Com Alonso inspirado, Andretti coloca quatro carros no Fast Nine e surge como grande favorita para pole da Indy 500

A Andretti foi o grande destaque do primeiro dia da classificação em Indianápolis. Por mais que Ed Carpenter tenha feito o melhor tempo do dia, a equipe colocou nada menos que quatro carros no Fast Nine, incluindo um inspiradíssimo Fernando Alonso, dono da sétima melhor marca

Grande Prêmio
Vitor Fazio 20/05/2017    22:40    7min    Indy
 

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O melhor tempo do primeiro dia da definição do grid de largada das 500 Milhas de Indianápolis foi de Ed Carpenter, mas, mesmo com seu ótimo desempenho e de JR Hildebrand neste sábado (20), o time não chegou a chamar atenção da mesma forma que a Andretti. O time da tradicional família de pilotos encaixou nada menos que quatro pilotos no Fast Nine, incluindo nessa lista a presença de Fernando Alonso.
 
Os holofotes naturalmente estariam em cima da Andretti de qualquer forma pelo simples motivo de ter Alonso na escalação, mas o time claramente não quer se contentar com isso. O sábado foi uma amostra de que a equipe não só vai brigar forte pela pole como vai em busca de mais uma vitória no oval. Em 2016, a Andretti fez 1-2 com Alexander Rossi e Carlos Muñoz.
 
Neste sábado, apesar do impressionante desempenho da Carpenter impulsionado pela melhoria na pista, a Andretti veio logo atrás com Takuma Sato. Rossi, Marco Andretti e o próprio Alonso também andaram muitíssimo bem. As decepções foram Ryan Hunter-Reay e o novato Jack Harvey. 

O sentimento de todos na equipe é de que o carro pode ficar ainda mais veloz. Outro pensamento que toma conta da equipe é o de valorizar o tempo todo o trabalho coletivo e a troca de informações entre os pilotos.

“Eu diria que sim [dá para tirar mais do carro]. Mas o carro está rodando bem, você termina as curvas melhor. Fernando [Alonso] mostrou uma velocidade tremenda. Alexander [Rossi], Marco [Andretti]… Todos estão se ajudando”, afirmou o segundo colocado do dia Sato.

Takuma Sato mostrou velocidade em Indianápolis com a promissora Andretti (Foto: Reprodução)

Alonso é um capítulo à parte na equipe. Novato na Indy e em ovais, o espanhol definitivamente pegou o jeito da coisa. É possível dizer que o sétimo lugar de Fernando no primeiro dia da classificação é o grande resultado do dia. Curiosamente, é a colocação que Alonso publicamente colocou como teto que poderia atingir caso disputasse o GP de Mônaco da F1. Ganancioso de tudo, o espanhol assegurou que pode ir ainda melhor no Fast Nine.

“Foi rápido e intenso”, resumiu. “Só tínhamos essa chance, uma só oportunidade. Não estou totalmente feliz com as voltas em si, acho que dava para conseguir um pouco mais de velocidade aqui e ali. Amanhã vamos poder andar melhor do que hoje”, contou o asturiano.

Sem o mesmo glamour de contar com uma estrela do esporte mundial como Alonso e o atual vencedor da Indy 500 Rossi, a Carpenter vai fazendo muito bem seu trabalho quietinha. Em um dia em que tudo deu errado para a Chevrolet, a equipe superou todos os problemas e botou os dois pilotos entre os quatro mais rápidos. Destaque para o piloto e chefe Ed Carpenter, que tirou uma grande média do bolso. Mesmo que a grande volta esteja longe de garantir pole, Ed se deu por satisfeito.

“Eu já fico feliz por estar entre os nove. É difícil ver um cara como o Sébastien [Bourdais] ter um acidente desses. Você se pergunta se ele vai ficar bem, mas aí você entra no carro e é hora de ir. Eu amo correr nesse lugar, mal posso esperar por voltar amanhã. Eu achava que talvez desse para girar 230 mph, mas conseguir quatro voltas assim me deixou orgulhoso da equipe. Agradeço a Chevrolet pelo foguete que me deram e por construir o melhor kit aerodinâmico. Não acho que deixamos tempo pelo caminho”, comentou.
Fernando Alonso fez um trabalho acima da média (Foto: IndyCar)

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O sábado foi de grande destaque de pilotos com passagens pela F1. Além de Alonso, Sato e Rossi andando muito bem, o ex-Toro Rosso Sébastien Bourdais chamou a atenção de forma preocupante: mais rápido no início de suas voltas, o francês perdeu o controle do carro, acertou o muro com o bico e decolou.

Bourdais foi imediatamente removido de ambulância para o Hospital Metodista no centro de Indianápolis e, mais tarde, teve constatadas múltiplas fraturas na bacia e no quadril. O acidente do veterano tomou conta das declarações dos pilotos ainda na pista e em suas redes sociais.

"A coisa mais importante do dia é saber se está tudo bem com Bourdais", afirmou Alonso.

 
As grandes performances de Andretti e Carpenter ofuscaram, em maior ou menor escala, duas gigantes da Indy. A Ganassi só colocou dois dos quatro carros no Fast Nine, enquanto a Penske tomou um verdadeiro tombo: somente Will Power figurou entre os classificados para a fase decisiva da classificação.
 
A diferença entre Ganassi e Penske fica clara quando analisamos a tabela de tempos com calma. Mesmo sem ter uma presença marcante no Fast Nine, todos os carros da escuderia andaram bem – o pior piloto de Chip Ganassi foi Max Chilton, num bom 12º lugar. A maior esperança de pole é Scott Dixon, dono do terceiro melhor tempo do dia.
Ed Carpenter, mais veloz do sábado (Foto: IndyCar)
“Você sempre fica nervoso aqui”, disse Dixon, depois da volta rápida. “São tantos fãs no dia da classificação, é um prazer andar aqui, mas você quer ir e acabar com isso de uma vez. O carro estava bom, a Ganassi nos deu um bom equipamento. Estamos no topo agora, mas o objetivo é só entrar no Fast Nine hoje e depois ajustar mais algumas coisas para conseguir um pouco mais de velocidade amanhã”, seguiu.

"Posso descansar tranquilo hoje porque sei que dei tudo de mim e tive um bom carro para classificação. Posso dizer que foi um carro 95% perto do ideal. Estou feliz com o que fiz, o chefe também está, então é um bom dia. Hora de focar em amanhã e, quem sabe, agarrar a pole", disse Tony Kanaan após afastar a maré ruim de resultados e se garantir na fase final da definição do grid.

Para a Penske do campeão Simon Pagenaud, existe a certeza de que algo não está certo. E é aí que Power pode ajudar seus companheiros. “Não estou tão surpreso quanto vocês esperam. Simplesmente não conseguimos achar a velocidade. O lado bom é que temos bom ritmo no tráfego, o carro é bem balanceado”, ponderou Pagenaud. “Precisamos trabalhar duro. É bom que Will [Power] tenha conseguido [o Fast Nine] para a Penske. O vento está vindo de direções diferentes e Will vai nos dar uma boa direção. Eu simplesmente não consegui ser tão rápido quanto ele”.

 
Na mesma linha de Pagenaud, Helio Castroneves também valorizou o acerto do time no risco que correram no carro de Power. "A semana inteira o carro esteve equilibrado, mas, por algum motivo, nós não fomos rápidos. Essa pista é cheia de detalhes. Pelo menos tentamos algo de diferente no acerto do Power, mas era um risco grande. Mexemos em muitas coisas. As coisas são assim. Agora estamos totalmente focados na corrida, vamos trocar esses motores para ela", explicou o brasileiro, que não passou do 14º posto.

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