Márquez engrandece lenda, reafirma precocidade e chega ao quarto título mundial em um intervalo de cinco anos

Marc Márquez avisou: vai celebrar o bicampeonato da MotoGP com uma noite de karaokê na casa da Honda.

 

Aos 21 anos e 237 dias, o piloto de Cervera se tornou neste domingo (12) o mais jovem bicampeão da história da classe rainha do Mundial de Motovelocidade, tomando para si uma marca que estava em poder de Mike Hailwood, que conquistou seu segundo título nas 500cc em 1963 aos 23 anos e 152 dias.

 

Com o segundo lugar no GP do Japão, Márquez passa a integrar uma seleta lista de pilotos que conquistaram o título da divisão principal de forma seguida. Rol este, aliás, que conta com estrelas como Geoff Duke, John Surtees, Mike Hailwood, Giacomo Agostini, Phil Read, Barry Sheene, Kenny Roberts, Eddie Lawson, Wayne Rainey, Mike Doohan e Valentino Rossi. 

Na Era da MotoGP, que começou em 2002, apenas dois pilotos conseguiram conquistar títulos de forma seguida: Rossi e agora Márquez.

 

Apesar da pouca idade e da breve carreira na MotoGP, Marc já garantiu seu nome na história do esporte. Depois de assombrar a concorrência com uma atuação próxima de impecável em sua temporada de estreia na categoria, o jovem de Cervera voltou ainda mais forte em 2014, colocando seu nome, de forma definitiva, entre os grandes deste esporte.

 

Em seu caminho até o bicampeonato, Márquez acumulou um total de 11 vitórias, tendo vencido as dez primeiras provas da temporada 2014. Além disso, o espanhol conquistou 11 poles e esteve 13 vezes na primeira fila. 

 

Depois de um primeiro ano emblemático, Marc iniciou 2014 com mais experiência na bagagem e também se sentindo mais em casa. Para seu ano de estreia, a Honda quis que o piloto contasse com uma equipe mais experiente, barrando parte de seu fiel time de mecânicos e engenheiros.

 

Com o primeiro título garantido, Marc pediu e Shuhei Nakamoto, vice-presidente da HRC, autorizou a contração dos profissionais que faltavam, reunindo o piloto com sua ‘família dos circuitos’.

 

Para aqueles que gostam de colocar vírgulas nas conquistas alheias, pouco se pode dizer sobre o triunfo de Marc. Não há como negar que ele mereceu cada uma das 11 vitórias e embora tenha sido o único vencedor das primeiras dez etapas iniciais do Mundial, manteve as coisas agitadas, com uma história diferente a cada fim de semana.

 

Erros aconteceram, claro, especialmente em Misano e em Aragão. No caso da prova de San Marino, Marc pagou pelo desejo de sempre brigar pela vitória. Uma característica que já era conhecida antes mesmo do debute na MotoGP e que ele não abandonou para pegar a calculadora e gerir o campeonato de forma mais tranquila.

 

No MotorLand, Marc errou na execução do flag-to-flag, optando por permanecer na pista molhada por mais tempo do que deveria com os pneus slicks. Lições que ficam para os próximos anos.

Márquez errou porque tinha margem para errar e rivais competentes o bastante para pressioná-lo. As falhas, de certa forma, servem para humanizar o piloto, para que os fãs ao redor do mundo tenham certeza que a Honda não substituiu o irmão de Álex pelo robozinho Asimo. 

 

A vitória de Márquez é mais uma prova de seu talento inato, mas também um exemplo para todo e qualquer profissional. Marc estudou cada um de seus rivais e não usa os dados que coletou ao longo dos anos só para vencê-los, mas também para melhorar suas habilidades.

 

Após a conquista, ao ser questionado pela milésima vez sobre os elogios que recebe de seus adversários, Marc voltou a dizer que se sente orgulhoso, especialmente por ter aprendido com os professores Rossi, Lorenzo, Pedrosa e tantos outros.

As imagens da carreira de Marc Márquez
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