Alonso trabalha com indiretas e provocações para estar na Indy 500 em 2019. E pode forçar F1 a renovar Mônaco

Se há algum piloto que sabe deixar claro o que deseja nos tempos de redes sociais, este é Fernando Alonso. Desde que correu as 500 Milhas de Indianápolis em 2017, ele não esconde que pretende voltar logo para a corrida americana. E que é bom a McLaren dar um jeito disso ser possível. Para a F1, resta a lição de que talvez seja a hora de 'agitar' o GP de Mônaco

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É estranho assumir isso, mas em 2018 é fundamental saber como usar as redes sociais, não só para momentos especiais ou coisas típicas do dia a dia, mas também para anúncios importantes – principalmente se você for uma pessoa midiática. Na F1, não há ninguém que sabe ou que exemplifique melhor essa constatação do que Fernando Alonso.

E talvez o espanhol acabe definindo o seu próprio caminho via redes sociais – e o de Mônaco da mesma maneira, diante de tudo que fez por meio de suas redes ao longo do último domingo. A verdade é que o bicampeão sabe como usar as palavras em momentos precisos, mesmo que de forma indireta, mesmo que com provocações. Alonso parece um especialista em cutucar quem precisa – e ele gosta de ditar o futuro.

Fernando Alonso na Indy 500 em 2017 (Foto: McLaren Indy)

Desde que correu as 500 Milhas de Indianápolis em 2017, parte de seu plano de conquistar a 'tríplice coroa' do automobilismo (junto à própria Mônaco e também Le Mans), Alonso deixa claro que deseja voltar aos EUA. Outra coisa que deixa cristalina é sua insatisfação com a incapacidade da McLaren em lhe dar um carro vencedor, fator que, inclusive, pode acelerar o caminho para o outro lado do Atlântico.

E, por meio dessas provocações, como fez no último domingo, ao documentar toda sua tarde de espectador da Indy 500 via Twitter e Instagram, faz com que todos acreditem que, em 2019, ele estará de volta ao Speedway. A busca da escuderia de Woking por parceria com Andretti ou RLL é mais um indício de que os desejos do asturiano serão realizados.

"RACE", em caixa alta. Ou seja: "CORRIDA". No mesmo dia em que acompanhou as 500 Milhas, Alonso não só abandonou o GP de Mônaco por falha na McLaren, como andou 'em fila indiana" durante o tempo em que segurou a sétima colocação, a mesma conquistada no treino de sábado, já que quase nenhum piloto conseguiu ultrapassar em uma corrida monótona no Principado.

A indireta foi clara: "eu não quero estar aqui. Quero estar nos EUA no último domingo de maio. Como foi em 2017. Como amei fazer em 2017". Uma palavra em maiúsculas quis dizer tudo isso. E Alonso sabia disso no momento em que as digitou em seu celular.

Em entrevistas ele também foi direto: "Estou extremamente de saco cheio. Provavelmente foi a corrida mais chata da história", disse ele sobre o GP do último domingo.

Fernando Alonso na Indy 500 de 2017 (Foto: McLaren Indy)

Tudo isso, é claro, fez com que Zak Brown, chefe da McLaren, se pronunciasse. E, como esperado, teve o efeito desejado por Alonso: "Gostaríamos de ter Fernando em nossa equipe de corrida pelo tempo que ele quiser pilotar. Acho que ele vai continuar dirigindo além da sua carreira na Fórmula 1. Se estamos em outras formas de automobilismo, é claro que adoraríamos ter Fernando em nosso carro."

Ou seja: a McLaren trabalha para estar na Indy. Em 2019. Com Alonso. Os indícios estão todos aos olhos de quem interessa. Em um ano, teremos a resposta. Que, dificilmente, não será "Alonso disputa segunda Indy 500 na carreira em 2019". Resta saber o que a F1 pode fazer para convencê-lo a ficar, já que, apesar de tudo, ainda não pode se dar ao luxo de perder uma estrela como o asturiano.

E Mônaco?

Fernando Alonso em Mônaco (Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

Outro exemplo da força de Fernando nas redes sociais foi o que houve em Monte Carlo. O espanhol foi o primeiro a reclamar de Mônaco após a corrida, mas não foi o único. Lewis Hamilton seguiu o mesmo caminho – e é difícil discordar que, no jogo das palavras, no jogo midiático, são estes dois que ditam os rumos do Liberty Media e sua relação com o que os pilotos desejam. O espanhol é aquele que melhor trabalha as 'indiretas', enquanto Hamilton é o dono da categoria há alguns anos.

Se eles reclamam, é hora da F1 olhar para o Principado. Às vezes, só é necessário um gatilho para que algo mude. E a 'chatice' da corrida monegasca mais recente pode ter sido esse.

O Liberty Media e a F1 têm como objetivo chegar aos Estados Unidos com a mesma força que possuem no resto do mundo. E ter seus dois principais personagens reclamando da corrida mais famosa, e um deles preferindo aocmpanhar uma "rival" no mesmo dia, é tudo que eles não desejam.

Mônaco precisa mudar. E Alonso sabe disso. Agora, vai testar o poder de suas provocações. Ele consegue convencer a McLaren a fazer o que quer. Será que consegue a F1 inteira?

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