Moto1000GP diz que mortes são “duro golpe” e defende Cascavel: “Atende padrões da FIM”

O CEO da Moto1000GP, Gilson Scudeler, assegurou que o autódromo de Cascavel atende a todos os padrões da Federação Internacional de Motociclismo. Na visão do diretor de prova, Marcus Vinícius de Oliveira, o que aconteceu no domingo "é o único tipo de acidente que não se tem uma proteção efetiva"

Após o trágico acidente que levou os pilotos Érico Veríssimo da Rocha e André Veríssimo Cardoso à morte no último domingo (27), a organização da Moto1000GP veio a público esclarecer que a categoria segue todos os padrões de segurança estabelecidos pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM), assegurando que a fatalidade “não teve nada a ver com o autódromo de Cascavel“.

O acidente aconteceu ainda na primeira volta. André caiu no meio da pista, na reta, com os demais competidores vindo em sequência em alta velocidade. Alguns conseguiram desviar enquanto o piloto se levantava, mas Érico não conseguiu fazer o mesmo, acertando-o em cheio. Os dois foram levados ao hospital em estado gravíssimo, mas não resistiram aos ferimentos.

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André Veríssimo e Érico Veríssimo morreram em acidente em Cascavel (Foto: Reprodução)

Na segunda-feira, Gilson Scudeler, CEO da Moto1000GP, e Marcus Vinícius de Oliveira, diretor de prova, atenderam à imprensa no circuito de Cascavel, no Paraná. Scudeler começou dizendo que a organização da categoria seguiu “todos os padrões de segurança”, ressaltando que o evento ainda “conta com membros da FIM em todas as provas” para verificar tais questões.

Na visão de Oliveira, o que aconteceu “é o único tipo de acidente que nós, enquanto membros e comissário internacionais homologados pelo braço latino-americano da Federação, não conseguimos uma proteção efetiva”: quando o piloto cai no meio da pista. O diretor de prova ainda citou que os primeiros socorros prestados aos pilotos começaram 41s após o choque.

“O que aconteceu é um duro golpe, não temos dúvida disso. Nós trabalhamos com esporte, com regras esportivas, mas, acima de tudo, nós trabalhamos com a vida, que é a nossa prioridade”, acrescentou Marcus Vinícius, concluindo que “o Moto1000GP é solidário aos pilotos, família e amigos”.

Confira o comunicado da Moto1000GP na íntegra:

“O que eu, Gilson Scudeler (CEO do Moto1000GP), considero mais importante é ressaltar que nós seguimos todos os padrões de segurança. A parte médica, a qualificação dos pilotos e até questões contratuais seguem o padrão internacional estabelecido pela Federação Internacional de Motociclismo. O evento conta com membros da FIM em todas as provas, que nos acompanham e, junto com a organização, verificam todas essas questões.

Nós fazemos tudo o que é possível para minimizar um acidente. É uma preocupação minha porque eu também fui piloto. Eu tenho mais de 30 anos de carreira, tenho mais de oito títulos no Brasil e fora do Brasil. Uma das premissas do Moto1000GP é a segurança. Desde que eu iniciei o campeonato, em 2011 (a primeira fase foi de 2011 até 2015) os padrões que eu seguia eram para dar segurança e conforto para todos os pilotos. Essa é a primeira coisa que é importante todos entenderem. É um acidente realmente muito grave, tudo que podia ser feito para que esses pilotos tivessem em vida hoje, foi feito. Infelizmente os ferimentos foram gravíssimos e eles não resistiram. Para nós, que vivemos o motociclismo, é muito difícil quando você tem um acidente nessa proporção e você não tem o que fazer.

A inscrição dos pilotos segue uma avaliação curricular e uma quantidade máxima de pilotos em pista também é levada em consideração para a admissão. Os nossos procedimentos de segurança seguem padrões internacionais. Realizamos vistorias prévias em todos os equipamentos dos pilotos e na motocicleta, a fim de prevenir acidentes em pista.

Em relação ao circuito, são realizadas vistorias prévias a fim de adequá-los para provas de motovelocidade. Cascavel, em particular, conta com um recente recapeamento, com um dos melhores asfaltos dos circuitos brasileiros. Conta também com zebras desenvolvidas especialmente para motocicletas, seguindo o padrão internacional proposto pela FIM.

Seguindo as medidas de segurança, o Moto1000GP mantém em seu staff um chefe-médico que acompanha todas as provas do campeonato, mantendo um padrão de atendimento. Ele também fiscaliza a qualidade dos equipamentos e profissionais da saúde contratados para fornecer o suporte completo. Em Cascavel, assim como em todas as etapas realizadas, estavam disponíveis seis unidades de atendimento médicas, sendo elas: ambulatório, medical car, três unidades de UTI avançadas e uma ambulância de suporte básico.

Eu, Marcus Vinícius Oliveira, como diretor de prova, já atuei em quatro etapas da MotoGP, quando foram disputadas no Rio de Janeiro. O que eu posso dizer é que o acidente não tem nada a ver com o circuito. Esse tipo de acidente é o mais grave dentro da motovelocidade. É o único tipo de acidente que nós, enquanto membros e comissário internacionais homologados pelo braço latino-americano da Federação, não conseguimos uma proteção efetiva.

O medical car chegou em 21 segundos. A ambulância chegou 20 segundos depois. O primeiro atendimento, com dois médicos, UTI e equipe especializada demorou 41 segundos. Todas as decisões tomadas seguiram protocolos internacionais de extrema segurança: em primeiro lugar a segurança e em segundo a agilidade.

O que aconteceu é um duro golpe, não temos dúvida disso. Nós trabalhamos com esporte, com regras esportivas, mas, acima de tudo, nós trabalhamos com a vida, que é a nossa prioridade.

Mais uma vez, inteiramos que o Moto1000GP é solidário aos pilotos, familiares e amigos.”

[CENAS FORTES] Assista ao vídeo do acidente:

Acidente fatal de Érico Veríssimo (Vídeo: Moto1000GP)
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