Newgarden volta a brilhar na Indy, mas é forçado a se equilibrar entre herói ou vilão

Josef Newgarden venceu mais uma vez nos ovais, mas novamente levantou polêmica. Com grid cada vez o enxergando como piloto impiedoso, é hora de rever imagem de bom moço

Como é possível odiar Josef Newgarden? O piloto da Penske, vencedor em Gateway neste sábado (17), carrega diversos aspectos para ser um ídolo da Indy. Trocou a Europa pelos Estados Unidos no começo da carreira, foi construindo sua trajetória pouco a pouco ainda na Carpenter, encantou a todos ao ponto de ganhar uma vaga na Penske. Levou a Astor Cup duas vezes e venceu a Indy 500 em outras duas oportunidades. É branco, bonito, distribui sorrisos para lá e para cá. De herói, vai ter de se equilibrar como vilão.

Em Gateway, uma das pistas onde mais brilha, teve um desempenho em pista excelente, como de praxe nos ovais. Esteve no pelotão da frente por quase toda a prova, e nem a rodada que causou uma bandeira amarela impediu o desejo de voltar ao Victory Lane. Evitou o contato com o muro, esteve no top-4 e viu a Penske acertar muito bem na chamada de pit-stop, o colocando à frente do companheiro de equipe Scott McLaughlin.

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O problema vem na penúltima relargada da corrida, com 10 voltas para o fim após a batida de David Malukas, Newgarden comandava o pelotão. Em vez de sair acelerando na curva 3 ou na curva 4, como é tradicional nos ovais, optou por segurar o bonde, acelerando e freando. Quando deu a partida, já na reta principal, nem todos tiveram a atenção. Pior para Alexander Rossi, que acertou Will Power em cheio, encerrando a prova de ambos e prejudicando muito as chances de título do australiano.

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Josef Newgarden (Foto: IndyCar)

Power não quis saber e ao descer do carro, imediatamente mostrou o dedo médio a Newgarden. É claro que o temperamento do australiano quando as coisas estão mais movimentadas nunca foi dos mais tranquilos. Diretores de prova, Scott Dixon e outros já sofreram a fúria de Will, mas a mensagem em Gateway ficou muito clara: todos sabem que Josef é um sujeito muito talentoso, mas que deseja vencer à qualquer custo.

E isso volta, inegavelmente, com a desclassificação de St. Pete. Josef perdeu a vitória por conta da manipulação do push-to-pass, se calou e preferiu chamar uma coletiva de imprensa para afirmar que não era trapaceiro. A reação do grid foi de dar risadas para o piloto da Penske, como o caso de Colton Herta. Ninguém levava fé na inocência do americano.

A vitória na Indy 500, de forma espetacular, foi um bom ponto de partida para a volta por cima, mas inegavelmente menos impactante aos fãs comparando com o triunfo que teve sobre Marcus Ericsson em 2022. De um cara carismático e querido dos fãs, Josef virou um vilão. Talvez justamente pela falta de equilíbrio entre ser um bom moço e agir da forma que age quando uma vitória está em jogo.

Newgarden é um excelente piloto. Não à toa está entre os maiores vencedores da história da Indy e tem uma longa jornada pela frente para conquistar muito mais. Porém, para sua imagem, é hora de tomar algumas decisões caso isso realmente seja incômodo. Talvez seja a hora de tirar a postura de bom moço e virar oficialmente o ‘bad boy’ que toda a categoria já tem certeza que ele é.

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