Chadwick celebra “dia incrível” em teste, mas admite que Indy é “grande desafio físico”
Jamie Chadwick revelou que a escolha de Barber para teste foi proposital. A pilota disse que queria entender o desafio físico que Indy representa
Compartilhando a pista do Barber Motorsports Park com Felipe Drugovich, Jamie Chadwick também teve sua primeira experiência com um carro da Indy na última segunda-feira (30). A estreia foi uma prova de fogo para a britânica, em um dos traçados mais físicos da categoria — uma escolha que, segundo a pilota, foi proposital. A vencedora do GP de Road America da Indy NXT 2024 destacou que a atividade lhe deu “fome de Indy”, mas reconheceu que será um “grande desafio físico” subir para a principal categoria de monoposto dos Estados Unidos.
Diferente da Fórmula 1 e WEC, por exemplo, a Indy não possui auxílio de direção em seus carros, o que torna a pilotagem ainda mais física. Romain Grosjean, que recentemente se mudou aos Estados Unidos após anos na F1, destacou anteriormente que a preparação física mudou — mais do que preparar o pescoço, o corpo inteiro é exigido, como disse o francês. O carro da Indy NXT, onde Chadwick se tornou a primeira mulher na história a vencer em um circuito misto, não tem auxílio de direção, no entanto, a diferença de peso desses carros é considerável, com o carro da Indy superando os 900 kg com a introdução do motor híbrido e tanque cheio.
“Foi um dia incrível. Acho que ter a oportunidade de pilotar um carro da Indy, além de me envolver em desempenho e todo esse tipo de coisa, é muito, muito legal. É impressionante trabalhar com muito mais pessoas da Andretti, um pessoal que vejo no pit dos pilotos atuais. Em termos de expectativas, me preparei para o pior. Há uma razão pela qual queríamos testar em Barber, e acho que, com certeza, atendeu as expectativas. É uma pista muito física”, declarou Chadwick à revista norte-americana Racer.
“Em alguns aspectos, fiquei feliz em ver que é administrável o passo da Indy NXT para a Indy, mas, ao mesmo tempo, tem o aumento do torque no volante nas curvas de alta velocidade. Era o que queria descobrir. Estou contente com o teste aqui, porque me deu uma visão completa do que é a Indy. Sei com o que preciso trabalhar mais, que é a força física. Estava treinando duro, mas acho que é outro grande passo novamente”, completou.
Durante a sessão desta segunda-feira, Drugovich cravou 1min07s631 e foi 1s056 mais rápido que Chadwick. Parte da diferença, segundo Craig Hampson, chefe de engenharia da Andretti, se deu pela exigência física nas três curvas de alta velocidade no circuito de Barber.
“Ela não teve problemas em fazer o tempo de volta nas curvas de baixa velocidade, mas existem três curvas de alta aqui, que representam um grande pedaço da volta. É aí que ela não conseguiu tirar tempo”, disse.
Chadwick disse que não quer deixar o carro da Indy, porém, admitiu que a parte física pode ser um problema. A britânica revelou que pretende analisar essa questão internamente, tanto com seu staff como com a Andretti. Porém, é válido destacar que se a pilota mirar a principal categoria de monoposto dos Estados Unidos, ela terá de sair da equipe comandada agora por Dan Towriss. O time já tem definido o trio para 2025 — Colton Herta, Kyle Kirkwood e Marcus Ericsson. A única possibilidade na estrutura seria para uma eventual participação nas 500 Milhas de Indianápolis, caso a equipe coloque um quinto carro para correr — Marco Andretti deve participar no quarto monoposto, como tem feito nos últimos anos.
“Honestamente, nesse momento, não estou 100% certa. Parte de mim sente que é possível alcançar a Indy, mas é um grande passo fisicamente, e vou fazer tudo o que for viável para fazer isso. Quanto a isso [promoção à Indy], não sei. Preciso chegar no meio do caminho e poderemos encontrar com a equipe alguma coisa que me ajude com o esforço necessário no volante, algo que fizemos na Indy NXT. Preciso ter uma discussão honesta com eles, até comigo mesmo, sobre o que acho que poderei fazer. Mas digo que esse teste me deu fome pela Indy, sem dúvidas. Quando se está em uma carro desses, você não quer ficar fora”, falou Chadwick.
“Não quero fazer número na Indy. Vai levar tempo, mas quero estar lá, pois mereço. Posso ser competitiva. Pelo teste, sei que posso, mas se as coisas forem ao meu favor, como a questão da força. Trabalhar nesse sentido é um pouco do próximo passo”, prosseguiu.
Por fim, a Chadwick agradeceu a oportunidade pela Andretti. Para a britânica, independente do que acontecer, é algo que vai guardar por toda a vida.
“Kyle [Kirkwood] é um cara que me ensinou muito. Os feedbacks, até mesmo a presença dele no teste, a maneira como explicou as coisas para mim, e até o que falou com os engenheiros, acho que tenho muito a aprender com isso. Tive sorte de ter estado no paddock da F1 e aprendido coisas, e a Andretti forma bons pilotos. Sou grata ao time pela oportunidade. Não no que vai dar, mas tive uma experiência inacreditável”, finalizou Chadwick.
A Indy retorna agora somente no dia 2 de março de 2025, com o GP de São Petersburgo, no circuito de rua na Flórida, que abre a próxima temporada da categoria.
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