Bandeiras amarelas embaralham Portland e garantem confronto direto entre Dixon e Rossi em Sonoma

O retorno do GP de Portland foi marcado, basicamente, por uma corrida de sorte. No fim, mesmo em jornada bem mais complicada que a do rival, Scott Dixon chegou na frente de Alexander Rossi. Agora, sem a sombra das Penske, os dois duelam em confronto direto na decisão em Sonoma

A penúltima etapa da temporada 2018 da Indy foi uma das mais aleatórias do ano. Neste domingo (2), pouco valeu o bom ritmo, a estratégia correta, o arrojo em manobras. Diferentemente do que aconteceu em quase todo o resto do campeonato, a sorte foi crucial para a definição do resultado final em Portland.
 
Para se ter uma ideia, Takuma Sato em momento algum parecia ter qualquer chance de vitória, mas foi parar em primeiro na última aparição da amarela com Santino Ferrucci e, lá da frente, só administrou a vantagem. Sébastien Bourdais foi ao pódio de forma parecida, mas quem mais se beneficiou com isso, para efeitos de campeonato, foi Scott Dixon.
 
Sempre muito exaltado por tirar além do limite de uma mediana Ganassi e por ser o rei das estratégias e economia de equipamento, Dixon viu a sorte sorrir. Coletado em um acidente logo na largada, o neozelandês conseguiu voltar para a pista sem sofrer danos e, como vinha tentando uma estratégia de pit-stops diferentes, se deu muito bem com praticamente todas as amarelas que surgiram.
Scott Dixon se deu muito bem em Portland (Foto: IndyCar)

A última delas, a causada por Ferrucci, o jogou para o quarto lugar. Lá, mesmo sendo superado por Spencer Pigot no fim, conseguiu administrar legal a vantagem para os rivais diretos. Numa corrida que tinha cara de abandono, Dixon salvou um top-5. E foi quem mais pontuou dentre os candidatos ao título. Sorte de pentacampeão?

 
"Foi um grande dia para a equipe e nosso sentimento é de vitória. Os pontos de vantagem nem são tantos assim, mas aquele acidente… eu não via nada, só sabia que não seria nada de bom. Por sorte, voltamos para a pista e fomos escalando o pelotão. Que dia louco", resumiu o líder.
 
Apesar do tremendo golpe de sorte, Dixon não decidiu nada ainda. Na realidade, a prova serviu apenas para eliminar a Penske da disputa, tornando Alexander Rossi o único rival do piloto do #9 em Sonoma. Agora, é confronto direto entre os dois com apenas 29 pontos os separando em uma etapa com mais de 100 tentos disponíveis.
Alexander Rossi podia até ter vencido… (Foto: IndyCar)
Rossi, aliás, certamente vai lamentar muito a corrida em Portland. Praticamente podemos reescrever o resumo da corrida de Dixon ao contrário para o americano, que fez quase tudo certo e perdeu não só a vitória como outros seis lugares por puro azar, por estar na estratégia que não deu certo por conta da quebra de Ferrucci.
 
"Hoje foi um dia daqueles. Tínhamos um carro rápido, estávamos na frente e abrindo vantagem. Nossa estratégia de pneus estava certinha até uma amarela na volta 56. Machuca muito, espero que isso não custe nosso título. Precisamos voltar mais fortes e cientes de que foi algo que fugiu do nosso controle. É hora de focarmos em atacar em Sonoma", explicou Alexander.
 
Como dissemos acima, o golpe foi ainda mais duro para a Penske, mais especificamente para Josef Newgarden. O americano viveu algo bem parecido com o que passou Rossi, já que estava brigando pela vitória com o piloto da Andretti. Acontece que Josef estava bem atrás na tabela de pontos e, agora, só um milagre sem precedentes o daria o bicampeonato em Sonoma.
 
"Que dia duro. Eu nem sei mais o que dizer. Lideramos voltas e acho que eu tinha carro para vencer, sim. Só não veio para nós. Não dá para prever corridas na Indy. Sempre parece que estamos na hora errada no lugar errado. Hoje, tudo deu certo para Dixon. Eles fazem um grande ano e ainda dão sorte. Agora, precisamos tentar o que for e vencer essa corrida final, fazer nossa parte. Não acho que temos chance de título, mas é isso. A Penske fez um belo trabalho aqui, não dava para pedir mais", comentou Newgarden.
Power e Newgarden nos boxes e dando adeus ao campeonato (Foto: IndyCar)
Power está na mesma que Newgarden: precisando de milagres. E também teve um dia doloroso, mas não só pelo azar. Claro, teve quebra de câmbio, mas conseguiu reagir e, quando estava no top-10, perdeu o controle e bateu. Foi tudo para o ralo.
 
"Acredito que na volta de aquecimento, antes da largada, algo aconteceu com a caixa de câmbio. Mudou para neutro, fui para o modo emergencial e consegui mudar as marchas, então pensei ‘ok, tudo certo’. Então, na primeira relargada, pulou para o neutro novamente e todos que estavam atrás me passaram. Então, percebi que não conseguia usar a primeira marcha. Passamos para uma estratégia racional e cometi um erro ao tentar manter Leist atrás de mim. Então, a caixa de câmbio se foi. Não tenho certeza se conseguiria manter o câmbio a corrida toda, de qualquer maneira. Mas, cara, é um esporte duro. É muito ruim, pois seria um dia bom. Estávamos na estratégia de duas paradas, mas isso é correr. Agora, vamos para Sonoma, nos divertir e vencer. Espero ter um dia bom, terminar bem o ano", falou Will. 
 
Sato é quem mais tem motivos para sorrir além de Dixon. Vencendo de forma improvável, o japonês teve um raro bom momento em 2018.
 
"Esse final de semana valeu a pena. Acredito que a estratégia funcionou muito bem, nós a calculamos meticulosamente. O carro foi muito bom, a parada foi fantástica, o trabalho da equipe, tudo foi lindo, lindo. Eu estava vendo Hunter-Reay, com certeza, eu sabia que ele tinha alguns push-to-pass e que tentaria me ultrapassar. Corremos a corrida inteira juntos, foi brilhante", vibrou Sato. 
Takuma Sato venceu em Portland (Foto: IndyCar)
Os brasileiros tiveram boas participações no GP de Portland. Pietro Fittipaldi, por exemplo, conseguiu seu primeiro top-10 na Indy ao cruzar a linha final em nono, justamente entre Rossi e Newgarden.
 
“Nosso objetivo era conquistar um top-10 nesta pista e fico feliz de que a gente tenha alcançado esta meta andando sempre de forma competitiva. Fizemos uma estratégia de economizar combustível no começo da corrida e ela se mostrou acertada. Quero agradecer a equipe Dale Coyne e aos meus patrocinadores por mais este objetivo atingido. Agora vamos em busca de resultados ainda melhores. A gente vem em uma evolução constante nas últimas provas: em Gateway, também andamos forte e andamos entre os primeiros e agora em Portland novamente terminamos entre os melhores. Agora nosso foco é terminar com o melhor resultado possível em Sonoma, esperando novamente andar entre os primeiros com o carro da Dale Coyne”, disse Pietro.
 
Matheus Leist poderia ter ido ainda mais longe. O gaúcho chegou a andar entre os cinco primeiros, marcava os próprios Rossi e Newgarden, mas entrou com os dois na mesma estratégia errada. O resultado foi a 14ª colocação.
Matheus Leist merecia muito um top-10 em Oregon (Foto: IndyCar)
“Hoje a corrida vinha sendo muito boa para nós: fomos rápidos nos dois primeiros stints e a gente tinha tudo para terminar no top-10, mas a bandeira amarela veio na hora errada para nós, então tivemos que refazer nossa estratégia de parada. Foi uma pena, porque a gente conseguiu melhorar nosso carro em circuito misto, o que era um ponto fraco até aqui. Nós conseguimos uma importante melhora no acerto e isso pode funcionar bem em Sonoma. Cada vez que a gente entrou na pista acabou conseguindo se aproximar mais dos outros times, então acho que estaremos até mais competitivos na próxima etapa do que fomos aqui em Portland, onde andamos entre os cinco primeiros na corrida e estivemos muito próximos de um top-10”, comentou Matheus.
 
Para Tony Kanaan, uma prova de altos e baixos, mas também um top-10 que bateu na trave no final das contas.
 
"Alguns bons pontos hoje em Portland. Aparentemente, tivemos um problema em uma das pistolas de ar durante nossos pits, o que nos custou tempo nas duas últimas paradas. Eu não acho que tinha o ritmo dos caras na minha frente, mas consegui fazer algumas boas ultrapassagens, salvar combustível quando tinha que salvar e quase alcancei o top-10", falou Tony.
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