Ericsson aproveita pane de Power e vence pela primeira vez na Indy no GP de Detroit 1
Marcus Ericsson se converteu no sétimo piloto diferente a vencer na Indy em 2021 com seu primeiro triunfo na categoria no GP de Detroit 1. Will Power tinha tudo para levar, mas viu o carro apagar antes da relargada final
A redenção de Marcus Ericsson aconteceu em Detroit. Neste sábado (12), em uma primeira corrida da rodada dupla marcada por duas bandeiras vermelhas e muita confusão, o sueco brilhou, aproveitou uma pane inacreditável no carro de Will Power e venceu pela primeira vez na categoria.
Ericsson quebrou um jejum de quase oito anos sem triunfo, que vinha desde a corrida 1 de Nürburgring, na GP2 2013. Assim, o sueco virou o sétimo vencedor diferente da Indy 2021 em sete provas, além de colocar a Suécia como sétimo país a ganhar corrida na temporada.
Relacionadas
A vitória de Ericsson em Detroit passa por muita coisa, inclusive por mais um azar gigantesco de Power. Então líder, o australiano viu o carro morrer antes da relargada final, quando seriam mais apenas três voltas em bandeira verde. Marcus aproveitou, com Rinus VeeKay e Pato O’Ward fechando o pódio.
A RLL ficou com os três carros um atrás do outro. Takuma Sato foi quarto, seguido por Graham Rahal e Santino Ferrucci. Alexander Rossi chegou em sétimo, na frente de Scott Dixon, Ed Jones e Josef Newgarden, que completou o top-10 após chegar a andar em último por um pneu solto. Líder do campeonato, Álex Palou até se recuperou após largar de 25º, mas parou em 15º.
Romain Grosjean" target="_blank">Romain Grosjean classificou muito bem, mas não teve grande corrida. O francês sofreu com um furo de pneu e já vinha longe da disputa quando acertou o muro e causou uma bandeira vermelha. A outra foi cortesia de Felix Rosenqvist, que bateu violentamente com o acelerador travado ainda na primeira metade da prova.
O domingo segue com mais uma etapa da Indy, o GP de Detroit 2. A classificação acontece às 10h15 (em Brasília), com largada marcada para 13h40.
Confira como foi o GP de Detroit 1
A largada para a primeira corrida da rodada dupla de Detroit aconteceu às 15h06 (em Brasília). Pato O’Ward saiu muito bem e deixou Alexander Rossi para trás. Romain Grosjean manteve a terceira colocação, com o companheiro Ed Jones pressionando logo atrás.
Josef Newgarden teve a pior partida dos ponteiros, perdendo terreno para Colton Herta e Will Power. E logo na volta 3, uma tremenda surpresa: já ia grande parte do grid para os boxes optando pelos pneus duros, com o calor castigando os macios.
O’Ward, por exemplo, parou na volta 4, deixando a liderança nas mãos de Rossi. As atenções se viravam para Dixon e James Hinchcliffe, os mais bem colocados dentre os que largaram de pneus duros, que pareciam os únicos pneus aguentando bem a pista.
A corrida começava de forma insana. Logo depois de passar Herta no retorno dos dois à pista, Newgarden foi ficando extremamente lento. É que a roda traseira esquerda do americano estava solta, um azar daqueles enormes e que fez o bicampeão perder volta a sair totalmente da disputa naquele momento.
As paradas continuavam acontecendo e Power assumia a dianteira, ainda de macios. Logo atrás já vinha Dixon, em um gigantesco pelotão com Takuma Sato, Jones e companhia. Na volta 12, a lógica se deu: Dixon tomou a liderança de Power, um dos únicos de macios que tentavam resistir na pista.
A corrida seguia uma enorme bagunça, com o pelotão mesclando pneus duros velhos, pneus duros novos e alguns poucos heróis que tentavam seguir de macios. No meio disso tudo, Newgarden tentava tirar a volta de atraso no meio da confusão.
Dixon chegava a abrir 10s para Power, que se arrastava na pista de macios e segurava Sato, Felix Rosenqvist e James Hinchcliffe. Depois vinham Simon Pagenaud, Marcus Ericsson e Santino Ferrucci, todos sem pit-stops feitos. Só então, 22s4 atrás de Dixon, surgiam Rossi, O’Ward e Herta.
Os problemas iam acontecendo com mais gente. Ryan Hunter-Reay e Jimmie Johnson faziam paradas bem lentas com danos nos carros, mas o pior era Max Chilton, que estampou o muro e danificou a suspensão. Newgarden já passava para 22º.
E vinha, então, a primeira bandeira amarela, que logo virou vermelha, em um tremendo susto. Felix Rosenqvist travou o acelerador e bateu violentamente contra a barreira de pneus, que se desfez. O impacto foi tão brutal que o sueco chegou a destruir parte do muro de concreto, atrás dos pneus.
O piloto da McLaren foi retirado e colocado na maca antes de passar para a ambulância. Enquanto isso, todo mundo fora dos carros nos boxes, já sem os capacetes, aguardando os reparos que deviam demorar. A ordem da prova tinha Dixon, Hinch, Ferrucci, Rossi, Rahal, O’Ward, Herta, Palou, Bourdais e Power. Rossi era o primeiro a já ter parado.
A paralisação rompia 1 hora e a previsão da relargada ficava para 16h50 (em Brasília). Enquanto isso, saía punição: Hinchcliffe, o segundo colocado, seria jogado para o fim do grid por ter mexido no carro em bandeira vermelha para evitar a pane seca.
Os reparos na curva 6 continuavam sendo feitos e a previsão das 16h50 foi deixada para trás. A direção de prova corria, então, para que ainda fosse possível ter a prova completa, mas era algo que ia ficando mais difícil a cada minuto que passava.
Quase 1 hora e meia depois, bandeira amarela acionada e carros de volta à pista, com os boxes ficando movimentadíssimos. Dixon e quase meio grid fizeram suas paradas e isso voltava a embolar tudo. Power virava líder, seguido por Ericsson, Sato, Pagenaud, VeeKay, Jones, Harvey, Grosjean, Daly e McLaughlin.
Enquanto isso, Palou e Herta chegavam a se tocar na saída dos boxes, com o americano saindo na frente. Lá no fundo, Kellett e Newgarden conseguiam voltar para o giro dos líderes, renascendo para a disputa. Veio finalmente a relargada e o tumulto estava montado, com Power balançando, mas segurando Ericsson, Sato, VeeKay e Jones.
Mais para trás, Dixon ia rapidamente recuperando terreno e já apontava em sexto, se beneficiando também de um furo de pneu de Grosjean, que estragou uma bela corrida do francês. Inspirado, Newgarden ia escalando o pelotão e já era 16º.
Naturalmente, os pneus macios iam acabando rapidamente, com Dixon ficando vulnerável na mira de O’Ward. O neozelandês vivia, então, o dilema entre parar logo ou se arrastar na pista mais lento, mas ampliando o stint. Na volta 40, Scott via Pato passar, enquanto que na 41 era a vez de Pagenaud.
No 44º giro, Dixon abria o que devia ser a última janela de paradas, com Harvey, Herta, Palou e Hinch acompanhando. Jones e Rossi iam aos boxes na sequência, assim como Sato, na volta 47. A prova entrava naquele momento de definição dos pit-stops para a pista.
Líder e vice foram juntos aos boxes na volta 49, com Power mantendo a diferença para Ericsson, retornando em quinto ao ser passado por Ferrucci e Newgarden, mas os quatro primeiros ainda precisavam parar. O’Ward e Newgarden foram aos boxes e aí deu para ver que, quem esticou o stint, se deu muito bem, com o mexicano voltando em sétimo e o americano em 11º.
Enquanto McLaughlin dava uma bela batida no muro, Rahal e Ferrucci faziam as paradas finais, Power voltava à ponta, mas com Ericsson e VeeKay completamente colados, em uma briga tripla pela vitória. Depois vinham Sato, O’Ward, Pagenaud, Jones, Rahal, Grosjean e Ferrucci, mas Romain ainda precisaria, muito provavelmente, de um splash-and-go.
O trenzinho do trio da frente seguia na mesma com 12 voltas para o fim e aí vinha Sato, andando muito rápido e se juntando ao grupo que brigava pela vitória. Eram quatro pilotos pelo triunfo e cabia ainda mais gente. Grosjean, enquanto isso, fazia um rápido pit-stop final e despencava para 18º.
Power e Ericsson conseguiam desgrudar de VeeKay e de Sato, que trocavam de posição com sete voltas para o fim. O japonês, então, entrava na zona de pódio. E tentava, assim, tirar os 5s de desvantagem para os ponteiros. Foi quando, do nada, surgiu uma bandeira amarela que logo virou vermelha. Era Grosjean, chapando o carro no muro da curva 9. Restavam cinco voltas e a prova estava parada de novo.
A amarela voltou, a pista foi liberada e o inacreditável aconteceu: o carro de Power simplesmente não ligou e o australiano foi melancolicamente ultrapassado por todo o resto do grid ainda dentro dos boxes. Ericsson virava líder com três voltas pela frente.
Veio a relargada e Marcus saiu em disparada, deixando o problema para a segunda posição. VeeKay jantou Sato e ainda tirou o ritmo do japonês, facilitando o terceiro lugar para O’Ward.
Logo atrás, ainda em uma espécie de efeito sanfona causado por Sato, Pagenaud perdeu ritmo e bateu roda com Jones e Ferrucci, trancando a rua em cima de Newgarden e ajudando Dixon, que passou as duas Penske de uma vez. Rahal foi ainda melhor e passou Jones e Pagenaud na mesma reta. No fim, a primeira vitória de Ericsson, com VeeKay, O’Ward, Sato e Rahal no top-5.
Indy 2021, GP de Detroit 1, Final:
1 | M ERICSSON | Ganassi Honda | 1:45:33.112 | 70 voltas |
2 | R VEEKAY | Carpenter Chevrolet | +1.729 | |
3 | P O’WARD | McLaren Chevrolet | +1.911 | |
4 | T SATO | RLL Honda | +8.169 | |
5 | G RAHAL | RLL Honda | +9.465 | |
6 | S FERRUCCI | RLL Honda | +9.567 | |
7 | A ROSSI | Andretti Honda | +10.341 | |
8 | S DIXON | Ganassi Honda | +10.896 | |
9 | E JONES | Dale Coyne Honda | +11.943 | |
10 | J NEWGARDEN | Penske Chevrolet | +12.506 | |
11 | S BOURDAIS | Foyt Chevrolet | +13.579 | |
12 | S PAGENAUD | Penske Chevrolet | +13.827 | |
13 | C DALY | Carpenter Chevrolet | +14.793 | |
14 | C HERTA | Andretti Honda | +16.089 | |
15 | A PALOU | Ganassi Honda | +17.253 | |
16 | J HARVEY | Meyer Shank Honda | +18.290 | |
17 | J HINCHCLIFFE | Andretti Honda | +19.011 | |
18 | D KELLETT | Foyt Chevrolet | +1 volta | |
19 | S McLAUGHLIN | Penske Chevrolet | +3 voltas | |
20 | W POWER | Penske Chevrolet | +3 voltas | |
21 | R HUNTER-REAY | Andretti Honda | +5 voltas | |
22 | M CHILTON | Carlin Chevrolet | +5 voltas | |
23 | R GROSJEAN | Dale Coyne Honda | +7 voltas | NC |
24 | J JOHNSON | Ganassi Honda | +21 voltas | NC |
25 | F ROSENQVIST | McLaren Chevrolet | +47 voltas | NC |
Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube! Clique aqui.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram!