GUIA 2025: Shwartzman embarca na Indy para matar saudade dos monopostos

Ao GRANDE PRÊMIO, Robert Shwartzman falou sobre a experiência no WEC e como o desejo de voltar aos monopostos foi convincente para topar a Indy. Russo que corre com bandeira de Israel também falou do "desconhecido" das 500 Milhas de Indianápolis

Campeão da Fórmula 3 em 2019 e vice-campeão da Fórmula 2 em 2021, Robert Shwartzman é uma das grandes novidades da Indy em 2025. Após passagem pelo Mundial de Endurance, o russo-israelense fechou com a Prema, equipe por onde fez boa parte das categorias de base, para finalmente estrear nos Estados Unidos, seguindo a tendência de transição de europeus dos últimos anos.

Apesar do bom currículo nas categorias menores, Shwartzman jamais teve chance na Fórmula 1, atuando apenas como reserva da Ferrari e participando de treinos livres nos últimos três anos. No WEC, venceu a Lone Star Le Mans em Austin dividindo o hipercarro da Scuderia com Robert Kubica e Ye Yifei, mas o piloto revelou com exclusividade ao GRANDE PRÊMIO que o desejo de voltar aos monopostos pesou na escolha pela Indy.

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“Para mim, o mais importante, como sempre disse, é pilotar e correr com carros. Obviamente, foi um período difícil, onde inicialmente fui um piloto de testes da Fórmula 1, mas depois me tornei um reserva e, infelizmente, não tive a chance de disputar uma corrida na Fórmula 1. Só fiz alguns testes em treino livre e coisas do tipo, mas, por esse lado, senti falta da parte da corrida e eu estava realmente, tipo, ok, eu quero correr. E então, nos últimos dois anos, tive uma oportunidade dada por Antonello, o chefe do departamento de endurance da Ferrari. Ele me deu a chance de começar na endurance, e fiz o primeiro ano, corri no GT, e no ano seguinte, ele já me promoveu para o hipercarro, o que foi legal. Foi uma experiência muito boa pilotar um hipercarro no WEC”, declarou.

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Robert Shwartzman (Foto: Indycar)

“Nessa fase, meu contrato com a Ferrari estava terminando e eu realmente queria sentir novamente a vibração do monopostos, porque quando você corre em um carro de fórmula, é um sentimento um pouco diferente de correr no WEC. Eu gosto do WEC, mas sinto que ainda quero usar um pouco mais do tempo que espero ter em um monoposto. Então, comecei a olhar para os monopostos, quais eram as opções, e para mim, como corrida e competição, a melhor delas é a Indy. E sim, aconteceu que, ao mesmo tempo que meu contrato com a Ferrari estava terminando, a Prema decidiu entrar. Eu venci com a Prema, fui vice-campeão na F2 com a Prema, então eu estava tipo, ok, temos uma boa história com a Prema. Foi uma boa coincidência que isso aconteceu nesse momento, e eu pensei, bem, essa é uma boa oportunidade para mim, e eu pensei, ok, acho que esse é o melhor caminho para a minha carreira. Obviamente, não é uma decisão fácil, porque você tem que se mudar para os Estados Unidos, e para mim, sou um novato, tenho que aprender tudo do zero, o carro, as pistas, os ovais”, seguiu.

Pela Prema, Shwartzman conquistou os principais feitos na categoria de base, e agora entra na Indy junto da equipe italiana, que terá a primeira experiência no campeonato americano. Robert também exaltou a facilidade de encontrar pessoas conhecidas na estrutura, o que pode beneficiar na transição de certames.

“Com certeza, torna minha vida bem mais fácil, porque aqui há algumas pessoas que eu já conhecia há bastante tempo, então, sabe, eu não preciso gastar tempo para aprender a conhecer novas pessoas, porque isso leva tempo, é normal. Quando você vai para uma nova equipe e não conhece ninguém, também leva um pouco de tempo e energia, então para mim, é por isso que eu pensei, ok, eu sabia para onde estava indo, mais ou menos, eu conhecia as pessoas e, como já disse, trabalhei com a equipe, então já tinha, mais ou menos, uma ideia clara de como seria e como seria a Prema, então foi por isso que tomei a decisão de entrar nessa equipe”, comentou.

Como companheiro de equipe, Shwartzman terá o inglês Callum Ilott, com quem já competiu nos tempos de Fórmula 2. Robert falou sobre a experiência do britânico, que também está de volta para a Indy depois de um ano dedicado a WEC. No total, Ilott tem 38 largadas na categoria.

“Acho que somos parceiros, estamos trabalhando juntos, ele tem bastante experiência na Indy porque já fez quatro anos aqui. Eu tenho muita experiência de outras categorias que ganhei durante os anos correndo em diferentes carros, então ambos trazemos nossas próprias bagagens e compartilhamos entre nós. E novamente, somos parceiros aqui, estamos trabalhando juntos, e nossa tarefa é estar no topo e levar a equipe junto. Então, por isso, é mais como se ele tivesse seus conhecimentos e dicas da Indy, então ele pode me ajudar e dizer, sabe, é assim que as coisas funcionam aqui, e eu também posso dizer algo, por exemplo, o que eu sei da F1, como as coisas funcionavam lá para trazer algumas coisas novas dessa direção, sabe, para trazer. Então, ambos trazemos nossas próprias bagagens”, afirmou.

Robert Shwartzman (Foto: Indycar)

“Sei da experiência dele na Indy, e definitivamente ouço ele bastante porque ele fez quatro anos na categoria, então ele passou por várias corridas e experiências na Indy, então obviamente seria estúpido da minha parte não prestar atenção no que ele tem a dizer. Eu acho que no geral, trabalhamos bem juntos, é a primeira vez que somos companheiros de equipe, passamos muitos anos nas mesmas categorias, correndo um contra o outro, mas esta é a primeira vez que estamos juntos. Honestamente, me sinto bem com ele, sim, estamos basicamente alinhados com o que estamos fazendo, então, pelo menos neste momento, eu estou bem com o Callum”, citou.

E Shwartzman não negou que o fator “desconhecido” das 500 Milhas de Indianápolis é uma das coisas que mais o assusta para o ano de novato na categoria. Robert precisará passar pelo teste de orientação antes do intenso mês de maio, onde tentará se classificar para uma das provas mais importantes do automobilismo pela primeira vez.

“Falando honestamente, é um pouco assustador, o desconhecido, vamos dizer, porque eu não sei como será, qual será a sensação, mas ao mesmo tempo, estou bastante empolgado, porque dizem que é algo especial. Obviamente, é assustador pensar sobre o que aconteceu no passado, mas eu quero acreditar que agora os carros são mais seguros, então eu realmente não quero pensar em nada ruim. Só quero aprender o mais rápido possível e começar a sentir o carro nos ovais, e quero dizer, se estamos falando sobre o oval mais difícil e desafiador, é Indy, Indianapolis. Todos os outros são ovais mais lentos, então, tipo, não me deixam tão ansioso ou com medo. Acho que o único que provavelmente me causa um pouco de ansiedade é a Indy 500 neste momento, mas, de novo, todos passaram por isso, e eu também terei que passar. Mas não acho que, de maneira geral, eu tenha um grande medo disso. Obviamente, me sinto um pouco nervoso, vamos chamar assim, mas acho que na verdade é algo bom, sabe, só me excita dessa forma. No geral, meu objetivo é só aprender o mais rápido possível e me acostumar com isso, só isso”, declarou.

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