Guia 2024: Pietro Fittipaldi define meta do ano: “evoluir como Lundgaard e McLaughin”

A temporada de 2024 será a primeira de Pietro Fittipaldi como piloto integral na Indy. Com nove participações na categoria em 2018 e 2021, vai enfim competir em todas as etapas do calendário. Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, o novo piloto da Rahal (RLL) admite que as expectativas são de um ano difícil pela frente, mas espera, mesmo assim, progredir a ponto de colher bons resultados mais à frente na jornada de 2024.

Apesar da experiência passada na Indy, Pietro conhece somente quatro pistas: o oval de Indianápolis, Mid-Ohio, St. Louis e Portland, onde conquistou o melhor resultado na categoria — o nono lugar em 2018. Terá de encarar condições desconhecidas com pouquíssimo tempo de treino até as corridas.

“Esse ano é ir passo a passo. Vai ser difícil, porque conheço somente quatro pistas entre todas as 18 etapas do campeonato. Em algumas situações, vou para o final de semana sem nunca ter andado no traçado. Vai ter um treino e vou direto para a classificação”, comentou.

“Então, não tenho nenhuma expectativa, vou me preparar da melhor maneira possível. Chegar no final de semana e executar todas as atividades. Aí, o resultado, com certeza, vai vir. Mas eu sei que vai ser difícil. Não conheço algumas pistas, sendo que em alguns circuitos de rua e ovais não teremos muito treino. Vamos precisar maximizar esses fins de semana”, completou.

A temporada da Indy em 2024 começa em São Petersburgo, entre os dias 8 e 10 de março, e vai ser a primeira vez de Pietro Fittipaldi em um circuito de rua na categoria. Para ele, além de não conhecer o traçado, o desafio é um dos maiores da temporada logo de cara.

“O mais importante esse ano vai ser evoluir durante o campeonato. St. Pete não vai ser fácil. É uma das pistas mais difíceis da temporada e vai ser logo a estreia. Vou ganhar experiência com o carro durante o ano, mas terei de chegar na primeira corrida, que vai ser muito difícil, sem a quilometragem almejada. Vamos pouco a pouco, vai ser um desafio, mas sei que teremos boas performances em várias corridas”, afirmou.

Como já participou de nove provas na Indy, Pietro não é oficialmente considerado novato. Se estivesse enquadrado como estreante, teria algumas facilidades que o ajudariam na adaptação.

“Por uma corrida, não entrei como novato. Tentei de tudo, mas essa é a regra. O piloto novato tem um jogo de pneus a mais no primeiro treino do final de semana, o que faz grande diferença, além de ter dias a mais de testes durante a temporada. Se pensar que eu fiz dois dias de testes nessa pré-temporada, somado a esses dois ou três dias de testes extras durante o ano, é como se você adicionasse 100% de atividades à programação. Mas tudo bem…Não consegui esse status de novato, mas vamos para cima de qualquer maneira”, declarou.

Indo para a primeira temporada completa na Indy, Fittipaldi admite que tem analisado o desempenho de dois pilotos que foram novatos recentemente: Scott McLaughlin, em 2021, e Christian Lundgaard, em 2022. Aliás, o dinamarquês é companheiro de equipe na Rahal. A esperança é de repetir o sucesso de ambos, já vencedores e consolidados na categoria.

 “Tenho olhado algumas referências boas, que são Christian Lundgaard e Scott McLaughlin. Os dois fizeram suas temporadas de novato recentemente e foram bem, tiveram grande evolução durante o campeonato de estreia. Minha meta é evoluir da mesma maneira”, pontuou.

A Indy 500 é o grande evento do ano e, teoricamente, causa uma expectativa ainda maior em qualquer piloto. No caso de Fittipaldi, as perspectivas estão altas, mas no mesmo nível das outras 18 corridas.

“Estou empolgado com todas as corridas. Para falar a verdade, acho que vai ser muito top. Amo o estilo de corrida da Indy, com muita estratégia. Pode até ter uma classificação ruim, mas existe chance de se recuperar na corrida. Estou ansioso e feliz de estar correndo em todas”, revelou.

Após assinar contrato com a Rahal no final do ano passado, Pietro se mudou para Indianápolis para ficar mais perto da equipe, algo que mudou toda a rotina. “Moro a cinco minutos da equipe, então vou quase todo dia para lá. Isso ajuda muito a engajar com os mecânicos e engenheiros, que estão trabalhando muito para mim”, destacou.

“Gosto muito dessa parte mais técnica, sempre tive muito interesse e vou aprendendo sobre o desenvolvimento do carro para as 500 Milhas de Indianápolis, aprendo sobre os amortecedores, algo que é muito importante na Indy, sobre o que o time faz para melhorar. Ganho essa experiência, que é importante para o futuro”, continuou.

“Tenho ido ao simulador da Honda, que fica a 30 minutos da Rahal, três ou quatro vezes por semana e estou treinando dentro da academia da equipe, com os mecânicos, a galera que faz os pit-stops, o que é muito importante”, prosseguiu.

Nos últimos anos, a RLL não teve bom desempenho em circuitos ovais, mas, dessa vez, terá uma adição importante: Takuma Sato vai disputar a Indy 500 pela equipe, algo comemorado por Fittipaldi.

“Muito bom ter o Takuma Sato como companheiro. É um cara muito experiente, com duas vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis. Para nós, é fantástico ter alguém como ele. Eu o admiro e o respeito muito”, disse.

Por fim, Pietro mostra foco total na Indy, mesmo conciliando a vaga de titular da RLL com o posto de reserva da Haas, na F1. O brasileiro fez de tudo para poder se dedicar à Indy.

“Serei piloto reserva da Haas entre 10 e 12 corridas, sendo que somente três delas será durante a temporada da Indy, mas fizemos algo perfeito. As corridas em que irei para a Fórmula 1 não terão conflito e ainda terei uma semana de descanso para depois ir correr na Indy. Quando acabar a temporada da Indy, aí, sim, estarei em todos os GPs com a Haas”, finalizou.

O GRANDE PRÊMIO publica nesta semana um guia completo da temporada 2024 da Indy.

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