Azar deixa Dixon pelo caminho, e cerebral Newgarden coloca uma mão na taça

Josef Newgarden precisou usar sua versão mais cerebral para beliscar um quinto lugar que o deixou com mais de uma mão na taça da temporada 2019 da Indy. Alexander Rossi e Simon Pagenaud ainda seguem vivos, mas Scott Dixon, que tinha chances de vitória em Portland, quebrou e está fora da disputa

Chegou a hora de correr com o regulamento, não adianta negar. O que vimos na Indy neste domingo (1) foi um Josef Newgarden em versão bastante diferente da normal, muito mais cerebral, fugindo muito mais dos confrontos do que o de costume, mas colocando a mão na taça.
 
Veja, não foi uma corrida ruim do americano em Portland, afinal, se alguém larga em 13º, cai para último após fugir de um 'big-one' e, mesmo assim, termina em quinto, há algum mérito aí, né? O fato é que Josef agrediu quando precisava, quando estava na boa e, quando não tinha necessidade, quando era arriscado, se recolheu, aceitou.
 
Newgarden até teve uma oportunidade para superar Colton Herta, por exemplo, quando saiu a última amarela da corrida que juntou todo mundo com cinco voltas para o fim. Talvez conseguisse a manobra sem maiores problemas em outras provas, em outras situações, mas preferiu a segurança. E fez muito bem.
Josef Newgarden salvou um quinto lugar (Foto: Indycar)

O cenário é que Newgarden precisa estar exatamente aí, no top-5, para matematicamente garantir o título em Laguna Seca. O caneco parece uma realidade e, por mais que a Indy seja cheia de surpresas, o americano não tem dado pinta de que perderá. Está, por exemplo, bem mais seguro que no título de 2017.

 
"O lugar que terminamos é o que esperávamos de uma largada em 13º. Meio que nos metermos na confusão da largada, é o risco de largar ali, pode parar na bagunça que foi o começo. Felizmente, não acertamos nada, e continuamos correndo, o que foi o mais importante. Depois, apenas trabalhamos em fazer o melhor. Escalar para o top-5 é o que tínhamos em mente por onde partimos. Foi um bom dia. O carro era rápido no fim, não éramos tão velozes no começo, mas foi melhorando conforme passou e isso nos ajudou a conseguir as posições que precisávamos. Chevrolet fez um bom trabalho como sempre. Não posso ficar desapontado com quinto. Um dia bom no geral antes da final", disse Josef.
 
Quem pinta como principal concorrente é Alexander Rossi. Tudo bem que terceiro lugar não foi o resultado que o americano precisava no misto de Oregon, mas também vimos um piloto que, por mais que tivesse de buscar um grande resultado, tinha também ciência que um abandono sepultava suas chances.
Alexander Rossi precisava de mais que o terceiro lugar (Foto: Indycar)
Em Laguna Seca, não tem jeito, é vencer ou vencer. E é secar também bastante Newgarden. Dá para dizer que Rossi está numa situação parecida com a de 2018, mas que vem de um ano em que foi menos errático. 
 
"Não é que eu queria mais, eu queria menos para o Newgarden. O time fez um bom trabalho hoje. Maximizamos o que tínhamos. Não acho que tínhamos um carro para vencer, infelizmente. Começar em sétimo e terminar no pódio é um bom dia, terminamos na frente do nosso rival. Será bem intenso na Califórnia, mas estou animado", falou Alex.
 
Com praticamente as mesmas chances de Rossi aparece Simon Pagenaud, mas, sem medo de ser repetivivo: não dá para entender como. O francês voltou a ser apático, voltou a fazer uma corrida mediana ao extremo. Foi sétimo, mas pode ser bicampeão se chegar na frente de Rossi e, principalmente, vencer com Newgarden de sexto para trás.
 
"Dixon conseguiu fazer com 45 pontos atrás, então ainda estamos vivos. É ótimo ir para Laguna com chance de título. Estou determinado. Tivemos uma boa corrida apesar do problema na largada. Foi movimentada, mas um grande dia para a Penske. É o campeonato, então você tem que estar lá. Mesmo quando o dia é duro, sair de 18º para terminar em sétimo é uma ótima performance. Fizemos as decisões certas na corrida. O carro era bom, o que é interessante para o ano que vem, quando voltarmos, mas o principal é que estamos dentro. Vamos para Laguna com chance de título, o que é bem animado. Tudo pode acontecer com pontos dobrados. Tudo é possível", explicou Simon.
Simon Pagenaud foi apático (Foto: Indycar)
Quando pensamos em alguém que chega na decisão e vence, Scott Dixon é citado quase sempre. Pois é, mas em 2019 não vai rolar. O neozelandês até fez um grande ano, merecia chegar com chances, mas a sorte, que o acompanhou tantas vezes, deu às costas no pior momento.
 
A quebra da Ganassi acontecendo quando o neozelandês liderava fez mais de 50 pontos virarem 15. A distância para Newgarden disparou, Laguna Seca virou, infelizmente, coisa de cumprir tabela para quem sonhava com o hexa.
 
"Obviamente, não é o resultado que queríamos. Tínhamos um ótimo carro e estávamos remando na liderança. O time fez um bom trabalho, apenas perdemos potência e isso acontece quando você não consegue trocar marchas. Felizmente, conseguimos entrar no pit-lane e o time ajudou nos boxes. Odeio perder uma vitória fácil como ela. Parabéns ao Felix pelo resultado. Acho que é a segunda vez que ele fez isso nas últimas corridas, então, bom trabalho para ele. As últimas corridas não foram as melhores em termos de sorte, mas vamos focar em vencer em Laguna Seca", lamentou Scott.
 
Will Power vive um ano de montanha-russa, de mais baixos do que altos, mas, quando vai bem, vai muito bem. Conquistou uma bela vitória em Portland e ajudou bastante o companheiro Newgarden. Em Laguna Seca, pode acabar sendo o contrário, já que Rossi e Pagenaud precisam de gente entre eles e Josef.
Will Power venceu em Portland (Foto: Indycar)
"Foi uma corrida dura para nós. Rosenqvist pressionou bastante. No fim, estávamos abrindo vantagem e senti 'isso será ótimo', e aí apareceu a amarela e fiquei 'ah, não, cara'. Mas estava determinado a relargar bem e estou animado por estar no Victory Lane. Ajuda o time e os outros caras a recuperarem pontos. Incrível. Estou exausto. Mentalmente exausto. Tive vários anos de 'e se?'. Vamos correr agora do jeito que vamos correr ano que vem. Muito bom chegar na próxima temporada com algumas vitórias", avaliou Will.
 
Na Foyt, uma corrida bastante competente dos dois brasileiros. Matheus Leist buscou um oitavo lugar no braço, superando Sébastien Bourdais e Charlie Kimball na última relargada. Tony Kanaan chegou onde deu com uma estratégia estranha, em 12º.
 
“Foi uma corrida muito difícil, mas muito boa para nós aqui em Portland. Nós optamos por fazer uma estratégia diferente e funcionou muito bem. Tivemos de economizar combustível durante a maior parte da corrida e mesmo assim nós mostramos consistência para ficar entre os dez primeiros, então fiquei bastante feliz. Quando aconteceu a última bandeira amarela e eu era o último piloto dos que estavam na volta do líder, nós decidimos colocar pneus macios novos e pulamos de décimo para oitavo com voltas rápidas no final. Fizemos um trabalho muito bom, a estratégia deu certo e agradeço todos do box pelo final de semana. Estou orgulhoso desse resultado e vamos com tudo para a última corrida”, comentou Leist.
 
"Boa largada, ótima largada, na realidade. Uma pena que na estratégia, perdemos o barco e não tive controle, então precisei apenas ficar ali. Bom trabalho para o time, dois carros no top-12. Sempre foi o objetivo e parece que estamos melhorando no fim, o que é bom. Estou feliz pelo Matheus, ele pilotou muito bem. Acertaram a estratégia e ficou no top-8. Vamos para Laguna e ver o que vai acontecer", complementou Tony.
 

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