Dixon dá aula em Indianápolis e agrega outra vitória histórica no currículo

Na ousadia, na estratégia e no improvável: vitória deste sábado em Indianápolis definitivamente foi à Scott Dixon. Um brilho muito merecido

Scott Dixon não vencia na Indy desde o GP de Nashville de 2022. Apesar disso, a fase do neozelandês não é ruim. Com exceção do abandono em Long Beach, finalizou todas as provas da temporada em sétimo lugar ou acima disso. Já tinha conquistado dois pódios. Hoje, veio a vitória no misto de Indianápolis, e do jeito Dixon que precisava ser.

A classificação da sexta-feira apresentou um cenário bastante caótico para o sábado, e não apenas pela pole-position de Graham Rahal, mas também pelo fato de nenhum carro da Ganassi ou Penske estar no top-6. RLL e McLaren se apresentavam com os melhores ritmos do fim de semana. E a largada confirmou as expectativas de caos: um toque de Álex Palou e Marcus Armstrong destruiu a corrida de Josef Newgarden, que acertou Marcus em cheio. Na tentativa de escapar, Dixon rodou.

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E aí que a mágica aconteceu. Seria muito tranquilo para Dixon chegar a 19 temporadas seguidas vencendo se apenas dominasse todas as ações da corrida. Precisou ser na base da ousadia. Com nada a perder, a estratégia era clara: economia de combustível e de pneus para manter o projeto de três pit-stops e estar na mesma batida dos líderes.

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Indy 2023, GP de Indianápolis, Ganassi, Scott Dixon
Scott Dixon (Foto: IndyCar)

Em uma prova que se desenhou inteira estratégia e sem interrupções de bandeira amarela, a estratégia se pagou. Logo após a primeira rodada de pit-stops, já ficou claro que Dixon igualaria as ações de RLL e McLaren para andar no topo. E se repetiu após a segunda, e também após a terceira. O último stint virou crucial, e aí, mais uma vez provou o motivo de ser o melhor piloto da categoria no século: aula de economia de equipamento, crescimento na hora certa e excelente gerenciamento dos retardatários.

Com 43 anos, Dixon parece nunca envelhecer. Faz uma temporada absolutamente regular e merece demais aumentar cada vez mais o leque de vitórias na Indy. Não é neste ano que o hepta virá, já que o ano de Álex Palou é melhor e mais consistente, mas há de se elogiar a genialidade do neozelandês nas pistas, com mais um grande feito.

Não foi desta vez que Graham Rahal voltou a vencer, mas o piloto se destaca demais nas últimas semanas, especialmente em uma RLL que deixou o desastre de Indianápolis para trás e cada vez mais incomoda os times grandes, praticamente sendo a única capaz de acertar o ritmo de corrida para poder desafiar Ganassi e Penske. Talvez o ritmo não seja o mesmo nas corridas finais, mas é fato que Graham merecia este pódio após dois anos.

Mesmo em um fim de semana conturbado por problemas contratuais, Álex Palou é cada vez mais sólido. E mesmo quando não necessariamente vira um fator na briga pela vitória, vê absolutamente tudo dar certo ao seu favor. A chance do título acontecer já em Gateway é real, apesar de parecer pouco provável.

Em duas semanas, a Indy visita o último oval da temporada. Josef Newgarden tem a chance de fazer história ao varrer os ovais da temporada, mas o foco mesmo estará em Palou, com a chance de coroar um dos campeonatos mais dominantes que os Estados Unidos já viu.

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