Newgarden dá bote na estratégia, segura Rossi em duelo eletrizante no final e vence GP do Texas

Josef Newgarden conquistou uma vitória maiúscula no GP do Texas. Com estratégia perfeita e uma grande pilotagem defensiva contra Alexander Rossi, o americano triunfou para seguir firme rumo ao bicampeonato

O GP do Texas teve um roteiro muito parecido com o das 500 Milhas de Indianápolis. Em uma prova cerebral e controlada em sua maior parte, o final foi de tirar o fôlego, desta vez com um lindo duelo entre os dois maiores protagonistas da temporada nas voltas derradeiras. Na noite deste sábado (8), melhor para Josef Newgarden, que superou Alexander Rossi com uma bela estratégia e uma grande pilotagem defensiva, conquistando o primeiro triunfo da carreira em um oval longo.

A terceira vitória de Newgarden no ano vai bastante também na conta de Tim Cindric, que chamou o americano para os boxes na amarela causada por Zach Veach e, assim, fez o #2 voar na pista com suas voltas extras. Só que Josef também fez muito por merecer e deu um show de marcação para cima de um mais uma vez ousado e inspirado Rossi, que torna a bater na trave em oval em 2019.

Graham Rahal teve mais uma bela atuação em 2019 e conseguiu levar uma bem competitiva RLL ao terceiro lugar. Santino Ferrucci, em sua melhor apresentação na Indy, ficou no quarto lugar, com Ryan Hunter-Reay completando o top-5 após liderar algumas voltas.

Simon Pagenaud foi bem discreto e ficou em sexto, na frente de um Marcus Ericsson que aparece cada vez melhor na Indy. Sébastien Bourdais, Will Power e Marco Andretti fecharam o grupo dos dez primeiros no oval texano.

A Foyt teve uma corrida muito complicada. Tony Kanaan apenas arrastou o carro até o 16º posto, enquanto Matheus Leist foi o primeiro a recolher com problemas. Mais complicado ainda ficou para Scott Dixon pensando no campeonato. O neozelandês se envolveu em batida com Colton Herta e perdeu um caminhão de pontos em mais um abandono.

Josef Newgarden venceu o GP do Texas (Foto: Indycar)

Saiba como foi o GP do Texas

 

A largada para o GP do Texas aconteceu pontualmente às 21h45 (em Brasília). Takuma Sato segurou bem a ponta com Scott Dixon na pressão. Ryan Hunter-Reay apareceu na frente de Sébastien Bourdais e Simon Pagenaud, com James Hinchcliffe fechano o primeiro pelotão.

 
Logo atrás vinha a parte mais movimentada do começo da corrida, com Spencer Pigot, Josef Newgarden, Colton Herta e Alexander Rossi trocando posições.
 
O início da prova era bem morno, com os pilotos se respeitando e poucos enroscos rolando – Zach Veach e Graham Rahal quase quebraram isso e se enroscaram. Mas chamava a atenção, no calor texano, a distância entre os carros e, principalmente, a lerdeza da Foyt, que precisou de 23 voltas para ter Matheus Leist como retardatário e Tony Kanaan sendo superado pelo ponteiro dez giros mais tarde.
 
Só que a velocidade de Sato assombrava um pouco e ligava o sinal de alerta para o desgaste dos pneus, que tendia a ser bem intenso nos primeiros giros, ainda com a luz do dia. Se na frente a coisa tava bem parada, mais para trás as ultrapassagens rolavam, com uma quase batida envolvendo Leist. Hinch passou Pagenaud e, na hora de dar uma volta no brasileiro, quase estampou a traseira da Foyt.
 
Leist era o primeiro a parar pouco depois da volta 40 e voltava quatro giros atrás dos líderes. Hinch, bem empolgado, seguia indo para cima e tirava Bourdais do quarto lugar.
 
O primeiro dos ponteiros a ir aos boxes foi Hunter-Reay, na 57ª volta. Era um recado de que outros mais fariam o mesmo nos giros seguintes e uma boa notícia para cinco ou seis carros que estavam bem ameaçados de tomar voltas.
 

Quando todo mundo parou, Sato simplesmente jogou tudo no lixo. Voando, jogou longe um de seus mecânicos, que tomou um tombo feio ao ser atropelado. Por mais que nada tivesse acontecido de mais grave, muito tempo perdido na batida – que envolveu também o muro – e um stop & go recebido. Três voltas tomadas para os ponteiros e praticamente fim de prova para Takuma.
 
Depois da loucura com Sato, as atenções voltaram-se para o fato de Hunter-Reay ter assumido a liderança nos boxes, com Dixon, Hinchcliffe, Rossi, Pagenaud, Herta, Newgarden, Bourdais, Rahal e Veach no top-10. Kanaan era 20º, enquanto Leist voltava para último com problemas e parado nos boxes. Era o abandono do brasileiro.

Se as primeiras colocações continuavam as mesmas depois das paradas, com Herta passando por Pagenaud, Pigot, Power e Andretti já eram mais pilotos retardatários. Lá no fim do pelotão, Kimball recolhia com problemas também.

O clima esquentava pela terceira posição com Rossi sem conseguir achar espaço para passar Hinchcliffe. Ali, no enrosco, Herta resolveu se aproveitar e deu dois passões maravilhosos em cima da dupla, pulando para o top-3 e deixando Hinch e Rossi ainda se estranhando.
 
A volta 115 foi de abertura da segunda janela de pit-stops e logo com o líder Hunter-Reay abrindo os trabalhos. Dixon conseguiu alongar muito o stint e só foi aos boxes na volta 124, na metade da corrida, retornando 1s8 atrás do americano, mas deixando claro que teria um stint mais curto que o rival lá na frente.
 
O reposicionamento após as paradas indicava Hunter-Reay tranquilo na frente de um Dixon que tinha quase 10s de frente para Hinch, Herta e Rossi, que seguiam se pegando. Rahal, Pagenaud, Veach, Newgarden e Bourdais fechavam o top-10.
 
Estava estranho um GP do Texas sem amarelas, né? Pois é, aí Veach perdeu o controle, deu no muro e, por mais que tenha conseguido segurar heroicamente para não estampar outras vezes, era abandono, quebra de suspensão. Muita gente nos boxes para novas estratégias, com Newgarden puxando a fila e podendo virar o carro mais rápido na bandeira verde, com pneus bem menos gastos.
 
Veio a relargada na volta 144 e Dixon não conseguiu passar Hunter-Reay por fora, enquanto Herta voltou a colar em Rossi e Newgarden passou Ferrucci para reassumir o oitavo posto. Ericsson, muito seguro de novo, era o décimo.
 
Quando Hinch voltou a forçar nos carros 'gêmeos' pintados em verde e branco, o canadense passou Herta e apertou Rossi, vendo de camarote a aproximação de Dixon em Hunter-Reay enquanto a noite caía de vez.
A volta 164 marcou o fim da liderança de Hunter-Reay, que deixava Dixon assumir a frente e começava a cuidar um pouco mais do carro, mas sem permitir que Rossi roubasse o segundo lugar. Apesar de algumas brigas interessantes, a prova tomava um caminho bem mais cerebral com consumo e estratégias.
 
As trocas no pelotão da frente começavam a ficar bem mais frequentes e os líderes iam se revezando, com o top-8 separado por menos de 3s e parecendo estar todo na briga pelo triunfo.
 
Hunter-Reay parou na volta 181 e mostrou que sofreria muito com sua estratégia no fim da corrida. Ferrucci e Rossi iam aos boxes no 187º giro e aí que a corrida começava a se desenhar melhor sobre as possibilidades de vitória. Dixon fez sua parada na 191ª, logo depois de Hinch, Herta e Rahal. Assim, sobravam na frente aqueles que tinham parado na amarela de Veach, com Newgarden, Ericsson e Bourdais no top-3.
 
Dentre os que, teoricamente, não parariam mais, Hunter-Reay vinha em sexto, seguido por Dixon, Rossi, Hinch e Pagenaud. Herta tinha de brigar com Rahal para seguir no páreo após pit-stop ruim. Quando Newgarden parou, veio de duas voltas mais rápidas da corrida e aquilo foi chave para que voltasse em primeiro, colocando a mão na vitória se nada de anormal acontecesse.
 
O posicionamento real tinha Newgarden, Hunter-Reay, Dixon, Rossi, Hinch, Pagenaud, Herta, Rahal, Ferrucci e Ericsson. 40 voltas viriam pela frente e 0s7 separavam os ponteiros.
A corrida começava a pegar fogo, Hinch partia para passar Rossi e Herta em cima de Pagenaud e aí, o mesmo Hinch resolveu complicar Newgarden e ajudar Hunter-Reay. Um top-5 foi para o lixo com uma batida na curva 2 e a bandeira amarela voltava a ser acionada.
 
Hunter-Reay, então, foi junto com os retardatários para os boxes e voltou ali em décimo, o último dos carros na mesma volta do líder e pronto para tentar o milagre com os pneus novos. 
 
Veio a relargada com 23 voltas para o fim e Newgarden fez uma grande manobra de defesa para impedir que Dixon o superasse. Herta passava Rossi e Hunter-Reay começava a ganhar terreno em nono.
 
Só que estava na cara que não daria certo a disputa entre Dixon e Herta. Um tanto afobado, o garoto, sem espaço, deu no veterano e aí os dois bateram, rodaram e deixaram a corrida. Um estrago imenso para Scott no campeonato e a salvada do ano de Rossi para não se envolver na pancada e seguir em segundo. Bandeira amarela.

Aquilo ali foi a chave para Ericsson parar nos boxes e tentar o bote junto com Hunter-Reay, sendo os dois com pneus mais novos. Os dois até subiram de produção, mas ficaram presos em Ferrucci e Pagenaud. A briga mesmo estava mais para frente.

Rahal, do nada, surgia em terceiro, mas parecia satisfeitíssimo com aquilo. O bicho pegava mesmo entre Rossi e Newgarden, com o piloto da Andretti esbarrando em uma pilotagem defensiva brilhante do rival.

Os dois foram naquele belíssimo pega até o fim, com Newgarden cortando bem o ar de Rossi e fazendo lembrar a Indy 500, quando o piloto da Andretti perdeu um duelo para outra Penske, a de Pagenaud. Era a vez de Newgarden, o triunfo números #3 do carro #2 em 2019. Líder do campeonato.

Indy 2019, GP do Texas, Final:

1 J NEWGARDEN Penske Chevrolet 1:55:08.867 248 voltas
2 A ROSSI Andretti Honda +0.816  
3 G RAHAL RLL Honda +1.493  
4 S FERRUCCI Dale Coyne Honda +1.727  
5 R HUNTER-REAY Andretti Honda +2.202  
6 S PAGENAUD Penske Chevrolet +2.879  
7 M ERICSSON SPM Honda +3.927  
8 S BOURDAIS Dale Coyne Honda +4.331  
9 W POWER Penske Chevrolet +1 volta  
10 M ANDRETTI Andretti Honda +1 volta  
11 C DALY Carlin Chevrolet +1 volta  
12 F ROSENQVIST Ganassi Honda +2 voltas  
13 E CARPENTER Carpenter Chevrolet +2 voltas  
14 S PIGOT Carpenter Chevrolet +2 voltas  
15 T SATO RLL Honda +3 voltas  
16 T KANAAN Foyt Chevrolet +3 voltas  
17 S DIXON Ganassi Honda +20 voltas NC
18 C HERTA Harding Honda +20 voltas NC
19 J HINCHCLIFFE SPM Honda +30 voltas NC
20 Z VEACH Andretti Honda +76 voltas NC
21 C KIMBALL Carlin Chevrolet +162 voltas NC
22 M LEIST Foyt Chevrolet +175 voltas NC

 
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