Juncos admite pilotos-pagantes e alega “altos custos” com motor híbrido da Indy

Ricardo Juncos explicou que, com o aumento do peso dos carros após a adição dos motores híbrido, qualquer batida em oval é muito mais onerosa

Chefe da Juncos Hollinger na Indy, Ricardo Juncos admitiu que procura um piloto-pagante para ser dupla de Sting Ray Robb, que também leva um bom orçamento para a equipe. O argentino, em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, culpou os custos elevados com a introdução dos motores híbridos durante a temporada 2024 da categoria — algo que vai além da simples adição dos componentes elétricos.

Juncos explicou que a escolha pelo segundo piloto ainda vai levar mais algum tempo, que o intuito é ter o melhor representante possível, mas que traga um montante para compor o orçamento da equipe em 2025. Aliás, questões financeiras foi um tema frequente na Juncos neste ano, visto que os carros não tiveram marcas estampadas na maior parte da temporada.

O dirigente fez questão de ressaltar que o aspecto financeiro não é uma exclusividade da Juncos, que outros times estão operando da mesma forma — inclusive, mencionou Ganassi, McLaren e Meyer Shank. Na visão de Ricardo, os motores híbrido fizeram o conserto dos carros serem mais onerosos. Com a adição desse peso extra aos monopostos, uma batida em oval, mesmo que não seja muito forte, danifica todo o carro.

“Com respeito ao segundo piloto, a gente está trabalhando, conversando com cinco ou seis. Ainda não sabemos. Acho que a gente precisa de duas ou três semanas mais. Vamos usar o tempo que for para não apressar a decisão. Não há muitos mais carros disponíveis, então, acho que temos uma vantagem, porque na última parte do ano a gente se mostrou muito competitivo”, disse Juncos, com exclusividade ao GRANDE PRÊMIO.

Ricardo Juncos (Foto: IndyCar)

“Estamos definindo os orçamentos de 2025. Para definir bem essa parte, precisamos dessa decisão também. Estamos procurando o melhor piloto possível, mas a gente precisa de verba para operar a equipe. Essa questão financeira tem pesado bastante na definição dos pilotos”, prosseguiu.

“É Kyffin Simpson na Ganassi, Nolan Siegel na McLaren, Marcus Armstrong levando dinheiro na Meyer Shank… se Ganassi e McLaren precisam de dinheiro, imagine a gente”, explicou.

Juncos relembrou da rodada dupla de Iowa, disputada no final do mês de julho, quando viu a equipe ter um enorme prejuízo com as batidas de Agustín Canapino e Romain Grosjean. Mesmo se tratando de um oval curto, que não chega perto das altas velocidades de Indianápolis, a equipe viu os dois carros necessitarem de muitas peças de reposição.

“O sistema híbrido foi extremamente custoso. Ainda mais pelo fato do carro estar muito pesado. Cada vez que bate em um oval, que nem precisa ser de maneira violenta, tudo quebra. Caixa de câmbio, motor, tudo. O impacto aumentou de maneira exponencial pelo peso maior. Se antes uma batida representava um número de força G, agora é o dobro”, apontou Juncos.

Ricardo Juncos teve Romain Grosjean em 2024, mas, sem apoiadores, francês pode sair (Foto: IndyCar)

“Tudo é mais complexo. Canapino e Grosjean bateram em Iowa. Você olha na TV, parece um acidente normal, com um pouco de dano na suspensão, mas destruiu o carro. Tivemos de armar o carro reserva. Não é só o custo do sistema híbrido, mas o quanto ele impactou no restante do carro”, encerrou.

Indy retorna só no próximo ano, entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março, com a abertura da temporada 2025, no GP de St. Pete.

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