Enerson mira retorno à Indy 500 e vê patrocínios como “peça final do quebra-cabeça”

RC Enerson foi uma das surpresas das 500 Milhas de Indianápolis de 2023. O piloto de 27 anos se classificou para a prova competindo com o chassi de propriedade de sua família, que foi preparado pela Abel Motorsports, equipe que disputa a Indy NXT regularmente e estreava na Indy. Entretanto, essa parceria de sucesso pode não se repetir pela falta de patrocinadores ao projeto.

Em 2023, a Indy 500 tinha 34 carros inscritos em busca das 33 vagas no grid de largada da prova mais longeva do automobilismo. Enerson chegou aos treinos livres em Indianápolis como o candidato favorito das casas de apostas a ser eliminado.

Durante as atividades do mês de maio do ano, Enerson e a Abel mostraram desempenho para fazer parte da corrida e rechaçar a desconfiança em cima do conjunto logo nos primeiros dias. O resultado foi o 28º lugar no grid, sem precisar disputar o Bump Day — na corrida, a prova durou 75 voltas para eles em decorrência de um problema mecânico.

“Todas as minhas horas acordadas são tentando descobrir maneiras para estar de volta. No ano passado, desafiamos muitas probabilidades com uma nova equipe para as 500 Milhas de Indianápolis e alcançamos algo grande. Classificamos para a prova no primeiro dia, e essa foi provavelmente a melhor parte, não precisar passar pelo Bump Day”, revelou Enerson à Racer.

“Tentar fazer isso novamente se resume a encontrar um patrocinador. Somos o único carro que não tem um patrocínio principal. Temos alguns apoiadores, mas falta o essencial. Tudo se resume a ter essa peça final no nosso quebra-cabeça”, completou.

Vale destacar que a Abel já fez a inscrição do carro #50 para a prova, o que coloca mais pressão sobre Enerson. Nos próximos dias 10 e 11 de abril, estão marcados os testes abertos em Indianápolis, que são as primeiras atividades da categoria no traçado oval do autódromo. Em 2023, Enerson e a Abel não participaram das sessões, mas já estavam acertados quanto a atuação na Indy 500.

Com a falta do patrocinador principal, Enerson tem conversado com diversas empresas para resolver o lado financeiro. Uma possibilidade é realocar os demais acordos firmados, angariando valores maiores de cada uma dessas marcas.

“Conseguimos falar com alguns patrocinadores que poderiam assumir o posto de principal, temos alguns por aí, mas tudo se resume ao período em que estamos”, destacou.

“Temos os testes abertos em algumas semanas e não acho que estaremos lá. Estamos chegando em um momento crucial. Há sempre uma ou duas inscrições que aparecem nesse momento. Não acho que haja exatamente uma data limite definida. Temos de ficar ligados e ver o que podemos fazer. Obviamente, em algum momento, haverá um dia em que verei que não será mais possível, mas essa data não está definida”, prosseguiu.

Bill Abel, dono da Abel Motorsports, indica que Enerson tem preferência em competir novamente no carro #50 da equipe, mas já não é o único candidato. O dirigente admite que conversa com outros pilotos e que estes já tem o orçamento necessário para estarem nas 500 Milhas de Indianápolis.

“Esperamos realmente que RC consiga o orçamento e, se conseguir, vai pilotar por nós. Adoraríamos que fosse ele, mas, enquanto procura, também conversamos com outros pilotos, que possuem a parte financeira”, falou o dirigente.

Apesar da concorrência, Enerson tem convicção no trabalho feito com a equipe em 2023 e acredita que poderá reeditar a parceria neste ano com desempenho ainda melhor.

“Tenho confiança nos caras da Abel que, especialmente com a performance do nosso carro no ano passado, e o quanto eles têm trabalhado de lá para cá. Tentando tudo o que for possível para chegar lá, pois seremos rápidos”, encerrou.

A Indy retorna com o Desafio do US$ 1 Milhão, que acontece no dia 24 de março. O circuito do The Thermal Club está localizado na Califórnia, próximo a Palm Springs.

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