dennis em segundo.
Oliver Rowland, eP de Seul 1 de 2022 (Mitch Evans venceu)
A quinta pole de Oliver Rowland na Fórmula E veio na primeira perna da rodada dupla que definia a temporada 2022, em território da Coreia do Sul. A busca pela segunda vitória na categoria, contudo, encontrou enorme percalço na largada, quando Evans arrancou de forma brilhante, saiu de terceiro para a ponta. Ainda com chances de ser campeão àquela altura, venceu, com Rowland em segundo.
António Félix da Costa, eP de Seul 2 de 2022 (Edoardo Mortara venceu)
A segunda prova de Seul definiria o campeão da oitava temporada da Fórmula E, mas na hora da classificação quem se deu melhor foi um outro campeão, que se despedia da equipe pela qual atingiu a glória: António Félix da Costa. Edoardo Mortara largou em segundo, mas chegou a perder a posição na largada. Com uma ultrapassagem contundente, tirou Jake Dennis da frente e partiu para logo alcançar Da Costa. Uma vez na ponta, partiu para a vitória. O português, uma vez pole, saiu dos pontos após um toque de Dennis durante a briga pelo segundo lugar. Terminou em décimo.
Lucas Di Grassi, eP da Cidade do México de 2023 (Jake Dennis venceu)
A situação para abrir a temporada atual da Fórmula E envolveu os mesmos dois pilotos que a corrida que começou a lista, mas em ordem invertida. Lucas Di Grassi estreava na Mahindra e conseguiu a pole ao superar Jake Dennis e a Andretti, de motores Porsche. Na corrida, a eficiência do Porsche falou mais alto e garantiu vitória a Dennis, com Pascal Wehrlein em segundo e Di Grassi encerrando o pódio. Foi, até o momento, a única corrida com pontuação do brasileiro no campeonato.
Sébastien Buemi, eP de Diriyah 1 e eP de Berlim 1 de 2023 (Pascal Wehrlein e Mitch Evans venceram)
O único neste período que conquistou duas poles também teve o dissabor de duas derrotas. Na primeira corrida em Diriyah, Pascal Wehrlein fez novamente o motor Porsche cantar. Mas na última etapa, na corrida 1 em Berlim, quem mandava no campeonato era a Jaguar. Então, Mitch Evans foi quem partiu para a vitória. E Buemi? Foi quarto colocado em ambas, com direito a perder o pódio em Berlim nos últimos metros.
Jake Hughes, eP de Diriyah 2 de 2023 (Pascal Wehrlein venceu)
A força que a McLaren mostrava em ritmo de classificação nas primeiras corridas da temporada foi mostrada como em nenhum outro lugar na segunda classificação em Diriyah. Jake Hughes foi pole, enquanto René Rast ficou com a terceira posição. Na corrida, porém, Wehrlein engoliu e venceu com muita moral. Hughes terminou em quinto, atrás do companheiro Rast, que foi ao pódio.
Mitch Evans, eP de Hyderabad de 2023 (Jean-Éric Vergne venceu)
As primeiras duas etapas da temporada não tinham sido muito positivas para Mitch Evans, então foi uma conquista e tanto quando o neozelandês conseguiu a pole na estreia da categoria na Índia. Durou pouco, porém. Ainda na metade inicial da corrida, Evans foi abalroado de maneira impensável pelo companheiro de equipe, Sam Bird, e abandonou. Numa prova cheia de acidentes, Jean-Éric Vergne ganhou após batalha dramática contra Nick Cassidy.
Sacha Fenestraz, eP da Cidade do Cabo de 2023 (António Félix da Costa venceu)
O eP da Cidade do Cabo, estreia da África do Sul no calendário e da Fórmula E no GRANDE PRÊMIO, teve um pole para lá de inesperado: Sacha Fenestraz, da Nissan, após briga com Maximilian Günther, da Maserati. O franco-argentino até rendeu bem ao longo da corrida: não tinha carro para vencer, mas permaneceu na disputa por pódio até um toque com Nick Cassidy na última volta tirá-lo da corrida. Na frente, António Félix da Costa voou e tinha a corrida nas mãos quando errou uma passagem para acionar o modo ataque e deixou Jean-Éric Vergne passar. Mas Da Costa recuperou e venceu.
Stoffel Vandoorne, eP de São Paulo de 2023 (Mitch Evans venceu)
A estreia da Fórmula E no Brasil rendeu o primeiro momento de destaque de Stoffel Vandoorne pela DS Penske. Vitória contundente nos duelos contra António Félix da Costa e expectativa de briga pelo triunfo. O belga não conseguiu se sustentar na briga pela vitória em corrida estilo pelotão e terminou em sexto, atrás do companheiro Jean-Éric Vergne. Na frente, domínio dos carros empurrados pela Jaguar, donos das três primeiras posições: Mitch Evans venceu, com Nick Cassidy e Sam Bird atrás.
Robin Frijns, eP de Berlim de 2023 (Cassidy venceu)
Já a última classificação do campeonato até o momento teve situação curiosa: com pista úmida, a única equipe sem pontos do grid, a Abt Cupra, dominou completamente e colocou os dois carros nas posições da fila de abertura. Robin Frijns foi pole, com Nico Müller atrás. Só que a corrida aconteceu já de pista seca, e o time não conseguiu brigar por muito tempo. Bom para Nick Cassidy, que tomou controle e levou a Envision e o motor da Jaguar à vitória.
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